23.8.09

Fim do ciclo "The Magnificent Anderson's Part I"



Cine CCBEU apresenta: "Sangue Negro" de Paul Thomas Anderson




Não existe indivíduo mais crítico ao imperialismo norte-americano e suas consequências espirituais do que o artista norte-americano. E mesmo no cinema - instância maior de defesa do capitalismo e suas instituições - muitos são os diretores que apontam a selvageria e a corrosão do sistema: de Charles Chaplin a Michael Mann.
Paul Thomas Anderson e seu "Sangue Negro" entram nesta história desbravando duas fronteiras: ao estudar o mito de fundação do capitalismo moderno e suas articulações demoníacas, o autor realiza a imersão no interior do indivíduo. Para cada poço cavado em solo californiano, um jorro de humanidade (no pior sentido da palavra); para cada plano geral, um close-up.
Construído nesta chave ambígua, "Sangue Negro" é o coroamento de um estilo, é música e estranhamento, é Satanás e a América num balé de silêncios.

Miguel Haoni
(APJCC - 2009)

Serviço:
Dia 27/08 (quinta)
às 18:30 h
No Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU
Parceria: APJCC


Artigos sobre o diretor na comunidade do Cine CCBEU no orkut:



22.8.09

O papa Roberto Rossellini fecha o ciclo "As idéias e os filmes da vida de François Truffaut". SENZA ROSSELLINI NON SE PUOI VIVERE!

Cineclube Aliança Francesa apresenta:


Stromboli. Roberto Rossellini. 1950. p/b. 107’.





Ingrid Bergman, vedete do star system americano, troca o posto estelar de protegida de Alfred Hitchcock - um dos homens mais poderosos da maior indústria cinematográfica do mundo – para atuar nos pobres filmes do belo italiano Roberto Rossellini. Conquistas amorosas a parte, podemos dizer que a atriz sai do vinho para água, da ebriedade para a sobriedade, da fantasia para a realidade.
Em entrevista, Hitchcock, quando questionado acerca da declaração de Rossellini de que o cinema estava morto, respondeu friamente: “só se for o dele”. O próprio Roberto Rossellini mais tarde ia declarar que não se via como um “cineasta”.
Afinal, Rossellini faz cinema? A melhor resposta é: não como Hitchcock, ou, não como Hollywood. Para Rossellini, por exemplo, um bom roteiro não deve atingir dez páginas e “trama” é pra quem não respeita a vida. O compromisso maior é com a verdade, e a postura diante de um objeto do mundo deve ser de distância crítica. “Acompanhar e descrever um ser em todas as suas impressões e descobertas”, eis a definição de seu método novo de realismo. Rossellini – diferente de Hitchcock (um homem que pensava em imagens) – era um homem que pensava na realidade. Se questionava: “As coisas estão na nossa frente, pra que inventá-las?”
O heroísmo, a inteligência, a novidade de método e a ética de Roberto Rossellini o coroou papa do cinema moderno - guru da nouvelle vague e dos cinemas novos e pobres ao redor do mundo. Seu ensinamento máximo de que é preciso apenas “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” para se fazer um filme libertou o cinema de vários supérfluos, e encorajou visionários ao redor do mundo.
Stromboli inicia sua fase “bergmaniana”. Incompreendido na Itália, é na França, pelos jovens turcos da Cahiers Du Cinema e por André Bazin, que Rossellini vai ser defendido por seus novos filmes. Mais rigoroso e lúcido que nunca, o italiano enfrenta os homens, mulheres, peixes e vulcões com a câmera em punho e o olho atento . Aprendamos com o grande mestre do cinema moderno, vivendo (o cinema) que se aprende.

Mateus Moura.



SERVIÇO:
Local: Aliança Francesa (Tv. Rui Barbosa, 1851, entre Mudurucus e Conselheiro Furtado)
Data: 26/08/09 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Legendas em português
Entrada Franca



AÇÃO: APJCC (ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA)
BLOG: http://apjcc.blog.terra.com.br/
COMUNIDADE:  http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=37014176

19.8.09

Carta dos cineclubistas da região metropolitana de Belém

A experiência da troca de conteúdos e vivências proporcionada pela participação nos DIÁLOGOS CINECLUBISTAS ? A fala das práticas - Relatos de experiências e rodas de diálogos, evento livre, democrático e independente, realizado nos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2009 em locais onde são desenvolvidas as mais diversas praticas cineclubistas em Belém e em Ananindeua, trouxe para os seus participantes a certeza de que o CINECLUBE é um espaço de construção de aprendizados e diálogos democráticos e necessariamente uma ferramenta educativa capaz de formar consciências e culturas poéticas e visuais, pelas quais o ser humano pode vir a criar e a produzir um novo pensamento, assim como a arte na sua plenitude política e libertária.

