28.9.10

Filme da plateia exibe "O Profissional" no Cine CCBEU

Cine CCBEU apresenta

"O Profissional", de Luc Besson - Filme da Plateia



Sinopse: 

Em Nova York o assassino profissional Leon (Jean Reno) não vê sentido na vida. Quando a família vizinha é morta por policiais envolvidos com drogas ele decide proteger Mathilda (Natalie Portman), uma menina de 12 anos que é a única sobrevivente da família. Ela deseja se tornar uma assassina, para poder vingar a morte do seu irmão de 4 anos. Enquanto ela cuida da casa e ensina o pistoleiro a ler e a escrever, ele lhe ensina o básico de como manejar uma arma.

*Comentários: Sávio Oliveira

CINE CCBEU: Espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.
Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Cineclube Amazonas Douro e com o apoio da Rede Norte de Cineclubes, o Cine CCBEU funciona às quintas-feiras, a partir das 18:30, e apresenta dia 30 "O Profissional" de Luc Besson no Filme da Platéia com comentários de Sávio Oliveira.
No dia 7 de outubro o filme "Cães de Aluguel" abre o ciclo "Quentin Tarantino Badass Muthaghfckr" que terá a curadoria de Max Andreone (APJCC).
Sempre com entrada franca!

Serviço:

 
Data: 30 de setembro (quinta)
Horário: 18h30
Local: Cine-teatro do CCBEU (Tv. Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes

Mais informações:
Comunidade e Perfil
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Contato: (91) 88131891

22.9.10

APJCC realiza Ciclo de exibição de obras do Cinema Oriental


Ananindeua ganha primeira sala para exibição de grandes obras que marcaram a história do cinema, sempre com entrada franca!
 
De olhos bem abertos em quem tem os olhos meio fechados, a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), em parceria com o Cine Argonautas, promove um ciclo de exibições com pérolas do cinema oriental. Essa ação inaugura uma jornada da Associação em prol da criação de um olhar mais atento à fantástica produção audiovisual do Oriente.

O Brasil é o país com maior número de japoneses, salvo o próprio Japão. Na Amazônia, muitos imigrantes, desde o Ciclo da Borracha, vieram para o Pará e passaram a fazer parte da realidade sociocultural desta terra – brasileiros, filhos de gente que veio do outro lado do mundo e que se adaptou harmoniosamente à nossa cultura.

Já que poucos de nós vamos poder ir até lá fazer o mesmo, a APJCC propõe que façamos esse contato através da arte, através dos mestres orientais que nos emprestaram seus olhos pelas lentes do cinema. O Ciclo Novos Orientes vai exibir cinco obras, entre eles dois longas da primorosa animação japonesa que merece toda a sensibilidade de quem reconhece a verdadeira arte quando ela se apresenta. Enquanto alguns críticos discutem se esta pode ser considerada Arte como o cinema, alguns gênios como Miyazaki mostram que ela pode ser até mais.

(Lionay Dias, Samir Raoni e Thiago Oliveira)

Programação

29/09 - Princesa Mononoke, de Hayao Miyazaki
06/10 - RAN, de Akira Kurosawa
13/10 - Dragão Chinês, de Lo Wei
20/10 - Sede de Sangue, de Chan-wook Park
27/10 - Túmulo dos Vagalumes, de Isao Takahata

Serviço:

Ciclo Novos Orientes
Data: 29 de setembro, 06, 13, 20 e 27 de outubro (quarta-feira)
Local: Sala de Exibição do Restaurante Popular de Ananindeua – Cidade Nova VI, WE 72 com Sn 22, em frente à Praça Dom Vicente Zico
Horário: 18h30


Confira a sessão Princesa Mononoke (aqui)

Ciclo Novos Orientes apresenta Princesa Mononoke, grande perola de Hayao Miyazaki


*“Uma princesa entre os lobos , um mergulho nos princípios da natureza”

Sinopse:

Ashitaka é o jovem guerreiro do clã Emishi que é amaldiçoado ao defender a sua aldeia de um demônio criado pela violência humana. Assim, viaja até a região controlada pelo clã Tatara na esperança de compreender a maldição que lhe fora posta, antes que esta o mate. O que Ashitaka vai encontrar é um conflito entre os humanos e os deuses da floresta. Apanhado no meio do conflito, Ashitaka conhece a Princesa Mononoke (san), criada por lobos e trava ferozes brigas para acabar com os humanos que ameaçam a floresta. Ashitaka coloca-se entre San e Lady Eboshi, a líder do clã Tatara, procurando um meio de terminar a guerra.


Sobre o filme
Em um épico sobre a tumultuosa relação do homem com a natureza, Miyazaki mostra como a animação tradicional japonesa, ao usar temas tão recorrentes como amor e ecologia, pode resultar em uma obra tão surpreendente. Com sua estética de sonho, ele pinta uma era de deuses ferais que, incapazes de defender a floresta da pólvora do homem, são consumidos por ódio e a vingança. Uma era onde o homem também perece entre guerras e pragas naturais, escolhendo domar a natureza para sobreviver. Sem maniqueísmos, Miyazaki combina política e fantasia, príncipes e deuses, em uma guerra que não distingue lados, uma guerra onde sangue e lágrimas são os espólios, uma guerra como todas as outras.

