30.6.08

Já está na rede o blog dos críticos locais

O LIBERAL Belém, sexta-feira, 27 de junho de 2008


PANORAMA


Luzia Miranda Álvares


"Já está na rede o blog dos críticos cinematográficos locais. O acesso é feito através do endereço: http://accpara.blogstpot.com/ "


 


enquanto isso...


 


2. Cinema na Casa apresenta: Ciclo Samuel Fuller: Cinema que Fere!




Samuel Fuller nasceu em 12 de agosto de 1912, em Massachustes, EUA, e morreu em 30 de outubro de 1997. Depois de entrar na imprensa criminal, foi soldado e participou de dois desembarques em tropas de choque do exército americano. ‘Lutador’, homem de ação e de sentimentos, debutou no cinema com a obra “Matei Jesse James”, uma visão cínica e mordaz sobre o assassino de Jesse James, Bob Ford. Nesta obra, somos apresentados a um dos grandes pilares de sua filmografia: ‘o amor que se transforma em violência’. Sua carreira é pautada nos famosos filmes de gênero: policial, guerra e faroeste. Acusado de comunista, anarquista, direitista, fascista e belicista, por jornalistas e críticos, Fuller não se deixava abater em seu “campo de batalha”. Legou-nos 25 obras ao longo de sua carreira. Entre elas estão as obras-primas “Beijo Amargo” (1964), visão cínica de uma cidadezinha hipócrita, e que serviu de base para “Twin Peaks”, famosa obra do diretor David Lynch, “Paixões que Alucinam” (1963), que narra a aventura de um jornalista, que finge ser louco para investigar um crime no manicômio, “Dragões da Violência” (1957), western feminista e radical, que quebra os cânones do gênero. Mudou-se para Europa, no fim dos anos 60, em função das dificuldades que Hollywood passava. Na Alemanha filma episódios para a TV e “Em Ritmo de Assassinato” (1974), thriller que tem a famosa Beethovenstrasse como cenário principal, e que os alemães acharam desrespeitoso para com o país. Após um período difícil fora da América, Fuller daria ao público mais duas obras-primas, o filme de guerra “Agonia e Glória”, filme com nuances autobiográficos, e o famoso e maldito “Cão Branco” (1982), filme apedrejado pela critica em sua época, que conta a história de um cão treinado somente para atacar pessoas negras. E é em cima de cinco dentre essas sete obras que o “Cinema na Casa” celebrará um dos maiores realizadores da sétima-arte. Samuel Fuller é o cinema ‘humor-negro’, seus fotogramas são ao mesmo tempo ousados e quietos. Privilegia a montagem com cortes secos e sua câmera invasora ensina o olhar cinematográfico. Influenciou diversos cineastas, de Jean-Luc Godard a Jim Jarmusch, de Martin Scorsese a Quentin Tarantino. Scorsese gritou ao mundo: “apreciar um filme de Fuller é ser sensível ao cinema, na sua própria essência: o movimento como emoção”.

Aerton Martins
(Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema - APJCC)


 


Matei Jesse James.Dir: Samuel Fuller.Eua. 1949. 81min.


01/07/08 às 18:30  Auditório da Casa da Linguagem (av. Nazaré, 31)




Após matar à traição seu amigo, o famoso fora-da-lei Jesse James, Bob Ford é consumido pela culpa e tenta recuperar sua humanidade através do amor por uma garota.


 


mais informações: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=46934585


 


3. Sessão Maldita apresenta:


CINE LÍBERO LUXARDO (CENTUR)
SESSÃO MALDITA: PIERROT LE FOU
DIA 05 DE JULHO, SÁBADO, ÀS 21h30
ENTRADA FRANCA

“PIERROT LE FOU” DE JEAN-LUC GODARD
França. 1965. Cor. 110min.
Elenco: Jean-Paul Belmondo, Anna Karina, Dirk Sanders, Raymond Devos, Samuel Fuller.