Nesse sentido, nós, abaixo-assinados, realizadores, produtores e técnicos, atores e atrizes, cineclubistas, críticos e pesquisadores, exibidores e amantes do cinema, representantes de projetos e organizações com forte atuação em Belém e em Ananindeua, resolvemos tornar pública a CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLOTANA DE BELÉM, com o objetivo de refletir, compartilhar e sugerir idéias e propostas para fortalecer o cinema, o audiovisual e o cineclubismo no Estado do Pará.

CONSIDERANDO:

* Que a dimensão continental e a diversidade cultural amazônidas são fatores que devem ser referenciados de forma a que sejam rompidas as amarras impostas pelo processo colonizador que cria padrões culturais e mediáticos - internacional e nacional -, que dificulta o direito à produção do conhecimento pelos povos de nossa Região;
* Que a produção e a difusão audiovisual que considerem identidades e modos de vida na Amazônia são premissas básicas para que instauremos um processo de construção de novas perspectivas poéticas e visuais capazes de fazer frente às referências audiovisuais impostas pela indústria cultural;
* Que é inalienável o direito dos realizadores paraenses garantirem que os seus filmes sejam vistos pela comunidade, do mesmo modo que é também inalienável o direito do povo paraense e amazônida de ter acesso às obras cinematográficas e reflexões críticas produzidas na Região e no mundo;
* Que esta consciência também é uma garantia de fortalecimento do atual momento, pelo resgate da memória do cinema e do imaginário de si mesmo;
* Que o atual estágio de amadurecimento coletivo das organizações culturais autônomas amazônidas está em sintonia com o avanço dos movimentos sociais;
* Que o CINECLUBE tem características colaborativas e solidárias, pelo que as suas atividades são desenvolvidas de forma democrática, mediante compromisso ético e cultural, sem fins lucrativos;
* Que as ações de caráter cineclubista dependem de atores voluntários que não economizam esforços para realizar as suas intervenções, na medida em que são amantes do cinema e acreditam na construção de uma cultura visual poética e estética capaz de propor a reflexão crítica amazônida e democratizar a cultura cinematográfica mundial;
* Que os praticantes do cineclubismo consolidam e ampliam os circuitos de exibição e fortalecem uma cadeia produtiva (audiovisual e intelectual) solidária, com investimento na economia local, de modo que para as práticas cineclubistas são fundamentais e para a divulgação das obras cinematográficas, na medida em que as tornam conhecidas da comunidade.

PROPOMOS:

