29.11.10

Dezembro com Scorsese no Cine CCBEU

Cine CCBEU apresenta


Uma Viagem pelo Cinema Americano com Martin Scorsese



Em 1995, comemorou-se o centenário do cinema. Como parte das festividades, o British Film Institute convidou o cineasta Martin Scorsese e o historiador Michael Henry Wilson a fazerem um documentário sobre o cinema americano. O resultado foi um fascinante filme em 3 partes, meio diário de memórias, meio análise teórica no qual Scorsese lança luz sobre os verdadeiros protagonistas da sétima arte: os diretores. Através da leitura de dezenas de fragmentos de filmes, entre clássicos consagrados e desprezados, os diretores classificam os diversos papéis desempenhados pelo realizador americano de contador de histórias a iconoclasta, de contrabandista a ilusionista.


Scorsese intercala cenas de filmes, imagens de arquivo, entrevistas e planos frontais do próprio rosto numa atitude professoral. Tal didática é reveladora do respeito e paixão do cineasta pela história do seu ofício, mas sobretudo relembra a função, tantas vezes aviltada, da crítica cinematográfica. Ao oferecer a sua perspectiva sobre o fenômeno, o Scorsese crítico torna-se um facilitador entre as obras e o público, ampliando as leituras possíveis e armando o espectador de teoria e história para o melhor enfrentamento dos filmes e suas infinitas interpretações.



Enfrentamento talvez seja a palavra-chave para entendermos porque o cinema americano é importante para nós. Jamais poderemos ignorar a política econômica bestial dos norte-americanos nem como a cultura de massas (o cinema incluso) sempre foi ferramenta na sua marcha imperialista. Entretanto, jamais poderemos ignorar também o fato de que dezenas de artistas brilhantes atuaram com suas vontades e talentos na construção disto que aqui chamamos "cinema americano" e que, justamente, se existiu alguma contribuição dos EUA para a humanidade no século XX , foram certamente os seus filmes. Qualquer dúvida é só ver 1 minuto de Charles Chaplin.


Rever o cinema americano é uma forma de enfrentá-lo. Conhecer aquilo que este cinema tem de valioso ao nosso repertório cultural é fundamental para entender o cinema, a história e a vida na contemporaneidade. A atitude de proteger-se do inimigo escondendo-se sob as cobertas, além de miopia política é absolutamente anti-estratégico. Obviamente queremos mais samba e futebol mas também o teatro grego, a pintura renascentista e os clássicos filmes americanos. É preciso tirar essas coisas bonitas das mãos dos inimigos, da matilha de bem-nascidos. É preciso afirmar que isso também é nosso!


E é no sentido desta afirmação que o Cine CCBEU convida o respeitável público a acompanhar, em dezembro, o ciclo "Uma viagem pelo cinema americano com Martin Scorsese", documentário obra-prima que ajuda a entender por que o cinema americano é o cinema ponto e o dos outros é que precisam de adjetivo.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)


Sobre "O Contador de Histórias" (1° parte)


A vocação máxima do cineasta hollywoodiano é a de contador de histórias. Desde a aurora do cinema, vários mestres pegaram em câmeras e tal qual rapsodos modernos encantaram multidões com suas imagens-canções. Dentro da indústria entretanto, o artista possuía pouco controle sobre o que era dito, mas tinha domínio criativo total sobre a forma como era dito. No sistema de gêneros (faroeste, musical, gângster, etc...) o realizador/funcionário de estúdio dispunha apenas das ferramentas básicas do cinema: enquadramento, movimentos de câmera, decupagem e mise-en-scène. Os milagres que esses sujeitos conseguiam operar com tais recursos é a matéria da primeira parte do documentário "Uma viagem pessoal pelo cinema americano com Martin Scorsese".