 

Lionay Dias


* * *

Serviço:


Cine Argonautas & APJCC apresentam: “Princesa Mononoke”, de Hayao Miyazaki

Data: 29 de setembro (quarta-feira)
Horário: 18h30
Local: Sala de Exibição do Restaurante Popular de Ananindeua (Cidade Nova VI, WE 72 com sn 22 - em frente a praça Dom Vincente Zico)
Entrada franca

Realização: APJCC e Cine Argonautas

Parceria: SEMMA, Cine CCBEU, Ponto de Cultura Ananin e Rede Norte de Cineclubes (RNC)
Comentários: Lionay Dias, Samir Raoni e Thiago Oliveira


O rebelde sem causa James Dean no aniversário do CCBEU

Cine CCBEU - Sessão Especial - 55 anos de CCBEU

"Juventude Transviada", de Nicholas Ray

 
Sinopse:

Jim Stark (James Dean) é um bom rapaz, mas que acabou tomando rumo errado na vida sem motivo aparente - o que justifica o termo "rebelde sem causa" do título original. Seus pais sempre mudam-se de cidade para encobrir as besteiras que seu filho faz, porém Jim os confronta quando percebe que fez algo realmente sério desta vez. Em contraponto, acaba se apaixonando pela linda Judy (Natalie Wood), namorada do principal envolvido no caso errado de Jim.

Sobre o filme:

Nicholas Ray finca nos primeiros segundos de Juventude Transviada, 1955, sua cartela maldita e poética, em uma cena marcante; o jovem Jim Stark em uma sarjeta, cambaleando, enquanto os créditos aparecem. O ator que sustenta esse personagem desesperado e fraco - os ‘fantoches’ de Ray carregam essa fraqueza, são crianças desajustadas que só enxergam a solidão moral – teve uma curta passagem no cinema, o soberbo James Dean. O cineasta encontra em Dean dois extremos com os quais adora modular: selvageria e delicadeza. Não existem dúvidas quanto à força suprema que Dean exibe nas telas. Juventude Transviada foi o primeiro a mostrar a rebeldia adolescente. Ray expõe sua América em delinqüentes juvenis e tem em sua operação um aliado; o Cinemascope. Inventado para combater o poder da TV, o então novíssimo recurso alargava a tela lateralmente. Para alguns ele somente legitimaria enterros e cobras, para Ray o Scope serviu para dar brilho a seu grito sujo e seu mundo de cores vibrantes, espaços demarcados pela inquietude de seus protagonistas perdidos. Nicholas Ray foi tragado pelo alcoolismo e câncer, apreciava o cheiro despedaçado da alma, é um dos grandes artistas da sétima-arte. Juventude Transviada deixou cicatrizes e gerou diversos herdeiros, mas nenhum com a mesma sinceridade e intensidade. É um registro brutal e sublime da adolescência, realizado pelas mãos de um homem que soube entender seu tempo e sua arte.

Aerton Martins (APJCC -2010)


* * *

CINE CCBEU: espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.

Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Cineclube Amazonas Douro e com o apoio da Rede Norte de Cineclubes, o Cine CCBEU funciona quinzenalmente às quintas-feiras, a partir das 18:30, e apresenta dia 23 de setembro, em sessão especial em comemoração aos 55 anos do CCBEU, o filme "Juventude Transviada" de Nicholas Ray, com comentários de Aerton Martins (APJCC).

Encerrando a programação de setembro, no dia 30 o Filme da Platéia será "O Profissional" de Luc Besson comentado por Sávio Oliveira. 

Sempre com entrada franca! 

* * *

Serviço: 

23 de setembro (quinta)
às 18:30
No Cine-teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes 

Mais informações: 
Twitter da APJCC: http://twitter.com/apjccnews
Contatos: (91) 88131891

Inovacine faz 1 ano e se firma como projeto social

“O Inovacine escreveu o seu nome na história da arte e da cultura do Pará, seus indicadores são reveladores de um projeto inovador que leva o nome da Fapespa para todas as regiões do Pará, agregando valores artísticos e culturais à Instituição e, o que é melhor, formando jovens em cinema e cineclubismo e garantindo a inclusão das comunidades nos processos criadores de arte e de conhecimento”. Dessa forma, o diretor-presidente da Fapespa, Ubiratan Holanda Bezerra, avalia o primeiro ano do projeto desenvolvido em parceria com a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema, APJCC.

A dimensão desta análise pode ser facilmente contabilizada: em um ano, o Inovacine organizou 7 mostras de cinema (“Glauber Rocha”; “Cinema Paraense”; “O novo cinema paraense”; “O negro no cinema de Nelson pereira dos santos”, “Invasão Beto Brant”; “Cinema Novo”; “Cinema Marginal”), tendo formado mais de 100 cineclubistas nas oficinas realizadas em 12 municípios, aonde aconteceram 73 sessões cineclubistas, com a projeção de 86 filmes, sendo 38 paraenses, 27 nacionais e 20 estrangeiros.

E para marcar o primeiro ano do Inovacine, os organizadores do projeto realizaram uma consulta pública para saber qual filme passar no dia 22 de setembro de 2010. O filme selecionado foi “A poeta da praia”, de Márcio Barradas. A sessão acontecerá às 18H30min no auditório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com entrada e diálogo francos.






Sobre este realizador, o coordenador do Inovacine, Francisco Weyl escreveu um texto crítico denominado “O realizador da ilha”, que transcrevemos abaixo:

“Um realizador de cinema independente é como uma ilha, entretanto, mais que terra ele é pedra, mas não cercada de água e sim por montanhas, por todos os lados.