1. Apoio a campanhas e iniciativas promovidas pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC) e pelo Conselho Nacional de Cineclubes (CNC);
2. Implementação de políticas públicas de fomento e fortalecimento da atividade cineclubista no Estado de Pará;
3. Estadualização dos editais nacionais do audiovisual;
4. Inclusão de ações de fomento à atividade cineclubista no Plano Estadual de Cultura e nos editais que venham a ser lançados no campo audiovisual paraense;
5. Inclusão da participação de pessoas físicas em editais cineclubistas (o fomento estatal deve assimilar à dinâmica e a complexidade cineclubista como um movimento que não necessariamente está vinculado a entidade com corpo jurídico consolidado);
6. Criação da bolsa-cineclube;
7. Criação de bolsas de pesquisa em cinema e cineclubismo;
8. As ações governamentais devem necessariamente interiorizar as ações cineclubistas;
9. Fortalecimento da Rede Paraense de Cineclubes, fazendo distribuir informação, artigos, cartas, manifestos e vídeos em redes sociais, listas de discussão de redes afins, estreitando a comunicação entre outras redes de cineclubes na Região Amazônica e do mundo;
10. Criação da Comissão Organizadora da JORNADA PARAENSE DE CINECLUBES, com designação de autonomia para desenvolver uma proposta estrutural de realização da mesma;
11. Criação da Federação Paraense de Cineclubes;
12. Apoio as organizações sociais que desenvolvem ações cineclubistas no Estado do Pará;
13. Estímulo à criação e acompanhamento de novos cineclubes, dentro de uma política de economia solidária, embutida em uma estrutura de formação, pesquisa, reflexão, produção, exibição, distribuição e preservação da cultura audiovisual paraense e amazônida;
14. Apoio à deslocamento para participação dos cineclubes paraenses nos eventos estaduais, nacionais e internacionais;
15. Investimento em publicações referentes ao movimento cineclubista, como artigos, críticas e material impresso de divulgação coletiva das programações;
16. Investimento no Circuito Paraense de Cinema em toda a rede de cineclubes, estadual, nacional e internacional, em parcerias diretas com instituições e empresas;
17. Investimento na distribuição e exibição do acervo de produções do audiovisual paraense e amazônida;
18. Digitalização e disponibilização à comunidade, inclusive pela inernet, do acervo do Museu de Imagem e Som ? MIS;
19. Promover intercâmbios para fortalecer a rede solidária cineclubista;
20. Inclusão das organizações de cineclubes nos colegiados de decisão das políticas públicas do setor cultural;
21. Participação das organizações de cineclubes nos espaços públicos cinematográficos (Cine-Teatro Líbero Luxardo, Maria Silva Nunes, Cine Acyr Castro e Cinema Olímpia);
22. Inclusão de propostas cineclubistas em projetos como Escola Aberta e outros desta natureza;
23. Criação da CINEMATECA DO PARÁ, com estrutura para consulta e empréstimo de acervo, assim como a criação de um banco de memória e da história do audiovisual e do cineclubismo paraense.
24. Estímulo às práticas cineclubistas em espaços urbanos (praças, ruas, feiras);
25. Investimento em circuitos cineclubistas com a produção audiovisual desenvolvida pelas comunidades paraenses;
26. Fomento aos circuitos cineclubistas itinerantes;
27. Estímulo à produção e difusão cineclubista de filmes destinados ao público infantil;
28. Estímulo à produção e difusão cineclubista de filmes que tenham como tema as comunidades tradicionais;
29. Uso da licença ?CREATIVE COMMONS? como política de fomento à produção audiovisual;
30. Distribuição em ?CREATIVE COMMONS? dos produtos audiovisuais resultantes de fomentos estatal;
31. Fortalecimento de experiências cineclubistas desenvolvidas no âmbito da administração pública, como o CINE-UEPA, CINE-EGPA, CINE PEDRO VERIANO, SESSÃO CULT, e outras;
32. Investimento para o MAPEAMENTO da produção audiovisual e das práticas cineclubistas paraenses.

ENCAMINHAMENTOS:

* Apresentação e discussão da CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLOTANA DE BELÉM com os gestores da administração;
* Divulgação CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLOTANA DE BELÉM por todos os meios possíveis;
* Convocação do movimento cineclubista paraense para a instauração da Comissão Organizadora da JORNADA PARAENSE DE CINECLUBES, com designação de autonomia para desenvolver uma proposta estrutural de realização da mesma, conforme pauta já discutida e definida coletivamente por este movimento, e pactuada por todos os setores para o dia 11 de setembro de 2009, às 15 horas, na Casa da Linguagem.

Independentemente destas propostas que formulamos para que as mesmas sejam levadas ao debate da sociedade e apresentadas aos gestores das instituições públicas culturais bem como a empresas que têm responsabilidade e compromisso com a formação da comunidade, a CARTA DOS CINECLUBISTAS DA REGIÃO METROPOLOTANA DE BELÉM está aberta para novas adesões e construção de novas propostas.

Belém, 19 de Agosto de 2009

Assinam a CARTA DOS CINECLUBISTAS PARAENSES:

Cineclubes:

1. CINECLUBE ALIANÇA FRANCESA
2. CINECLUBE AMAZONAS DOURO
3. CINECLUBE ARGONAUTAS
4. CINECLUBE CENTRO CULTURAL BRASIL ESTADOS UNIDOS (CINE CCBEU)
5. CINECLUBE CINEMA NA UTOPIA
6. CINECLUBE CORREDOR POLONÊS
7. CINECLUBE NANGETU
8. CINECLUBE REDE APARELHO
9. CINE MOCULMA

Projetos:

10. PROJETO AZUELAR
11. PROJETO CINEMA DE RUA
12. PROJETO IDADE MÍDIA
13. PROJETO MAZAGÃO
14. PROJETO RESISTÊNCIA MARAJOARA
15. REVISTA PARÁ ZERO ZERO

Organizações:

16. ARGONAUTAS AMBIENTALISTAS DA AMAZÔNIA
17. ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA (APJCC)
18. CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO POPULAR (CEPEPO)
19. COLETIVO MARGINÁLIA
20. FÓRUM DOS POVOS E DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS
21. INSTITUTO NANGETU DE TRADIÇÃO AFRO-RELIGIOSA E DESENOLVIMENTO SOCIAL
22. MOVIMENTO CULTURAL DA MARAMBAIA - MOCULMA
23. PONTO DE CULTURA ANANIN
24. PONTÃO DE CULTURA REDE AMAZÔNICA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Sessão Maldita com o filme maldito do grande Otto Preminger!

CINE LÍBERO LUXARDO DO CENTUR E APJCC APRESENTAM


SESSÃO MALDITA: “BUNNY LAKE DESAPARECEU”


DIREÇÃO: OTTO PREMINGER


DIA: 29/08/2009, ÀS 21H 30. ENTRADA FRANCA


*


‘Bunny Lake Desapareceu’ (Bunny Lake is Missing, 1965) Direção: Otto Preminger.Ingl.107min.


*



Sinopse: Ann muda-se para Londres e entra em pânico quando não encontra sua filha na saída de seu primeiro dia de escola. Ann notifica o sumiço de Bunny Lake à polícia. Ao longo da investigação ninguém se lembra de ter visto a criança e não há qualquer vestígio de que ela exista, fazendo com que todos pensem que Ann esteja tendo alucinações.


*





Notas sobre o diretor e sua obra


*


Otto Preminger é austríaco e se tornou um dos grandes diretores na poderosa Hollywood. Tinha fama de ser um homem descontrolado no set, chegando a humilhar os atores e esbofetear as atrizes com quem trabalhou. “Laura” e “Anatomia de Um Crime” são seus trabalhos mais citados pela crítica. “Laura” abriu ao diretor um grande caminho nos Estados Unidos, foi sucesso de crítica e público e lhe deu carta branca para que ele criasse uma das grandes e sublimes filmografia da Hollywood clássica. Deixou obras em todos os gêneros cinematográficos. Tinha apreço pelos temas que sublinhavam os desvios morais e conflitos comportamentais. A obra “Bunny Lake Desapareceu”, de 1965, foi apedrejada pela crítica na época de seu lançamento e colocada no forno. O filme narra a história de uma mãe desesperada, em busca de sua filha desaparecida. O filme para muitos é o patinho feio dentro da vasta filmografia do diretor. “Bunny Lake Desapareceu” é exuberante em toda sua operação. A câmera elegante de Preminger encontra o sentido cinematográfico e domina os espaços. Cada plano na obra mobiliza certa urgência imagética, nos primeiros segundos podemos sentir o cheiro de cada peça da casa, os objetos na parede, a cama, o lençol. A trama psicológica é invadida por uma vitrine sombria, liberada por uma mise-en-scène latente e perturbadora. Sequências belíssimas compõem o jogo de Otto Preminger: a cena da loja das bonecas, o desfecho delirante e pesado. É em cada travelling, em cada plano, e em cada passo emocional dado pelos personagens, que iremos encontrar a força de “Bunny Lake Desapareceu”, elegantemente traçada por um dos grandes filhos de Hollywood.


*


Aerton Martins- APJCC (Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema)

16.8.09

Tido por críticos como Max Andreone e Cauby Monteiro como o filme de amor da década, enfim é exibido e comentado "Embriagado de amor" de PTA

CINE CCBEU APRESENTA:



Embriagado de Amor (Punch-drunk love). Paul Thomas Anderson. 2002. Technicolor. Panavision. 95'.



Barry Egan leva uma vida retraída: trabalha, vive só, tem sete irmãs. Um acidente de carro, um piano e a mulher de vermelho invadem seu casulo. Como um inseto que segue uma luz hipnotizante, somos levados por Barry a descobrir as possibilidades que existem além de tudo que conhecemos e precisamos. Uma das mais belas histórias de amor pelo cinema.