Miguel Haoni (APJCC - 2010)



Programação:

02/12 - O Contador de Histórias*
09/12 - O Ilusionista e o Contrabandista*
* excepcionalmente no Auditório
16/12 - O Contrabandista e o Iconoclasta



Serviço:


Toda quinta de dezembro
Às 18h30
No Cine-teatro do CCBEU - Tv. Pe Eutíquio, 1309
Entrada Franca

Realização: Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema e Centro Cutural Brasil Estados Unidos
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
Arte: Leandro Bender


Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

Acompanhe a programação de dezembro do Cineclube do Colégio Sucesso

03/12 - "Virgens Suicidas", de Sofia Coppola
Comentários: Felipe Cruz (APJCC)

17/12 - "A Marselhesa", de Jean Renoir


Serviço:

Quinzenalmente às sextas
18h30
No Auditório do Colégio Sucesso - Mauriti entre Pedro Miranda e Antonio Everdosa
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e Grupo Ideal
Apoio: Colégio Sucesso e Cineclube Amazonas Douro

O cinema marginal de Ozualdo Candeias no Inovacine

Inovacine/IPHAN apresenta


A Margem. Ozualdo Candeias. 1967. p/b.



 “A margem foi o seguinte: eu inventei a porra da história a partir de umas coisas que eu tinha lido num jornal – que eu também leio jornais –, daí eu cato essas coisas e enfio na história.” (Ozualdo Candeias)


O que seria um “cinema marginal”? Algo que está à margem é algo que, não podendo seguir a correnteza, resta. Resta por opção ou pelos espinhos da estrada? Por condição ou sobrevivência? Fazer cinema, para um cara chamado Ozualdo Candeias, era simplesmente um ato poético e necessário, um trampo da alma. As suas condições eram as mais precárias possíveis, e é desse limite que nasce a sua liberdade: a responsabilidade de assumir esteticamente a condição de existência à margem, e se expressar cinematograficamente.

O que seria o “cinema marginal”? Produtos audiovisuais surgidos na Boca do Lixo em São Paulo, que inclui tanto filmes experimentais de cineastas como Sganzerla, Bressane e Reichembach até pornochanchadas de apelo notadamente meramente comercial. Candeias, denominado por Jairo Ferreira “marginal dos marginais”, é, na verdade, não o “pai dos marginais” (título concedido mais ao Mojica), mas um filho sem pai, um marginal dos marginais mesmo, um objeto não-identificado, um solitário, um anjo do arrabalde.

“A Margem”, seu primeiro filme, lançado em 67, trata dos “marginais” de forma existencial. Atravessando o discurso afinado da elite intelectual burguesa cinemanovista espetacularizadora da fome, Candeias não procura legitimar sociologicamente as brutas imagens que explodem na tela. Elas simplesmente são o que são: fruto de uma busca humilde e digna de um cinepoeta por seu estilo; subjaz no contexto estético os quilos da realidade vivida, que não pesam mais que a mão de uma criança abandonada, o olhar de uma prostituta sem perspectiva e o franzido cenho de um trabalhador explorado. Como disse Inácio Araújo, “não é filme sobre os marginais, mas entre eles, com eles”.

Ruy Gardnier afirma que “Candeias, é, mais que tudo, um ‘cineasta de sobrevivência’”. Concordo. Fazia a câmera, fotografia, roteiro, montagem; respirava cinema para não morrer, sob o signo de escorpião.

Há mais coisas entre Glauber e Meirelles do que sonha a nossa vã ignorância enquanto público de cinema brasileiro (e falo aqui do brasileiro que assiste cinema!). Conhecer Candeias é tão essencial quanto conhecer Vigo, Buñuel, Jesus Franco, Jean Rollin, e tantos outros poetas do cinema “pobre”. Contra todas as convenções inúteis se insurge o cinema dos vagabundos que por aí vanguardeiam, os que por ele são tocados eu convoco para prestigiar a sessão: lá, um dos notáveis desconhecidos se apresentará em suspiro poético audiovisual. Essa sessão é dedicada não aos que escolhem o cinema, mas aos que por ele são escolhidos.