SINOPSE

Jean Paul Belmondo vive ‘Ferdinand’ (Pierrot), um professor de espanhol que vive com uma mulher italiana. Ana Karina interpreta Marianne, uma bela moça que vai à casa de ‘Pierrot’ a fim de tomar conta de seus filhos, enquanto o casal se delicia em uma festa burguesa na casa de amigos. Pierrot ao voltar para casa decide, junto com Marianne, fugir em busca de uma aventura. Buscam situações que a sociedade não pode lhes oferecer. Uma sublime jornada magistralmente dirigida pelo mestre Jean-luc Godard.




NOTAS GERAIS




Jean-luc Godard é um dos grandes pilares do cinema francês e de toda a história desta grande arte. Quando David Wark Griffith empunhou sua câmera, na primeira obra adulta do cinema, “Nascimento de Uma Nação”, em 1915, nascia ali uma arte genuína, que defendia sua linguagem, suas unidades e sua autonomia. Os irmãos Lumière deram ao mundo a máquina foto-reprodutora da realidade, mas foi o corajoso cineasta americano que desbravou o até então ‘filho’ do teatro e o elevou a condição de arte. Após 45 anos do amadurecimento do cinema, na França, uma turma sorvia todos os gens da filmografia americana, e também percorriam diversos caminhos por quais diretores autorais deixavam suas marcas, de diferentes nacionalidades - Dinamarca, Itália, Japão, União Soviética - mas que tinham uma coisa em comum: ‘o respeito e fidelidade para com o cinema’. Nascia as páginas amarelas da famosa e sublime “Cahiers Du Cinema”, que depois deu como fruto uma grande turma denominada por jornalistas de “Nouvelle Vague”. E nesse terreno múltiplo, estava Jean-luc Godard, junto com seus confrades de ‘trabalho’: Jacques Rivette, François Truffaut, Claude Chabrol e outros sonhadores. “Acossado”, o primeiro longa de Godard, nasceu em 1959, de um roteiro que Truffaut havia feito sobre um fato real. A obra mistura elementos de detetive, comédia e suspense, só que de um modo sincopado demais para os padrões da época. A barreira havia sido quebrada. A impressão Godardiana sobre os fatos não só do mundo, mas também, do cinema, estaria lançada. “Pierrot Le Fou”, 1965, é uma obra visceral, anárquica, experimental e carrega todos os emblemas que o diretor franco-suíço pregou em suas obras anteriores. Em “Pierrot Le Fou” temos o tom de liberdade anarquista, que fica difícil enxergar outro paralelo dentro da turma da “Nouvelle Vague”.


O autor de “Viver a Vida” nos presenteia com um sublime jogo de signos. Seu cinema levanta a questão do cinema, seus filmes falam sobre filmes. “Pierrot Le Fou” respira arte e propõe que o cinema pode andar de mãos dadas com as demais artes - pintura, literatura, quadrinhos, poesia visual - sem que estas clamem por alguma soberania. “Pierrot Le Fou” é uma obra de diálogos imagéticos e que lança o olhar de interrupção que norteia todo fragmento da narrativa ‘destruída’ - esta sim, de tom mais abrupto, pois Godard não tinha roteiro, tudo foi feito em função de um fluxo de linhas, “mal” riscadas, que o diretor tinha em seu caderno - e caminha perfeitamente com o embate de eixos: cinema de vanguarda e cinema clássico, cultura pop e cultura erudita, Samuel Fuller e Velasquez, vida e cinema, um não anda sem o outro e tudo é permitido no campo de batalhas de “Pierrot Le Fou”. Jean-Luc Godard disse certa vez: “Houve um tempo em que talvez o cinema podia melhorar a sociedade, esse tempo se perdeu”. Com meia dúzia de travellings sublimes, planos expressivos, diálogos, luzes filtradas cheias de cor, Godard deixa escapar, que em “Pierrot Le Fou”, esse tempo é sentido.

AERTON MARTINS – APJCC.

23.6.08

Encerramento de ciclos...

