A marca do gênio
O suspense no cinema ainda bate palmas para a obra de Hitchcock depois de 50 anos do lançamento de Psicose
Por Fábio Lima
O diretor inglês conseguiu mesmo se promover, além de provocar revoluções no cinema, como no uso do plano-sequência – caso de Festim diabólico, rodado com apenas dez tomadas. Ele criou marcas, como a preferência por atrizes loiras e os vários títulos de filmes com apenas uma palavra: Notorious (Interlúdio), Frenzy (Frenesi), Birds (Os pássaros)... As rápidas aparições em cenas popularizaram sua pessoa e criaram a sensação de “Onde está Wally?”. Até mesmo em Lifeboat (Um barco e nove destinos), gravado inteiramente em um barco à deriva, Hitchcock conseguiu se fazer presente em um anúncio de jornal.
Não é por menos que o diretor arrebatou fãs de todas as faixas etárias. a jornalista Carolina Rocha, 26 anos, acredita que hitchcock é daqueles diretores cujo trabalho não cansa, não esgota. “a vontade de assisti-los não acaba. É o que eu chamo de eterno. hitchcock está vivo. vivo em cada um de nós que vê e revê seus filmes e enxerga mais detalhes, vibra com mais uma minúcia...”, completa. Fã que é fã não se prende a Psicose e até prefere outros filmes ao clássico de 1960. “Todas às vezes que assisto a Marnie – As confissões de uma ladra, fico tensa, ansiosa e cada vez mais apaixonada por Sean Connery. a direção minuciosa de hitchcock fez Tippi hedren brilhar”, descreve a jornalista.
A lista de Mateus Moura é maior, com momentos marcantes e sem ordem de pódio. “a fuga do avião em Intriga internacional, os humanos indefesos engaiolados em cabines telefônicas em Os pássaros, a apresentação de grace kelly em Janela indiscreta, a morte num desabrochar violeta em Topázio, a cena final em Um corpo que cai, que nunca tentarei traduzir em palavras. Alfred Hitchcock é a porta de entrada e de saída dessa arte chamada cinema”, conclui.
Tanto impacto e reverberação não poderiam render outra coisa senão homenagens. hitchcock não cabe na wikipédia e ganhou uma só para ele: a hitchcockwiki.com tem 1,7 milhão de visitas mensais e mil frames de cada filme do diretor. dezoito de seus trabalhos foram relançados em dvd pela universal em comemoração às datas e algumas obras já podem ser encontradas em Blu-ray. Em Belém, a APJCC pretende realizar no "Ano Hitchcock" um evento para discutir em cineclubes toda sua obra.©
Fonte: Revista da Cultura, edição de setembro. Leia aqui.
* * *
Neste sábado, dia 11 de setembro, a APJCC homenageia o mestre com a exibição de "Um Corpo que Cai", no Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude (Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur). A partir das 18h30, com entrada franca!
Nenhum comentário:
Postar um comentário