Mateus Moura (APJCC – 2010)

 

Serviço:

1º de dezembro (quarta)
às 18h30
No auditório do IPHAN  - Tv. Rui Barbosa, esquina da Av. Governador José Malcher
ENTRADA FRANCA


Realização: INOVACINE
Apoio: IPHAN
Informações: (91) 8717-5666

Comunicado Importante

Caros,


Em novembro a APJCC não realizou as sessões semanais no Cine Argonautas por motivo do projeto Samaúma – Jornada de Produção Audiovisual, que envolve jornadas nas cidades de Ananindeua, Marabá e Santarém.
O Cine Argonautas volta com suas atividades regulares em dezembro, realizando o Ciclo “Riso é Coisa Séria”, com curadoria de Lionay Dias, Thiago Oliveira e Samir Raoni.
Agradecemos a compreensão.

Atenciosamente,

Samir Raoni (APJCC-2010)

26.11.10

APJCC apresenta fragmentos glauberianos do programa "Abertura"

Em homenagem aos 60 anos da televisão brasileira, o TV Clube apresenta no domingo, 28, fragmentos do programa "Abertura"


Sinopse:


O fim dos anos 1970 representou no Brasil um período de gradual abertura democrática no qual a ditadura dos militares, através da pressão de vários segmentos da sociedade e de dissidências dentro do poder, começava a afrouxar o seu laço autoritário que desde o "Golpe de 64 "sufocava as liberdades nos meios políticos, estudantis, artísticos e da comunicação.

Glauber Rocha, gênio das artes modernas e polemista nato, observava o fenômeno e defendia a necessidade de assimilar colaborativamente determinados elementos governistas na luta pela redemocratização, o que, obviamente, ofendia as pretensões revolucionárias das esquerdas radicais.

A suposta "traição" de Glauber atinge a contundência máxima, no instante em que o artista ingressa , junto com outros jovens profissionais e intelectuais, na equipe do revolucionário programa "Abertura" que discutia a política e a cultura brasileira na Rede Tupi de Televisão, em 1980.

Em seu espaço de crônica jornalística dentro do programa, Glauber soltava o verbo sobre tudo o que lhe incomodava no país que virou-lhe as costas nos últimos 10 anos mas do qual era ligado por laços mais fortes que o amor. No estilo verborrágico do baiano, a história recente do Brasil é desfiada em transes repentistas e entrevistas disparadas contra elementos do chamado "povo brasileiro".

O TV Clube apresenta neste domingo, em homenagem aos 60 anos da tv brasileira, 45 minutos de fragmentos glauberianos do programa "Abertura". Traga as crianças pra sala, abra os olhos e ouvidos para um dos instantes máximos da história da telecomunicação nacional.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)


Serviço:

TV Clube apresenta: fragmentos do programa "Abertura"
Data: 28 de novembro (domingo)
Horário: 18h
Local: Espaço Benedito Nunes (Livraria Saraiva - Shopping Boulevard, 2º piso)
Entrada franca.


Realização: APJCC
Apoio: Livraria Saraiva.

23.11.10

"Vingança" encerra ciclo "Johnnie To e o Balé Silencioso"

Cine CCBEU apresenta

"Vingança", de Johnnie To

Sinopse:

Costello (Johnny Hallyday, a recuperação de uma das maiores estrelas francesas dos últimas décadas para um arrojado papel), é um “chef” com um restaurante em Paris que chega a Hong Kong para vingar a filha dele, em coma no hospital, após a família ter sido assassinada.
Sem contactos locais, uma coincidência leva-o a contratar três assassinos a soldo. Entrega-lhes uma avultada soma de dinheiro e oferece-lhes o restaurante em troca de uma vingança, contra os autores do crime. Olho por olho, dente por dente.


Sobre o filme:

Nos últimos anos, o cineasta de Hong-Kong, Johnnie To revelou ser uma força criativa incontornável. Sua obra dialoga e transcende a tradição cinematográfica dos "filmes de gênero", tanto no ocidente quanto no oriente, construindo assim uma nova topografia, com sua câmera comportando-se como a pena de um artista da caligrafia.