1. Cinema na Casa apresenta:


PERSONA. INGMAR BERGMAN. 1966. PB


Auditório da Casa da Linguagem (Av. Nazaré, 31) 


25/06/08 ( excepcionalmente na quarta-feira) às 18:30


 



 


Qual o limite que separa um indivíduo do outro?
Munido desta indagação, Bergman propõe o encontro entre a enfermeira Alma e a atriz Elisabeth Vogler, neste que é sem dúvida seu filme mais experimental e ousado.
Quando duas pessoas são arremessadas uma na intimidade da outra, as máscaras são derrubadas e um rosto - híbrido de todos os rostos - é revelado: uma expressão feminina e assustadora, cristã e pagã, particular e universal.
Quem é Elisabeth Vogler? Quem é Alma? Quem é o artista? Quem é a platéia? Quem somos nós? Tudo e nada disto é revelado
em Persona quando, em determinado momento, descobrimos que aquele limite que separa um indivíduo do outro, simplesmente não existe!


 


Miguel Haoni




2. Cine UEPa apresenta:


 



 


VIAGEM À ITÁLIA. ROBERTO ROSSELLINI. 1954.PB


Auditório da Reitoria do CCSE da UEPa (Djalma Dutra, s/n)


27/06/08 às 18:30


 


Roberto Rossellini, papa do cinema moderno, filósofo e poeta, em 1954, completamente apaixonado por Ingrid Bergman, dirige Viagem à Itália. A frase do diretor italiano é imortalizada e talvez todo o cinema moderno não existiria sem ela: “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. Uma das definições desta obra de arte. O filme conta a viagem à Itália do casal interpretado por George Sanders e Ingrid Bergman. Pela primeira vez o casal está só desde o casamento. Rossellini filma seus questionamentos existenciais com imagens e com aquilo que o ser humano tem de mais expressivo: suas expressões. O choque de imagens e pensamentos invadem os personagens e o espectador. Eles se conhecem? É possível conviver diariamente só com uma pessoa? É possível – ainda - acreditar no amor? O que é o amor? Eu amo o amor ou eu amo ele(a)? É uma relação entre seres ou de sentimentos consigo mesmo? A amor é o real da convivência e exercício da compreensão ou o ideal sentimental e o êxtase da serenidade? Talvez seja tudo isso, talvez nada disso. O amor sempre (nunca) existiu. Um dos homens mais sensíveis e inteligentes do século XX mostra, audiovisualmente, o invisível que nunca (sempre) existiu. Bravo, Roberto Rossellini! Bravo!




Sinopse: Mateus Moura / Arte do cartaz: Cantalício

15.6.08

1. Sessão Maldita apresenta:


CINE LÍBERO LUXARDO (CENTUR)
SESSÃO MALDITA: THRILLER - A CRUEL PICTURE, BO ARNE VIBENIUS
DIA 21 DE JUNHO, SÁBADO, ÀS 21h30
ENTRADA FRANCA


Roteiro e produção: Bo Arne Vibenius
Fotografia: Andreas Bellis
Edição: Brian Wikström

Títulos Alternativos: Thriller – En Grym Film; They Call Her One Eye, Hooker’s Revenge

Elenco: Christina Lindberg, Heinz Hopf, Despina Tomazani, Per-Axel Arosenius, Solveig Andersson, Björn Kristiansson, Marie-Louise Mannervall, Hildur Lindberg



Sinopse:
Madeline (Christina Lindberg), foi vítima de estupro na infância, com o trauma, tornou-se muda. Ela vivia num pequeno vilarejo mas costumava ir à cidade para sessões de terapia. Após atrasar-se e perder o ônibus, a garota cai na conversa de Tony (Heinz Hopf), um canalha que lhe oferece carona, um jantar e uma conversa franca. Ele a rapta, a vicia em drogas e a obriga a se prostituir para conseguir sustentar seu vício.

Depois de um desentendimento com o primeiro 'cliente', Madeline tem seu olho arrancado e passa a ser chamada de 'One Eye'. Decidida a aceitar a vida de prostituta, ganhando a droga que a mantém viva e dinheiro, ela investe em sua sangrenta vingança.