E se o mundo é uma ilha, margeada, por tsunamis, o realizador independente, à margem, também constrói terremotos submarinos.

Isolado, mas não solitário, o realizador independente é capaz de sobreviver a todas estas intempéries produzidas pelo subcinema comercial.


Porque assim ele (d)escreve a sua a gramatologia fílmica, por entre experimentalismos e narrativas, forjados à vigília e lapidados em pedras que depois se tornam esculturas.

As ilhas de tão distantes, paradisíacas, são pinturas de sonhos, imagens. Assim é Mosqueiro”.


A Poeta da praia (Sinopse): Filósofa moradora de rua vive refugiada numa ilha, fugindo do contato humano. Passa seus dias perambulando pelas praias escrevendo seus pensamentos na areia. Não demora muito para ser notada pela população local, que não entende as atitudes da estranha mulher e passa a hostilizá-la. Sua vida, então, fica mais exposta às mazelas de uma sociedade contraditória e violenta.


SERVIÇO – 1 ano do Projeto INOVACINE. Projeção de “A poeta da praia”, de Márcio Barradas. Dia 22, 18H30min. No auditório do Iphan. Entrada e diálogos francos.


©


FONTE: Ascom/Fapespa

20.9.10

Obra do controverso diretor Pier Paolo Pasolini em exibição no Cine CASA

Cine CASA* apresenta:

Mamma Roma, de Pier Paolo Pasolini

 
Mamma Roma é o segundo longa do polêmico cineasta italiano Pier Paolo Pasolini e trata da vida de uma prostituta, interpretada pela grandiosa Anna Magnani, que tenta mudar de vida para voltar a morar com seu amado filho, na esperança de dar a ele um bom futuro, empreendimento cujas dificuldades são retratadas nessa película de 1962, em que alguns dos enquadramentos e angulações se assemelham a afrescos de importantes nomes da pintura italiana.


(Guimarães Neto - APJCC 2010)

* * *
Serviço:

Cine CASA apresenta: “Mamma Roma”, de Pier Paolo Pasolini
Data: 25 de setembro (sábado)
Horário: 18h30
Local: Centro de Articulação Social e Apoio (CASA) da Juventude – Av. Gentil Bittencourt, 694 (ao lado do CENTUR)
ENTRADA FRANCA
Realização: APJCC E CASA da Juventude
Parceria: Cine CCBEU


*Por motivos além do nosso controle, tivemos que mudar o nome de Cine CAJU para Cine CASA. Contamos com a sua compreensão.

15.9.10

CINE CCBEU apresenta: Curtas do Coletivo Resistência Marajoara



Cobras e feiticeiras marajoaras no CCBEU
 Ação criadora originária de comunidades periféricas - na contracorrente das instituições e à revelia do silêncio dos fazedores de opinião e de cultura -, o RESISTÊNCIA MARAJOARA é uma prova de que os fenômenos culturais não sucedem por decreto ou por vontade de indivíduos, ao contrário, resultam da luta entre grupos e nações e se processam de forma dinâmica no interior das sociedades.
Em dois anos, o projeto RESISTÊNCIA MARAJOARA se tornou uma marca – resultado de oficinas de diversas linguagens das quais nasceram cerca de dez obras audiovisuais realizadas/produzidas de forma coletiva por jovens que nunca haviam pegado numa câmera de filmar no Município de Soure, ilha do Marajó. Prêmio Funarte (Residência Artística/Interações Estéticas-2009), o projeto estimula jovens à produção audiovisual com a tecnologia do possível (disponível). Alguns deste filmes poderão ser assistidos no Cine CCBEU, na próxima quinta-feira, 16 de setembro de 2010.
Com jovens se revezando na realização, produção, técnica e mesmo como atores/atrizes, os filmes deste projeto atravessam o universo marajoara, os elementos mágicos, míticos e religiosos, as encenações híbridas, o sagrado e o profano, alguns signos e as suas possibilidades de traduções, as tradições e o tempo presente, enfim, diversos e complexos processos simbólicos de representação comunitária.
“Forjados nas práticas artísticas e sociais que envolvem as comunidades locais, enquanto pilares das atividades inovadoras que possibilitam a melhoria da qualidade de vida das pessoas, estes filmes são parte de uma nova concepção estética que vem sendo construída a partir dos tradicionais símbolos míticos e eróticos da cultura marajoara, nos quais as falas perdem lugar para as atitudes, os pensamentos saem de cena para a entrada dos gestos, os protocolos são superados pelos processos e os resultados idealizados são destruídos pelas dinâmicas sociais”, analisa o coordenador do projeto, o poeta e realizador Francisco Weyl.
CONTEXTO - Com raríssimas condições de infra-estrutura econômica, o Marajó, a maior ilha rodo-fluvial do mundo (49.606 Km2) se caracteriza pela concentração de renda e elevados índices de mortalidade infantil. O PIB per capita, de apenas R$ 2.119,00, equivalia a 48% do PIB per capita paraense e a 24% do PIB per capita médio do País.
Com uma população de 22.063 habitantes (IBGE-2007), Soure tem 12.369 pessoas abaixo da linha de pobreza. De acordo com o IPEA, 35.670 famílias estão abaixo da linha de pobreza em todo o Marajó (40% do total de famílias). Em Soure, o IDH médio é de 0,720; 0,860 (Idh educacional); 0,750 (Idh longevidade); e 0,560 (Idh renda).
“O RESISTÊNCIA surgiu para atender a uma demanda da sociedade local, expressa a partir da manifestação de pessoas e grupos articulados à produção cultural marajoara e que dizem respeito à necessidade de que sejam organizadas agendas de intervenção artística e social voltadas, especialmente, à comunidade, e, necessariamente, com a participação desta como propositora, provocadora e executora”, finaliza Weyl.