Em 2009 entretanto, o mestre se supera! "Vingança" é o ponto de convergência para os caminhos que Johnnie To percorreu nos últimos anos: o silêncio eloquente, a poesia dos movimentos, o bromantismo trágico, a inutilidade da arte. Tudo envolvido pela atmosfera suspensa de violência e tristeza.
Mas mais do que isso, um filme-alzheimer. Um filme que se perde pra se encontrar em retalhos de imagens, um filme que reconstrói as cenas no exercício do olhar. Um filme para nunca ser esquecido.


Miguel Haoni (APJCC - 2010)


CINE CCBEU: espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.

Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e Cineclube Amazonas Douro, o Cine CCBEU funciona toda quinta, às 18:30, e apresenta dia 25 de novembro o filme "Vingança", encerrando o ciclo "Johnnie To e o Balé Silencioso" que contou com a curadoria especialíssima de Max Andreone (APJCC).
No dia 2 de dezembro será exibido o episódio "O Contador de Histórias", abrindo o ciclo "Uma viagem pelo cinema americano com Martin Scorsese".
Sempre com entrada franca!


Serviço:
25 de novembro (quinta)
às 18h30
no Cineteatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro


Mais informações:
Comunidade e Perfil
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

Alain Delon protagoniza noir inconfundível de Jean Pierre Melville

Cine CASA apresenta

"O Samurai", de Jean Pierre Melville


Sinopse:

"O Samurai", de Jean Pierre Melville, é um filme descritivo. Ele se constrói por completo em uma apresentação de personagem: Jef Costello (Alain Delon) é gélido e robótico e meticuloso.


Sentimos muito frio com a fotografia; um frio vindo de dentro, dos países gelados do norte, da mente daquele homem. Ele é o assassino perfeito, intransponível e respirando morte. Sua espada de Samurai é a câmera e seu aspecto retilíneo. Ele se desmascara e deságua em nossa frente e nos apaixonamos por sua fraqueza - esta que não é uma comum, das de seres Humanos: é a de Samurai quando falha em uma missão.

"O Samurai" é um filme de 1967, o décimo primeiro de Jean Pierre Melville, um dos maiores cineastas franceses de todos os tempos, com seu noir inconfundível e revolucionário na história do cinema.
 
Luah Sampaio (APJCC - 2010)
 

Serviço:

Dia 27 de novembro (sábado)
às 18h30
no Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude - Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur
Entrada franca!

Realização: APJCC e Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude
Parceria: Rede Norte de Cineclubes

D. Juan em três sessões nesta quarta

"Excelente!" "Depois a gente conversa..." "Delicado" "Psicodélico!" "Muito bom, cara" "Só achei que a cena deles andando ficou muito longa..." "Acho que tu ta vendo muito Godard..." "Meio Tarkovski né?" "Maldito" "Você fez um filme!" "Teu filme não tem um gênero substancial" "Parece que tu só tem uma perna no filme!" "O áudio no diálogo é impressionantemente nítido" "Não ouvi rigorosamente nada na cena do diálogo" "Estranho" "O início é lindo!" "Francamente, achei que esse Coltrane estragou" "Parece que tu bateu punheta com a mão esquerda, mas de camisinha: é isso o teu filme!" “O animal preso e livre começa dançar”

D.Juan


Sinopse:

O encontro de lobos.
O homem é lobo do homem.
A mulher é loba da mulher.
A ribalta é a lua cheia,
onde o encontro das bestas será aceito.


Informações Técnicas:

Filme rodado nos dias 27 e 28 de julho de 2010 pela produtora independente Sr. Cheff Produções. Contou com o apoio da ETDUFPA (que cedeu o local de filmagem, com iluminação), o CEPEPO (que cedeu a câmera e os cinegrafistas), a MTV BELEM (que cedeu o microfone), a PARACINE (que bancou a alimentação) e a SINTDACPA (que cozinhou de forma admirável).