Atenção: o filme TRILLER, A CRUEL PICTURE possui cenas de extrema violência e de sexo explícito. Não é recomendado para pessoas sensíveis e facilmente impressionáveis.


sobre o filme :

diretor:
'O filme mais comercial já feito', pensou o sueco Bo Arne Vibenius quando começou a escrever o roteiro de Thriller-en grym film. Bo Arne Vibenius foi assistente de Ingmar Bergman nos filmes “Persona” e “A Hora do Lobo”, Banido em seu próprio país de origem e desde sua primeira exibição no Festival de Cannes de 1973 “Thriller - Um Filme Cruel” começou a criar sua fama de obra maldita, devido à crueza de suas cenas de violência e de sexo. Lançado nos Estados Unidos como “They Call Her One Eye” (Eles a Chamam de Caolha), permaneceu no limbo durante anos. O sucesso de “Kill Bill” e as declarações de Tarantino provocaram o relançamento de “Thriller” em DVD e rapidamente começou a se espalhar uma onda de culto em torno do filme.

notas:

O delírio de 'Thriller' é algo inclassificável, sem parâmetros até então. Um filme exploitation de vingança com toques totalmente artísticos e cenas de sexo explícito e isso segue até o final, com um desfecho que parece saído de algum spaghetti western infernal. A experiência toda é quase alucinógena e justifica o hype em torno do filme. É, sim, uma das viagens cinematográficas mais extravagantes em muito tempo, construída a partir de inusitados recursos técnicos e visuais. Para uns, é um filme B metido à besta. Para outros, um clássico do cinema maldito.


Vale citar por curiosidade que em momento algum do filme a personagem pronuncia uma palavra sequer, o céu vai ficando cada vez mais e mais azul de acordo como a vingança da caolha vai acontecendo, e no início do filme vemos um carro se aproximando da tela, e no final, vemos um carro partindo.

As cenas de sexo foram filmadas depois com prostitutas que Bo Arne Vibenius contratou pessoalmente. Vibenius defendia a integridade autoral de seu filme. Importante dizer que Christina Lindberg não participou de nenhuma cena de sexo explicíto, aliás, ela nunca fez nenhum filme do gênero hard. Como se tudo isso não fosse suficiente Vibenius usou seus contatos com os militares com quem havia trabalhado, e conseguiu emprestadas câmeras experimentais que filmavam 500 frames por segundo e eram destinadas a gravar testes de foguetes.

Dizem que para a cena do olho furado com uma lâmina foi utilizado um cadáver humano na realização.

'Love it or hate it, I don't give a shit, this is my final cut!' - Bo Arne Vibenius

Max Andreone (APJCC)


2. Cinema UEPa apresenta:



20/06 às 18:30, Auditório da Reitoria do CCSE da UEPa (Djalma Dutra s/n)


Com Chaplin deixei de assistir cinema. Passei a pensá-lo, a senti-lo, a vivê-lo. Nada mais natural quando se trata de um artista que era a personificação da sua obra, que amava, mais do que tudo, sua arte.
O que tamanho grau de comprometimento é capaz de produzir nos é possível observar em Luzes da Cidade. Quando Carlitos se apaixona por uma florista cega, que por ser forçada a enxergar além dos limites do visível é capaz de perceber o valor daquele que ninguém repara, presenciamos o desenrolar de um dos filmes mais sensíveis e poéticos jamais feito.
Chaplin nos convida para, assim como a florista, enxergar além do seu humor genial e da sua narrativa cativante, além do que é óbvio. Pois aqui o que mais impressiona é aquilo que tanto enche a tela que a transborda: uma simplicidade da qual poucos artistas do cinema compartilham, mas pela qual todos aqueles que se permitem notá-la são inevitavelmente arrebatados.

Felipe Cruz / cartaz: Juliana Maués


3. Mostra Cinema & Loucura apresenta:



Terça-feira, dia 17 de junho às 18h, na Escola de Governo do Pará (Av. Almirante Barroso, ao lado da Tuna) – FILME: HOMEM-URSO (Grizzly Man, 2005) de Werner Herzog.

Werner Herzog sempre foi considerado louco, e é por sua raça que esse gênio se interessa. O cineasta alemão, grande mestre do documentário, se utiliza de imagens documentais gravadas pela câmera de Timothy Treadwell para compor o corpo de sua obra; o espírito, ele carrega. Herzog vê angústia, busca, fuga da mediocridade. O personagem que o mundo real deixa em ficção (em imagens) é o personagem herzogiano por excelência, justamente este: o que pretende atingir extremos. Na primeira frase foram usados dois adjetivos para Werner Herzog: louco e gênio. Será o louco, gênio? O gênio, louco? O que é cada um? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite? Existe um limite?