©Francisco Weyl
Carpinteiro de Poesia e de Cinema
Comentador convidado


Serviço:

16 de setembro (quinta)
às 18:30
No Cine-teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA


Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro

14.9.10

Ação em REDE envolve movimentos sociais de vários estados do Brasil


APJCC realiza sessão pelo Dia Mundial da Cultura de Paz em Parceria com outros estados brasileiros.

Por Samir Raoni (APJCC-2010)

Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de Setembro, e teve sua primeira manifestação em 30 de novembro de 1981, pela ONU. Nesse dia o mundo mundo pede que todos os seres pratiquem a paz - mesmo que seja um grande desafio vivencia-la plenamente, afinal, não é porque é dia internacional da paz que vamos conseguir esquecer toda a violência existente no mundo, mas não podemos deixar de considerar que esse é um bom dia para olharmos a importância de cultiva-la, tentar estabelecer uma outra relação com os seres que viventes.
O Dia Internacional da Paz vai acontecer de 21 a 26 de setembro e tem sido construído por vários seguimentos da cultura do Brasil de forma colaborativa, através de uma Grande Ação em Rede, envolvendo Pontos de Cultura, Movimentos Socioculturas e Organizações Não-Governamentais de várias regiões do país que chegam para somar nessa grande ação planejada deis do  Encontro de Ponteir@s da Cultura de Paz realizada pelo Instituto Pólis que é Pontão de Cultura de Paz em São Paulo, sendo referência em metodologias, mapeamento e sistematização de metodologias e ações que emergem para uma transformação social regada pela Cultura de Paz.
O intuito de realizar uma ação colaborativamente com vários atores sociais no Dia Internacional da Cultura de Paz é proporcionar um compartilhamento de saberes, na perspectiva de uma construção coletiva e co-responsável para uma sociedade orientada pela prática do respeito, da solidariedade e dos valores da cultura de paz; além de fundamentar ação-reflexão-ação, tendo como proposta instrumentar essas ações para que elas envolvam o máximo de agentes de transformação de base possível, permeando a transmissão de valores, artes e saberes voltados para uma Cultura emergente para sustentabilidades humanas, que legitima o fazer e a cidadania culturais.
Estamos em diálogo através de e-mail, skype, msn deis de junho tecendo esse grande Boom Pela Paz. E agora, no mês de Setembro teremos inúmeras atividades acontecendo, podendo ser acompanhadas pelo blog GT Cultura de Paz ou pelo Portal da Rede Norte de Cineclubes.
A Comissão Nacional de Pontos de Cultura através de seu Grupo de Trabalho de Cultura de Paz fez algumas propostas na lista, discutidas no Congresso Internacional de Drama Teatro e Educação (IDEA) e em outros fóruns e espaços de referido interesse temas importantes que apontem nessa direção, e muitas propostas foram apresentadas e as que pareciam mais urgentes de serem materializadas foram aprovadas, e um dos resultados que vale citar aqui nesse espaço é a Carta de Cultura e Educação Transformadora com alguns nortes temáticos destas práticas.
Nosso proposito é que cada envolvido realize alguma ação que tenha a cultura de paz como proposta, as linguagens podem e devem ser as mais diversas possíveis: teatro, dança, poesia, grafite, artes visuais, no caso da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), optamos pelo audiovisual.
A Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema faz coro a Rede Nacional de Pontos de Cultura que conta com mais de 2.700 pontos de cultura em todo o país, convidando todos os amantes da sétima arte a participar da sessão do filme “Tempos de Paz', de Daniel Filho, nesta sexta-feira, a partir das 18h00 no Restaurante Popular de Ananindeua.
Essa sessão visa somar nessa grande Ciranda pela Paz! Vamos irradiar essa luz, praticando um outro mundo mais humano, fraterno, solidário, possível!

Confira a sessão (AQUI)

Sessão pelo Dia Internacional da Cultura de Paz


Parceria entre APJCC e Cine Argonautas, exibe “Tempos de Paz”


Por Samir Raoni (APJCC-2010) 

O próximo dia 17 de setembro marca o novo ciclo de exibição do Cine Argonautas que inicia com o filme. “Tempos de Paz” de Daniel Filho, a sessão integra a programação em rede do Dia Internacional da Cultura de Paz (aqui), Realizado pela Comissão Nacional de Pontos de Cultura através de seu Grupo de Trabalho de Cultura de Paz na qual a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema é parceira.
A sessão também faz coro a mostra “Curta a Cultura de Paz” que acontece no dia 21 de setembro no Instituto Pólis – Pontão de Cultura de Paz. Importante lembrar o dia conta com inúmeras manifestações e praticas pela Cultura de Paz dos mais diversos pontos de cultura e movimentos sociais do Brasil. Em Belém a APJCC realiza sessão em parceria com o Cine Argonautas, que realiza sessões todas as sextas-feiras no Restaurante Popular de Ananindeua (localizado na cidade nova VI), sempre com entrada franca.