D. JUAN
Título: D. Juan
Realizador: Mateus Moura
Assistência: Felipe Cruz
Produção: Sr. Cheff Produções
Atores: Ramón Rivera, Giovana Miglio, Haroldo França, Felipe Cruz e Mateus Moura
Música original: Ramón Rivera
Trilha sonora, montagem e fotografia: Mateus Moura
Figurino: Cassiane Dantas
Duração: 33 min
Formato: 16:9 & 4:3 / Cor / Digital

Parte da equipe de produção

Sr. Cheff Produções é:
Mateus Moura
Felipe Cruz
Luana Beatriz
Luah Sampaio
Juan Pablo
Samir Raoni
Janaína Torres
Glenda Marinho
João Pedro Rodrigues
Neto Dias
Cassiane Dantas
Max Andreone
Giovana Miglio
Ramón Rivera
Haroldo França
Harrison Lopes
Vanessa Silva


Serviço:

24/11 (quarta-feira)
Em 3 sessões: às 19h, às 20h e às 21h
No Cine Líbero Luxardo - Av. Gentil Bitencourt, 650, Térreo
Entrada franca.
Apoio de exibição: Cine Líbero Luxardo

Leia textos sobre o filme em Cinemateus.


17.11.10

Glauber no cineclube do Colégio Sucesso

Cineclube do Colégio Sucesso apresenta:

"Terra em Transe", de Glauber Rocha


O Grupo Ideal em parceria com a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema apresenta no dia 19 de novembro a obra-máxima do cinema brasileiro "Terra em Transe" do cineasta Glauber Rocha.
O Cineclube do Colégio Sucesso é uma ação cultural quinzenal de cunho cineclubista e espaço democrático de debates sobre cinema, arte e cultura. Visando o fortalecimento de uma comunidade ética e fraterna sob a bandeira da arte cinematográfica, o cineclube chega para ampliar o acesso gratuito a obras fundamentais na História do Cinema, integrando-se assim ao movimento nacional pela difusão do áudio-visual artístico e ao fortalecimento do circuito cultural paraense.
O Cineclube do Colégio Sucesso funciona quinzenalmente, às sextas-feiras 18h30, sempre com entrada franca!

Sobre o filme: 

"O cinema prolonga a vida. Estas imagens estarão eternas. Além da morte."
"Roberto Rosselini dizia que é mais fácil fotografar o mundo do que fotografar um rosto. O cinema, me disse Alexandre Kluge, deve ser polifônico. É uma nova arte e presa ainda ao naturalismo/realismo do romance. O romance, os senhores sabem, é uma expressão do século XIX. É, pois, a linguagem da burguesia. O cinema é a linguagem do capitalismo, isto é, do século XX. Cinema, jornalismo, televisão. O cinema, porque foi realizado até bem pouco tempo por homens com formação no século passado e formou e deformou o público e a crítica. E a maioria dos intelectuais. E, o que é mais grave, a maioria dos cineastas. O cinema é um instrumento de coração do capitalismo. Ou do policialismo. Liberdade, no cinema, sempre foi crime. Rimbaud, para lembrar um nome conhecido, que é ponto pacífico na poesia, se aparecesse fazendo filme como escrevia levava ovo na cara. Idem Cézanne. Até mesmo Van Gogh. E estes são artistas do século passado, nem mais vanguarda são considerados. Por que o cinema tem de ficar seguindo a narrativa de Maupassant?"
"Quando um intelectual vem me dizer que não gostou de Terra em Transe porque não entendeu, dá vontade de perguntar a ele se poesia ou música ele entende tudo como entende uma reportagem, isto é, no sentido explicativo, óbvio, ululantérrimo!"
"Convulsão, choque de partidos, de tendências políticas, de interesses econômicos, violentas disputas pelo poder é o que ocorre em Eldorado, país ou ilha tropical. Situei o filme aí porque me interessava o problema geral do transe latino-americano e não somente do brasileiro. Queria abrir o tema "transe", ou seja a instabilidade das consciências. É um momento de crise, é a consciência do barravento."