Mateus Moura


4. Cinema na Casa apresenta:



ATRAVÉS DE UM ESPELHO. INGMAR BERGMAN. 17 DE JUNHO ÀS 18:30.


Quatro pessoas em busca de tranquilidade são tragadas involuntariamente pelo mar de suas angústias, como náufragos ilhados em si mesmos. Este é o mote que guia a viagem empreendida por Bergman ao universo particular de uma família arruinada.
Através do papel de parede observamos as consequências da relação entre um pai ausente e seus filhos traumatizados, numa atmosfera intimista onde o choro contido ganha contornos dramáticos violentos.
O filme, que encabeça a famosa Trilogia do Silêncio, se passa numa madrugada ensolarada construída pelo imortal diretor de fotografia Sven Nykvist.
Na busca pela voz do pai, Bergman cria o silêncio e através de um espelho, personagem e autor encontram o rosto de Deus...
E ele é feio.


Miguel Haoni

9.6.08

Suécia e Paris

1. Suécia


 


O ciclo Ingmar Bergman segue com NOITES DE CIRCO (1953, pb)...



Neste impiedoso filme, Ingmar Bergman presta homenagem a seus ancestrais cinematográficos. A humilhante história de uma trupe circense que chega à cidade arrastando sua tempestuosa imoralidade nos é apresentada através de uma linguagem visual que se consolidou nos anos 20: o Cinema Expressionista. Nas noites de circo transitam fantasmas ilustres: Fritz Lang, Josef Von Sternberg, Friedrich Wilhelm Murnau e, acima destes, o maior gênio do cinema dinamarquês - Carl Theodor Dreyer.
Em seu primeiro título notadamente autoral, Bergman causou mal-estar na crítica de seu país. A maneira repugnante com que os personagens alimentam suas ânsias masoquistas, seu erotismo sanguinário e seu sentimentalismo egoísta nos é lançada de forma direta, sem concessões. Bergman grita que o mundo é um circo grotesco onde nós, os palhaços, representamos de maneira trôpega nossos tristes papéis. Apenas uma idéia nos arrasta na noite seguinte. A de que o show deve continuar!


Miguel Haoni - APJCC


 


&


 





Roteiro e produção: Bo Arne Vibenius
Fotografia: Andreas Bellis
Edição: Brian Wikström

Títulos Alternativos: Thriller – En Grym Film; They Call Her One Eye, Hooker’s Revenge

Elenco: Christina Lindberg, Heinz Hopf, Despina Tomazani, Per-Axel Arosenius, Solveig Andersson, Björn Kristiansson, Marie-Louise Mannervall, Hildur Lindberg 


Sinopse: 
Madeline (Christina Lindberg), foi vítima de estupro na infância, com o trauma, tornou-se muda. Ela vivia num pequeno vilarejo mas costumava ir à cidade para sessões de terapia. Após atrasar-se e perder o ônibus, a garota cai na conversa de Tony (Heinz Hopf), um canalha que lhe oferece carona, um jantar e uma conversa franca. Ele a rapta, a vicia em drogas e a obriga a se prostituir para conseguir sustentar seu vício.

Depois de um desentendimento com o primeiro 'cliente', Madeline tem seu olho arrancado e passa a ser chamada de 'One Eye'. Decidida a aceitar a vida de prostituta, ganhando a droga que a mantém viva e dinheiro, ela investe em sua sangrenta vingança.