A curadoria do Cine será feita colaborativamente entre os Argonautas e a APJCC, e nesses semestre exibirá, grandes obras da cinematografia mundial, passando pela produção paraense, brasileira, americana, europeia, oriental e pelo cinema de animação. Para dar início à programação, o filme Tempos de Paz do cineasta brasileiro Daniel Filho, que tem feito um belo trabalho nessa arte chamado cinema. O filme não gerou uma grande repercussão no cinema comercial, e suas imagens em movimento ainda continuam inéditas para muitos cinéfilos, e cabe a nós difusores dessa arte tão preciosa, revelar o olhar daqueles que ainda não se permitiram deslumbrar-se com essa janela visionária.


Sessão: Tempos de Paz
Em abril de 1945 os combates da 2º Guerra Mundial já cessavam na Europa, mas o Brasil ainda estava tecnicamente em guerra. O combate entre Segismundo, interrogador alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, com o ex-ator polonês Clausewitz, confundido com um nazista fugitivo, se desenrola na sala de imigração do porto do Rio de Janeiro. Tudo porque o fim da Guerra, por ironia do destino, é o que tira a paz de Segismundo. Ele teme a vingança de seus ex-prisioneiros. E hoje chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro, Segismundo é quem decide quem entra ou não no país. Clausewitz terá que usar todo o seu talento de ator para provar que não é um seguidor de Hitler. O filme retrata um período crítico da história brasileira e fala do maniqueísmo e da luta pela vida.

SERVIÇO

Cine Argonautas apresenta “Tempos de Paz”, de Daniel Filho
Data: 17 de setembro (sexta-feira)
Horário: 18h
Local: Restaurante Popular de Ananindeua – Cidade Nova VI
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e Cine Argonautas
Parceria: Secretária de Meio Ambiente de Ananindeua e RNC
Comentários: Samir Raoni

9.9.10

APJCC na mídia: reportagem da Revista da Cultura relembra os 50 anos de Psicose

A marca do gênio

O suspense no cinema ainda bate palmas para a obra de Hitchcock depois de 50 anos do lançamento de Psicose

Por Fábio Lima

A jovem loira se despe e vai ao chuveiro. A tranquilidade do banho é interrompida pela sombra de uma mulher atrás da cortina. O barulho da água dá lugar à trilha sonora Bernard Herrmann. A senhora desfere quase dez facadas e se vai. No papel de Marion Crane, Janet Leigh puxa a cortina do boxe, como se esta pudesse ajudá-la. A água leva ao ralo o sangue, que Alfred Hitchcock forjou com chocolate. A cena prossegue lentamente do olho para todo o rosto de uma Marion já sem vida, mas eternizada. Há quem jamais tenha visto Psicose  e conhece a cena parodiada por Pernalonga ou em outro filme. Muitos desconhecem, por exemplo, que a cena é uma reviravolta na trama, levando à investigação do mistério no Bates Motel. Mais que isso, provocou uma reviravolta no cinema [a morte da “mocinha”] – ainda que tenha levado algum tempo. Após 50 anos do filme e 30 da morte do diretor, ele talvez fosse menos lembrado se um intelectual da Nouvelle Vague  não tivesse tirado o rótulo de mero produtor. “Hitchcock hoje é considerado por muitos o maior diretor de todos os tempos, pelo trabalho crítico de resgate que Truffaut [François] arquitetou com a sua monumental entrevista (que virou livro, em espanhol, El cine según Hitchcock). Lógico que, com isso, não digo que Hitchcock é o que é por causa do Truffaut. Ele sempre foi um gênio audiovisual e continuaria sendo até hoje o ‘mestre do suspense’ por sua incrível habilidade de autopromoção. Mas foi o respeito à essência de seu cinema que o grande crítico francês iluminou com a sua sensibilidade e coragem”, lembra o professor Mateus Moura, que preside a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema – APJCC.

O diretor inglês conseguiu mesmo se promover, além de provocar revoluções no cinema, como no uso do plano-sequência – caso de Festim diabólico, rodado com apenas dez tomadas. Ele criou marcas, como a preferência por atrizes loiras e os vários títulos de filmes com apenas uma palavra: Notorious (Interlúdio), Frenzy (Frenesi), Birds (Os pássaros)... As rápidas aparições em cenas popularizaram sua pessoa e criaram a sensação de “Onde está Wally?”. Até mesmo em Lifeboat (Um barco e nove destinos), gravado inteiramente em um barco à deriva, Hitchcock conseguiu se fazer presente em um anúncio de jornal.

Não é por menos que o diretor arrebatou fãs de todas as faixas etárias. a jornalista Carolina Rocha, 26 anos, acredita que hitchcock é daqueles diretores cujo trabalho não cansa, não esgota. “a vontade de assisti-los não acaba. É o que eu chamo de eterno. hitchcock está vivo. vivo em cada um de nós que vê e revê seus filmes e enxerga mais detalhes, vibra com mais uma minúcia...”, completa. Fã que é fã não se prende a Psicose e até prefere outros filmes ao clássico de 1960. “Todas às vezes que assisto a Marnie – As confissões de uma ladra, fico tensa, ansiosa e cada vez mais apaixonada por Sean Connery. a direção minuciosa de hitchcock fez Tippi hedren brilhar”, descreve a jornalista.

A lista de Mateus Moura é maior, com momentos marcantes e sem ordem de pódio. “a fuga do avião em Intriga internacional, os humanos indefesos engaiolados em cabines telefônicas em Os pássaros, a apresentação de grace kelly em Janela indiscreta, a morte num desabrochar violeta em Topázio, a cena final em Um corpo que cai, que nunca tentarei traduzir em palavras. Alfred Hitchcock é a porta de entrada e de saída dessa arte chamada cinema”, conclui.