Glauber Rocha

Serviço:
19 de novembro (sexta)
às 18:30
No auditório no Colégio Sucesso (Mauriti entre Pedro Miranda e Antonio Everdosa)
ENTRADA FRANCA

Cartaz: Gabriel Cavalcante
Realização: APJCC e Grupo Ideal
Apoio: Colégio Sucesso e Cineclube Amazonas Douro

Cine CCBEU exibe "Sparrow", de Johnnie To

Cine CCBEU apresenta: 

"Sparrow", de Johnnie To




Tão leve que parece pedir para ser encarado como um filme menor de Johnnie To, trata-se de um dos seus mais elaborados e cuidadosos trabalhos já realizados por ele. Um musical sem números musicais visivelmente influenciado por Demy (para muito mais que a trilha à Michel Legrand) sobre ladrões de carteira e uma série de pequenos golpes e trapaças. Para muito mais que a coreografia e o tom de doce melancolia que marca o filme, a influência de Demy se dá na maneira que toda leveza do filme nunca disfarça o que está em jogo em cada troca em que os personagens se envolvem. No meio do caminho To nos apresenta a algumas das mais precisamente coreografadas seqüências do cinema em especial o duelo dos batedores de carteira e o interlúdio entre Simon Yam (perfeito como sempre), Kelly Chen e um cigarro que consegue superar qualquer coisa que Kar-wai tenha feito em termos de cinema fetichista. Mas Sparrow trata-se sobretudo de uma magnífico filme de cidade onde To vai aos poucos catalogando as mudanças de Hong Kong nos últimos anos (razão pela qual ele gastou 3 anos filmando este filme aparentemente muito simples e a ênfase no hobby de Yam ser fotografia). Sparrow respira a cidade e a câmera do cineasta sempre a lerta para descobrir um novo ângulo e uma nova maneira de entregar ação a locação

*Retirado de anotacoescinefilo.com



CINE CCBEU: espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.
Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Cineclube Amazonas Douro e com o apoio da Rede Norte de Cineclubes, o Cine CCBEU funciona toda quinta, às 18:30, e apresenta dia 18 de novembro, excepcionalmente no auditório, o filme "Sparrow", dando prosseguimento ao ciclo "Johnnie To e o Balé Silencioso" que conta com a curadoria especialíssima de Max Andreone (APJCC).
No dia 25, será exibido o filme "Vingança" , encerrando a programação de novembro.
Sempre com entrada franca!


Serviço:
18 de novembro (quinta)
às 18h30
Excepcionalmente no auditório do CCBEU (Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes

Mais informações:
Comunidade e Perfil
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

16.11.10

Os OVNIs de Colares no Inovacine

Inovacine/IPHAN apresenta
"Chupa-chupa: A história que veio do céu". Roger Elarrat e Adriano Barroso. 2007.




Chupa-chupa é a expressão atribuída, pelos moradores da ilha de Colares, no Pará, a Objetos Voadores Não Identificados que, em 1977, teriam feito aparições nos céus da cidade e até sugado o sangue de alguns colonos. O episódio chamou a atenção do poder público e das autoridades militares, que teriam montado a maior operação militar em torno de um evento ufológico que se tem notícia no Brasil. Chupa-Chupa: A História que veio do Céu reconta a história 30 anos depois, através do olhar e do imaginário dos colarenses, como a obra de Mestre Pacau, pescador e compositor de carimbó sobre o Chupa-chupa.