Atenção: o filme TRILLER, A CRUEL PICTURE possui cenas de extrema violência e de sexo explícito. Não é recomendado para pessoas sensíveis e facilmente impressionáveis.


sobre o filme :

diretor:
'O filme mais comercial já feito', pensou o sueco Bo Arne Vibenius quando começou a escrever o roteiro de Thriller-en grym film. Bo Arne Vibenius foi assistente de Ingmar Bergman nos filmes “Persona” e “A Hora do Lobo”, Banido em seu próprio país de origem e desde sua primeira exibição no Festival de Cannes de 1973 “Thriller - Um Filme Cruel” começou a criar sua fama de obra maldita, devido à crueza de suas cenas de violência e de sexo. Lançado nos Estados Unidos como “They Call Her One Eye” (Eles a Chamam de Caolha), permaneceu no limbo durante anos. O sucesso de “Kill Bill” e as declarações de Tarantino provocaram o relançamento de “Thriller” em DVD e rapidamente começou a se espalhar uma onda de culto em torno do filme.

notas:

O delírio de 'Thriller' é algo inclassificável, sem parâmetros até então. Um filme exploitation de vingança com toques totalmente artísticos e cenas de sexo explícito e isso segue até o final, com um desfecho que parece saído de algum spaghetti western infernal. A experiência toda é quase alucinógena e justifica o hype em torno do filme. É, sim, uma das viagens cinematográficas mais extravagantes em muito tempo, construída a partir de inusitados recursos técnicos e visuais. Para uns, é um filme B metido à besta. Para outros, um clássico do cinema maldito.


Vale citar por curiosidade que em momento algum do filme a personagem pronuncia uma palavra sequer, o céu vai ficando cada vez mais e mais azul de acordo como a vingança da caolha vai acontecendo, e no início do filme vemos um carro se aproximando da tela, e no final, vemos um carro partindo.

As cenas de sexo foram filmadas depois com prostitutas que Bo Arne Vibenius contratou pessoalmente. Vibenius defendia a integridade autoral de seu filme. Importante dizer que Christina Lindberg não participou de nenhuma cena de sexo explicíto, aliás, ela nunca fez nenhum filme do gênero hard. Como se tudo isso não fosse suficiente Vibenius usou seus contatos com os militares com quem havia trabalhado, e conseguiu emprestadas câmeras experimentais que filmavam 500 frames por segundo e eram destinadas a gravar testes de foguetes.

Dizem que para a cena do olho furado com uma lâmina foi utilizado um cadáver humano na realização.

'Love it or hate it, I don't give a shit, this is my final cut!' - Bo Arne Vibenius

Max Andreone (APJCC)


 


2. Paris


 


CINE UEPA APRESENTA:



Existem pequenas revoluções. Pequenas decisões. Sutilezas tão mínimas que são quase só imaginação. Isso tudo existe e um dia se torna uma lembrança, de uma noite, há muito tempo atrás. Em Antes do Pôr-do-Sol já é tarde. Quase noite. E é no entardecer que um homem e uma mulher sentem que o tempo passa e que aquilo que é redescoberto nunca foi completamente perdido. Sente-se muito nesse fim de dia, mais do que as palavras deixam expressar, mais do que o invisível permite ver.
É tarde em Antes do Pôr-do-Sol, porém ainda é amor. Um pouco desacreditado talvez, mas sim: é amor mais uma vez.

Felipe Cruz

4.6.08

Cine Uepa homenageia o amor no mês de Junho

CINE UEPA APRESENTA:


 



Das coisas que existem no mundo, o amor talvez seja a mais universal e particular ao mesmo tempo. Os motivos para essa dualidade são óbvios: apesar de todos amarem alguém em certa altura da vida, a experiência é diferente para cada pessoa. O mesmo ocorre com o cinema. Arte universal que sempre parte do particular, relação de amor, dentre outros sentimentos, do autor com sua obra. E como não poderia deixar de ser, a arte cinematográfica sempre dispensou grande atenção às relações amorosas dos tipos mais diversos. Neste ciclo veremos o amor a partir de 4 obras de grandes poetas: da jovialidade e magia de Antes do Amanhecer ao gosto agridoce de Antes do Pôr-do-Sol, da comédia e sensibilidade de Luzes da Cidade ao cotidiano quase cruel de Viagem à Itália. O amor, recorrendo a um clichê, é de definição impossível, por isso mesmo nos é tão fascinante, assim como os filmes cuidadosamente escolhidos para esse mês de junho. Como de costume o mais interessante é aquilo que não conseguimos explicar.

Felipe Cruz.