Tanto impacto e reverberação não poderiam render outra coisa senão homenagens. hitchcock não cabe na wikipédia e ganhou uma só para ele: a hitchcockwiki.com tem 1,7 milhão de visitas mensais e mil frames de cada filme do diretor. dezoito de seus trabalhos foram relançados em dvd pela universal em comemoração às datas e algumas obras já podem ser encontradas em Blu-ray. Em Belém, a APJCC pretende realizar no "Ano Hitchcock" um evento para discutir em cineclubes toda sua obra.©


Fonte: Revista da Cultura, edição de setembro. Leia aqui.


* * *


Neste sábado, dia 11 de setembro, a APJCC homenageia o mestre com a exibição de "Um Corpo que Cai", no Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude (Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur). A partir das 18h30, com entrada franca!

6.9.10

Doc-ficção de Afonso Galindo é cartaz do Inovacine

Inovacine/IPHAN apresenta 

"O Negro no Pará - Cinco Décadas Depois", de Afonso Galindo


Doc-ficção sobre o processo de pesquisa de Vicente Salles (pesquisador) para publicação de sua importante obra “O Negro no Pará – Sob o Regime da Escravidão”. Com depoimentos de remanescentes do quilombo de Petimandeua (Castanhal -Pará), pesquisadoras e integrante do movimento Negro no Pará, em busca do percurso dessa investigação histórica. Conta também com o depoimento de Clea Simões, atriz paraense e membro da comunidade barbadiana.

Ficha técnica
Direção: Afonso Gallindo
Roteiro: Afonso Gallindo/Rose Silveira
Produção Executiva: Rose Silveira
Edição: Afonso Gallindo /André Mardock
Produção: Maria Christina
Fotografia: Marcelo Rodrigues
Mixagem Aúdio: Léo Bitar
Elenco: Dani Sá e Ronald Bergman (in memoriam)
Realização/Patrocínio: Instituto de Artes do Pará (IAP) / Projeto Raízes

Serviço: 

“O Negro no Pará - Cinco Décadas Depois”, de Afonso Galindo
Dia 08 de setembro (quarta-feira)
Às 18h30
No auditório do IPHAN - Tv Rui Barbosa, esquina da Avenida Governador José Malcher. 
Realização: INOVACINE. 
Apoio: IPHAN. 
Informações: (91) 8813-1891 
ENTRADA FRANCA

2.9.10

Obra-prima de Hitchcock inaugura Cine CAJU

Parceria entre APJCC e CASA da Juventude exibe “Um Corpo Que Cai”

O próximo dia 11 de setembro marca o início das atividades de mais um cineclube promovido pela Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC). “Um Corpo Que Cai”, de Alfred Hitchcock, foi o escolhido para dar início ao Cine CAJU, realizado em parceria com o Centro de Articulação Social e Apoio (CASA) da Juventude. As sessões acontecem aos sábados, a partir das 18h30, sempre com entrada franca.

A curadoria coletiva dos integrantes da APJCC revisita, neste semestre, grandes obras da cinematografia mundial, passando pela produção americana, europeia, oriental e pelo cinema de animação. Para dar início à programação, nada melhor do que uma obra daquele que foi um dos maiores mestres dessa arte chamada Cinema.



Sessão I: Um Corpo que Cai

Afastado do trabalho na polícia após desenvolver acrofobia, Scottie é encarregado de vigiar Madeleine, uma mulher com possíveis tendências suicidas. A tarefa aos poucos se transforma em obsessão, enquanto a trama leva o espectador em direções misteriosas. O filme de 1958 é estrelado por James Stewart e Kim Novak e traz a trilha sonora de Bernard Hermann.

Apesar de indicado a dois Oscar, “Um Corpo que Cai” teve recepção apática pela crítica norte-americana. Mas, felizmente, a História corrigiu o erro e a obra-prima de Hitchcock figura, respectivamente, em 1º e 9º lugares nas listas de melhores filmes de mistério e melhores filmes de todos os tempos do American Film Institute. Mas listas e premiações estão longe de ser o melhor motivo para se assistir a esse filme.



Cinema: artifício, encenação, ilusão, verdade, imagem –
Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchchcock


Texto de Felipe Cruz (APJCC 2010)

Qual o poder de uma imagem? Uma mulher loira, vestida de verde, olhar melancólico, sempre tão sozinha: é ela a imagem. Mas que verdade se esconde atrás dela? Ou que verdade pode-se enxergar através dela?

Alfred Hitchcock foi um desses artistas que são a definição perfeita de sua linguagem, e a linguagem de Hitchcock era o cinema, ele era, portanto, um apaixonado pela Imagem. Como os assassinos e criminosos de outros tipos que tantas vezes retratou em seus filmes, Hitchcock era um Mestre em criar uma cena e fazer com que o espectador enxergasse naquela encenação apenas o que o diretor queria lhe mostrar. Rei da manipulação.

Mas o que acontece quando os artifícios que provocavam a ilusão são expostos àqueles que estavam sendo manipulados? O que acontece quando a imagem que era “falsa” é tão brilhantemente concebida que chega a criar um sentimento legítimo? O que acontece quando esse sentimento é o amor?