Serviço: 
17  de novembro (quarta)
às 18h30
No auditório do IPHAN (Travessa Rui Barbosa, esquina da Avenida Governador José Malcher)
ENTRADA FRANCA


Realização: INOVACINE
Apoio: IPHAN
Informações: (91) 8717-5666

9.11.10

Cine CASA apresenta Obra-Prima de Hayao Miyazaki

Cine CASA apresenta
Castelo Animado, de Hayao Miyazaki


O Castelo Animado demonstra que um gênio com o seu espírito, precisa habitar mais tempo em seu mundo fantástico, que pelos seus minuciosos quadros passa a ser de todos nós, que ganha movimento não pelas suas mãos, mas por toda a sensibilidade existente nos verdadeiros olhos de Calcifer, o fogo que alimenta o castelo, permitindo que ele se mantenha em pé.  É esse sentimento que nos move, nos estrutura enquanto templo vivo, se construindo a cada vertigem, a cada porta azul, verde, amarela e preta, portas que nos levam para as várias dimensões de nossa busca, que fazem com que o retorno ao nosso templo interno estruture-nos em andaimes que nos tornam próximos daquele sonho que um dia nossa infância sustentou, e que por esse entre e sai das portas fomos perdendo no caminho de nosso próprio castelo, sustentado pelo amor próprio, tendo que impor uma condição de maldição do fogo que em outrora já nos levou para um jardim repleto de estrelas cadentes que no martírio do tempo e das guerras foi fazendo-as caírem no lago profundo de nossas lembranças.

Há muito tempo consumimos as fábulas de magia e maldição, dando a margem do que diferencia o remédio do veneno, sabemos,  é a dose, e Hayao bebeu da fonte da animação levando nossa imaginação na mesma intensidade que nos faz reconhecer a alma iluminada de um verdadeiro gênio.

Samir Raoni (APJCC-2010)

Serviço:
13 de novembro (sábado)
às 18h30
Local: Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude - Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do CENTUR
ENTRADA FRANCA!

Realização: APJCC e Centro de Articulação Social Casa da Juventude
Parceiros: Rede Norte de Cineclubes

8.11.10

"Eleição" é o segundo filme de ciclo dedicado a Johnnie To

Cine CCBEU apresenta:

"Eleição", de Johnnie To


 
"Um modelo exemplar de toda uma forma de se fazer cinema, este filme de Johnnie To é um dos objetos de vital interesse para se compreender não só o cinema de ação em Hong Kong – para isso é mais recomendável recorrer à uma quantidade mais ampla de obras, cada vez mais fáceis de se encontrar em território brasileiro –, mas também como uma obra que vira do avesso o gênero a que pertence, sem deixar de lhe fazer parte. Election se estrutura de forma básica, apostando inclusive numa narrativa muito pouco movimentada para os padrões dos policiais de HK, mostrando duas vertentes de uma das sociedades de crime organizado locais preparando terreno para a eleição interna, onde um novo líder para os próximos anos seria eleito. O impacto do resultado e os dois possíveis líderes que ali guerream colocam não só o grupo em confronto com si mesmo, mas também a policia sem saber exatamente a quem atacar; as duas facções correm atrás de um bastão que significa a força máxima dentro do grupo – e jamais se é posto em questão não se curvar diante dele."

Guilherme Martins 

(fonte: Contracampo)

Serviço:
11 de novembro (quinta)
às 18h30
Excepcionalmente no auditório do CCBEU - Tv Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes

Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

3.11.10

O balé silencioso de Johnnie To no Cine CCBEU

Cine CCBEU apresenta:

"Exilados", de Johnnie To
 

Sinopse:
No novo filme do diretor Johnnie To, Exilados, o ano é 1998. O lugar: Macau. Cidade onde todos buscam a chance de ganhar dinheiro, antes que uma nova era se inicie. Um membro renegado, que está tentando uma nova vida ao lado de sua família, passa a ser procurado por dois mafiosos de Hong Kong. Mas os assassinos entram num dilema quando encontram dois antigos membros da máfia, cuja missão é proteger o alvo a qualquer custo. Uma simples e velha foto de infância nos revela a amizade que existe entre estes cinco homens e o porquê eles serão eternamente leais uns aos outros.