 


O primeiro filme é na próxima sexta (06/06) às 18:30 no auditório da reitoria no CCSE da UEPa.


 


Antes do amanhecer (Before Sunrise). Richard Linklater. 1995.





Existem pequenas revoluções. Pequenas decisões. Sutilezas tão mínimas que são quase só imaginação. Isso tudo existe e se faz invisivelmente perceptível em Antes do Amanhecer. Um trem, um americano e uma francesa, uma cidade, uma noite, um encontro. O encontro. E, de repente, nada mais é (ou será) a mesma coisa. É bonito, é irreversível, é assustador. E acontece. Richard Linklater acha o extraordinário no comum e mostra a magia da juventude e de todas as coisas quando ainda é cedo e o tempo é cúmplice.
Ao fim nos percebemos cativados pelo que já foi tão banalizado: amor bruto e inesperado.

Felipe Cruz.


 


E mais:


13/06/08 - Antes do Pôr-do-Sol de Richard Linklater
20/06/08 - Luzes da Cidade de Charles Chaplin
27/06/08 - Viagem à Itália de Roberto Rossellini



Toda a sexta, às 18:30, no audtório do CCSE/UEPA.

3.6.08

APJCC homenageia Ingmar Bergman

CINEMA NA CASA APRESENTA:


 


Ciclo Ingmar Bergman (1918-2007)


Curador: Miguel Haoni


 




No dia 30 de julho do ano passado, em uma pequena casa na ilha de Färo, Suécia, partia o grande diretor Ernst Ingmar Bergman, legando à humanidade o resultado de mais de meio século devotado ao cinema e ao teatro.
Vítima de uma formação religiosa extremamente rígida (o autor era filho de um pastor luterano), Bergman desde muito cedo encontrava alívio para seus traumas na arte. Seu fascínio pelos desdobramentos mórbidos da condição humana permitiu ao artista encontrar, dentro e fora de sua intimidade, a matéria-prima para a confecção de uma filmografia valiosíssima (no ano passado suas obras foram tombadas pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade).
Seu trabalho retrata os aspectos mais constrangedores das relações humanas: a falta de fé, a crise familiar, a degeneração psicológica, a culpa, a angústia, a morte. Bergman ao falar de si, falava de todos nós e esta universalidade em sua linguagem será o foco desta justa homenagem prestada pelo Cinema na casa neste mês de junho. "Morangos Silvestres", "Noites de Circo", "Através de um Espelho" e "Persona" formam juntos uma pequena amostra do que há de melhor e mais perturbador na "fase preto-e-branco" do mestre sueco.
Parafraseando o agridoce Woody Allen: "Fellini está morto, Bergman também, e ninguém está se sentindo muito bem". Ingmar Bergman está morto! Mas, à revelia disto, continua nos ajudando a viver. Intensamente.


Morangos Silvestres, Ingmar Bergman, 1957, pb


 


03/06/2008 às 18:30


No auditório da Casa da Linguagem (Av.Nazaré, 31)


 



A vida de Isak Borg foi inteiramente voltada ao trabalho e ao estudo. Sua dedicação incondicional à profissão é amplamente reconhecida e respeitada em todos os lugares. Menos em um: sua própria consciência.
Um pesadelo é o gatilho para a busca por respostas: em que momento de nossas vidas tomamos o caminho errado? O que devemos fazer para reparar crimes de um passado distante? Para Isak, a visão sufocante de seus erros é ao mesmo tempo horível e iluminada. Encarar o mal escondido em sua nobreza e retidão é a única chave para o relicário vergonhoso do protagonista.
Mais do que uma obra-prima sobre a velhice, Morangos Silvestres é um tratado poético sobre a culpa. Ingmar Bergman nos expõe corajosamente uma verdade que tentamos evitar a todo custo:o mal que causamos aos próximos nos acompanhará para sempre e em algum lugar ele nos confrontará. Nem que seja no mais tenro pomar de nossa lembrança. Nem que seja no nosso canteiro de morangos silvestres.


Miguel Haoni
(Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema - APJCC)


 


mais informações sobre o ciclo e todas as datas e sinopses: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=46934585