Um filme de desesperados e obcecados, “Um Corpo que Cai” abre a ferida de um homem que amou tanto a mentira que nela encontrou a mais pura e eterna verdade. Para cada um de nós, essa mentira recebe um nome diferente, para Hitchcock essa "vertigem" se chamava Cinema.


Serviço:

Cine CAJU apresenta: “Um Corpo Que Cai”, de Alfred Hitchcock
Data: 11 de setembro (sábado)
Horário: 18h30
Local: Centro de Articulação Social e Apoio (CASA) da Juventude – Av. Gentil Bittencourt, 694 (ao lado do CENTUR)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC E CASA da Juventude
Parceria: Cine CCBEU
Arte do Cartaz: Bender

APJCC viaja pela Amazônia

Oficina de Formação Cineclubista será ministrada em vários estados da região

Pará, Amazonas, Roraima e Tocantins são os estados que recebem a Jornada de Formação Cineclubista e Web-ativismo Digital realizada pela Rede Norte de Cineclubes (RNC). Promovido com o objetivo de articular e difundir as práticas cineclubistas do norte, o projeto tem a parceria da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC).

Através da realização de doze oficinas, a programação visa potencializar ações socioculturais por meio do investimento em dois eixos: capacitação de pontos de cultura, infocentros, cineclubes e escolas na produção de vídeos, áudios e sites nos Infocentros do Programa NavegaPará; e instrumentalização dos participantes na prática de se gerenciar um cineclube, proporcionando ainda  aprofundamento na teoria cinematográfica através do estudo da história do cinema.

O projeto será desenvolvido em três jornadas, através de doze oficinas. No Pará, elas acontecem no Núcleo Metropolitano de Belém, Nordeste Paraense e Soure. Em novembro, inicia-se o planejamento das oficinas no Núcleo Marabá (Regiões Sul e Sudeste do Pará) e Núcleo Santarém (Regiões do Baixo Amazonas, Xingu e Tapajós).

RNC?

A Rede Norte de Cineclubes (RNC) foi aprovada através do edital Tuxaua, do Ministério da Cultura.A REDE NORTE DE CINECLUBES tem como parceiros do projeto a APJCC, Coletivo Puraqué, Ponto de Cultura Canto das Artes (TO), A Bruxa Ta Solta (RR), Ponto de Cultura Escada Sem Degraus (AM), Pontão de Cultura Pororoca da Cidadania, Pontão Rede Amazônica de Protagonismo Juvenil, Pontão de Cultura Digital do Tapajós, Ponto de Cultura Fundação Tocaia, Ponto de Cultura Aldeia Digital, Inovacine e Cine Mais Cultura

1.9.10

Caminhemos para que um dia possamos andar*

"Louco, para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada era seu mundo." (João Nogueira)


Que se foda o bom senso, a minha relação com as obras de arte são, acima de tudo, sexuais. A minha intimidade com algumas é tão grande que todos os sentimentos mais viscerais, naturalmente, afloram: superproteção violenta, adoração fanática, saudade desesperadora, Lucidez, Amor. Banalizar, a base de preconceitos, uma bela e honesta construção artística de animação na minha frente, por exemplo, é como dar um beliscão na cara da minha mulher. Infelizmente a minha educação emocional latina não harmoniza com o silêncio da paciência. A metodologia aplicada é antropologicamente clara e direta: Eu saio na porrada. É inevitável, é a desgraça do apaixonado. E como não me interessa o contato físico com qualquer um, escolho a arma da palavra, mais higiênica e consequente.

É fato. 99,9 % dos críticos de cinema – atenção, não estou falando do público em geral... – não sabe por onde passa a arte da animação. E este parece ser o ritmo natural das coisas... 99,9 % dos críticos literários também não tem a menor noção do que são as histórias em quadrinho. Culpa, não da indústria cultural, mas do ingênuo – porque alienado, quando se crê desalienado - olhar que se dirige aos produtos que dela nascem.

O termo “senso-comum” é comumente utilizado nos discursos insuflados dos elitistas para estabelecer sua diferença com o gado. Se termos psicanalíticos como “neurose” e “inconsciente” estão à disposição de qualquer um hoje, se são uso do senso-comum, deve-se não desesperar porque tais saberes foram ‘banalizados’ (!), mas celebrar a multiplicação dos pães.


É no lírico e monstruoso início do filme de classe Z Female Vampire, de Jess Franco, quando Lina Romay surge das brumas do desconhecido vestida de capa, coturno e cinto pretos, e a câmera adentra seus poros sedentos do desejo mais puro que sabemos que a Poesia só vem de um lugar: do coração dos artífices.

“Anyone can cook”, diz o eterno cheff Gusteau ao ratinho Remy em Ratatouille, numa das maiores obras de arte deste século. A culinária, uma arte que lida com tato, visão, paladar e olfato, memória, novidade e montagem, e que talvez seja a segunda maior de todas as artes (só perdendo para o sexo), é, falando de senso-comum, muitas vezes conscientemente esquecida como tal. Na subida (só possível no universo da animação) pelos caminhos de um roedor, dos esgotos obscuros da solidão à liberdade das luzes da cidade dos sonhos, contemplamos a maior apresentação audiovisual de um cenário (este totalmente irreal) desde Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone. É com Gusteau, gordinho como o cheff Alfred Hitchcock, o principal diálogo deste ratinho sonhador; é com Walt Disney, Winsor McCay, e outros sonhadores e criadores de movimento em mundos de linhas e cores o principal diálogo de Brad Bird e seus companheiros da Pixar.