Sobre o Ciclo "Johnnie To e o Balé Silencioso":
 
Historicamente, o percurso do cinema confunde-se com o do cinema de violência. Dos pioneiros Thomas Edison e D.W. Griffith passando pela tradição do cinema comercial de gênero até artistas de vanguarda como Luis Buñuel ou Fritz Lang, grandes cineastas sempre tomaram a violência como matéria para refletir a existência e construir magníficos quadros.
Entretanto, por trás de cada grande cena em grandes filmes de gângster, faroestes, artes marciais ou policiais, existem sempre dramas pofundos sobre um dos mais belos fenômenos humanos: a amizade entre homens. E é deste ninho que nasce o cinema do maestro Johnnie To, cuja produção recente leva a representação da violência para patamares transcedentais.
Seus filmes são poemas mudos sobre a ternura entre foras-da-lei, lançados em situações extremas e envolvidos num universo moral, plástico e rítmico. Para To a encenaçao é, antes de mais nada, corporificada nos movimentos dos "matadores" em seu balé da morte.
Suas obras estão entre o faroeste-suspense de Howard Hawks e Sergio Leone e o balé ritualístico de Maya Deren e Jacques Demy, sem contudo deixar de ser a expressão absoluta e original do espírito deste velho chinês.
Em novembro, o Cine CCBEU convida o respeitável público a contemplar a dança silenciosa de Johnnie To, um mestre contemporâneo cuja extravagância do estilo faz lembrar de um princípio simples: poesia, em cinema, se faz com a câmera. O resto é resto.

Miguel Haoni
(APJCC - 2010)



CINE CCBEU: espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.
Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Cineclube Amazonas Douro e com o apoio da Rede Norte de Cineclubes, o Cine CCBEU funciona toda quinta, às 18:30, e apresenta dia 4 de novembro o filme "Exilados" abrindo o ciclo "Johnnie To e o Balé Silencioso" que conta com a curadoria especialíssima de Max Andreone (APJCC).
Ainda no mês de novembro serão exibidos os filmes "Eleição" (dia 11), "Sparrow" (dia 18, excepcionalmente no auditório) e "Vingança" (dia 25).
Sempre com entrada franca!

Serviço:

04 de novembro (quinta)
às 18h30
No cineteatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes
Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

1.11.10

A obra-prima de Andrea Tonacci no Inovacine

Inovacine/IPHAN apresenta:
Bang Bang. Andrea Tonacci. 1971.



Nenhum sonho pode ser tão lindo quanto a experiência cinefílica de Bang Bang. Finalizado em 1971, rodado em 11 dias com amigos nas ruas de Belo Horizonte, este clássico do cinema marginal é um dos grandes momentos do cinema moderno. Filme de Cinema.

Paulo César Pereio, em performance mais que antológica, é o homem-macaco solitário que vaga no caos da ficção real. Uma família de gangsteres grotescos, em seu encalço, comem, atropelam e atiram em tudo que vêem pela frente. Uma dançarina, acima de toda a cidade, promove a atração. Metacinema lúdico rigoroso, zeitgeist da geração cineasta por vocação, obra-prima na concepção de uma obra perfeita que ultrapassa o que ela própria se propôs. “Eu vejo Bang Bang como um filme em branco”, disse o diretor; cabe ao espectador decifrar prismaticamente o sentido da totalidade.

Andrea Tonacci, lançador dos dados, é o mago dos sons/ imagens, o prestidigitador do tempo/espaço. Dominado pelo cinema, e dominando-o, o maior cineasta desconhecido do país imprime em seu primeiro longa-metragem o símbolo do que Jairo Ferreira intitulou “cinema de invenção”.
Não existe concessão política, social, comercial ou sentimental. É a liberdade em estado de pura disciplina, a destruição em movimento de revolucionária criação, o prazer espiritual que caminha imponente e sereno na alçada do trabalho manual.

Bang Bang é um milagre, um milagre demasiado humano.   

Mateus Moura (APJCC/2010).

Serviço:

 
03  de novembro (quarta)
às 18h30
No auditório do IPHAN - Tv Rui Barbosa, esquina da Av Governador José Malcher
ENTRADA FRANCA

Realização: INOVACINE
Apoio: IPHAN
Informações: (91) 8813-1891