Através da sinestesia das cores palatáveis em fogos de artifícios computadorizados Brad Bird, através de Remy, tenta explicar ao glutão Emile a beleza de simplesmente experimentar novos sabores. No início de Bastardos Inglórios, outra obra-prima deste século, há um momento ápice no diálogo travado entre Hans Landa e o fazendeiro francês em que o “jude hunter” fala, fazendo uma alegoria para complicar com o fato social da caça aos judeus pelos nazistas, da anti-natural aversão dos humanos aos ratos.

É anti-natural a maioria de nossas aversões e preconceitos, sejam raciais, sociais, econômicos, geográficos, artísticos. Se é de simpatias que se constrói uma personalidade, que ela seja sempre revista, auto-criticada, exposta às fagulhas da nossa mais pura lucidez.


Para Ego provar do mais belo prato foi preciso que o rato se travestisse de humano, contrabandeasse sua arte por debaixo dos panos. Iludindo as pré-concepções invadiu o paraíso, plantou a macieira e colheu maduro. Às vezes é preciso ser serpente para seduzir os que tudo já cobriram com seus véus de certeza.

Em 2011, o grande projeto de um movimento de jovens que já transcende a sigla APJCC é levar à discussão os mais vilipendiados suportes quando se trata de expressão artística: discutir as histórias em quadrinho, a animação, a televisão e os jogos eletrônicos interativos, sempre por apaixonados – por tais objetos e pela Razão – é o objetivo, humilde e violento, de desgraçados em busca de comunhão.


“O maior vilão é a neblina”, diz Lionay Dias sobre o espectro de visão que assola o senso-comum acerca do fantástico universo do vídeo-game. Murilo Coelho já falava faz tempo do “cancro estético”, onde são embalsamados os olhos acadêmicos, do “funil”, seja ele qual for, em que se colocam muitas vezes as autônomas obras de arte. Cauby Monteiro sempre alertou acerca da “viseira”, que impede a visão “scope” dos faroestes mais revolucionários.
A preocupação sempre foi de ordem patológica; a profilaxia não através da farmacologia, mas da enteogenia.

Carregamos a neblina e o vento, o vilão e o homem, a travessia é percorrida pelos sentidos, em direção aos objetos; que a estrada criticamente seja perseguida enquanto percorrida, para que caminhemos como o peregrino, enquanto o artista, errante, erre, e o senso-comum, andante, ande.
Caminhemos pois, para que um dia, sem muletas, essas artes possam voar.


Texto: Mateus Moura.
Imagens: Mateus Moura e Lionay Dias.

* publicado originalmente em Cinemateus

A luta operária por Elio Petri

Cine CCBEU apresenta: 

A Classe Operária Vai Ao Paraíso, de Elio Petri


A classe operária não chegou ao paraíso. Pelo menos não naquele início dos anos 70, época de revoluções proletárias pelo mundo. A experiência soviética, chinesa, cubana, oferecia uma fresta para os milhões de trabalhadores vitimados pelo capitalismo respirar. Hoje, podemos enxergar as injustiças e incoerências do socialismo praticado. Entretanto, em 1971, quando o italiano Elio Petri filma "A Classe Operária Vai Ao Paraíso", havia esperança.

Lulu, interpretado pelo delirante Gian Maria Volonté, é o trabalhador comum, que enxerga a sua vida sendo diariamente sugada por uma Máquina à qual ele é servil e sobre a qual não sabe rigorosamente nada. Jogado entre a alienação e o discurso, entre o consumismo e a fome, Lulu reage (sem saber direito como) pela fé de que um outro tempo se reserva para o Homem. Do outro lado de um muro que precisa ser derrubado.

Petri constrói esta história com uma câmera nervosa, urgente, que trabalha recolhendo o suor no rosto e o sangue nas mãos de seus personagens. Com a ajuda do compositor Ennio Morricone (um gigante!), o diretor transforma um drama de classe em uma epopéia revolucionária, trágica, barroca e absolutamente moderna.

Este é um filme eterno que trata de conflitos, ilusões e realidades estampadas nas ruas, fábricas e escolas de qualquer tempo, pois onde houver a falta de fé no potencial transformador da arte, onde houver injustiça e fome, "A Classe Operária Vai Ao Paraíso" precisa ser exibido e discutido.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)

* * *

Espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema, o Cine CCBEU é uma parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e Cineclube Amazonas Douro. 

Ainda no mês de setembro, no dia 16, serão exibidos 3 curtas do Coletivo Resistência Marajoara ("A Festa da Cobra", "A Lenda da Cobra Grande" e "Quem cortou a língua da feiticeira que os donos do mundo temiam") com comentários de Isabela do Lago e Francisco Weyl (Cineclube Amazonas Douro).

No dia 23, haverá uma sessão especial em comemoração aos 55 anos do CCBEU, com exibição do filme "Juventude Transviada", de Nicholas Ray, comentado por Aerton Martins (APJCC).

Encerrando a programação de setembro, no dia 30, o Filme da Platéia será "O Profissional", de Luc Besson, comentado por Sávio Oliveira.
 
Sempre com entrada franca!


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Serviço:

Cine CCBEU apresenta "A Classe Operária vai ao Paraíso", de Elio Petri

Dia 02 de setembro (quinta-feira) às 18h30
No Cine-teatro do CCBEU (Tv. Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro

Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC 

Contato: (91) 88131891