Max Andreone
(APJCC - 2009)


Serviço:
Dia 20/08 (quinta)
às 18:30 h
No Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA


Realização: CCBEU
Parceria: APJCC


Artigos dos filmes anteriores na comunidade do Cine CCBEU no orkut:


O Orson Welles contemporâneo: Paul Thomas Anderson é o homenageado do mês de agosto no Cine CCBEU


CINE CCBEU APRESENTA:

The Magnificent Andersons - Chapter One: Paul Thomas Anderson



De quando em vez a Providência envia um artista para nos ajudar a enxergar. Seja lá o que esta frase signifique (e provavelmente não significa nada), ela encerra um segredo: milagres acontecem o tempo todo!
Nem no Céu nem no Inferno, Paul Thomas Anderson nasceu na cidade da Califórnia. Enquanto bilhões de outras pessoas faziam outras coisas em outros lugares, o garoto PTA ia à igreja, estudava pornografia e consumia com ferocidade o acervo das vídeo-locadoras da região. A mesma região que em 1915 foi palco da Guerra da Secessão quando D.W. Griffith filmava o nascimento de uma nação chamada cinema.
Mera coincidência ou não, o jovem cineasta Paul Thomas Anderson empunhou sua câmera, colocou Kubrick, Altman e Scorsese na bagagem e partiu para o lugar que nunca deixou. Como resultado, alguns longas-metragens e muitas horas do melhor cinema da atualidade.
Anderson não é o Anjo Salvador, o Messias ou a Terceira Revelação, mas a sua chegada no mundo do cinema nos faz lembrar daquele segredo que, apesar de significar pouco para muita gente, continua nos ajudando a enxergar melhor.

Miguel Haoni
(APJCC - 2009)

Programação:
06/08 - Boogie Nights
13/08 - Magnólia
20/08 - Embriagado de Amor
27/08 - Sangue Negro

Serviço:
Toda quinta de agosto
às 18:30
no Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1306)
ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU
Parceria: APJCC

Artigos de julho na comunidade do Cine CCBEU no orkut:



13.8.09

Obra-prima do mestre Alfred Hitchcock no Cineclube Aliança Francesa

Cineclube Aliança Francesa:


Janela indiscreta (Rear window). Alfred Hitchcock. 1954. Technicolor. 112’.




Como bem diz François Truffaut acerca de Janela indiscreta, este empreendimento hitchcockiano (acolhido pelo próprio crítico francês como o seu favorito) é simplesmente inenarrável em sua complexidade. Pois, de filme de entretenimento, aventura, suspense, mistério policial e obra sobre a relação amorosa e suas implicações matrimoniais, o filme ainda comporta o epíteto de tratado moral e filme ontológico.
Esse é Alfred Hitchcock. Que, graças a François Truffaut, hoje é considerado o maior cineasta de todos os tempos pela grande maioria.
Janela indiscreta, realizado no ápice de seu amadurecimento artístico, é, sem dúvida, testamento fílmico do seu inigualável estilo. Mais que isso: testamento do cinema enquanto linguagem autônoma, do cinema em estado puro. Truffaut tem em Hitchcock, assim como em Renoir e Bazin, a figura de um grande homem que lhe ensinou os maiores ensinamentos. Aprendamos também, é o grande mestre do suspense que vai falar audiovisualmente. Vivendo (o cinema) que se aprende.

Mateus Moura.


Convidado especial: Aerton Martins (Fellinianos/APJCC/ Programador da Sessão Maldita/ Crítico blogueiro)



SERVIÇO:
Local: Aliança Francesa (Tv. Rui Barbosa, 1851, entre Mudurucus e Conselheiro Furtado)
Data: 19/08/09 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Legendas em português
Entrada Franca


AÇÃO: APJCC (ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA)
BLOG: http://apjcc.blog.terra.com.br/
COMUNIDADE:  http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=37014176

9.8.09

Textos da APJCC acerca de Inimigos Públicos - um dos filmes do ano!

Links:

http://cinemateusmoura.blogspot.com/

http://cinemanamangueirosa.zip.net/

Magnólia de PTA no Cine CCBEU

Cine CCBEU apresenta: "Magnólia" de Paul Thomas Anderson




Coisas absurdas acontecem o tempo inteiro e a vida é um emaranhado de coincidências fantásticas. Estas são as premissas que Paul Thomas Anderson utiliza para nos apresentar histórias que, como as pétalas de uma flor, apontam para diferentes direções mas partem de um mesmo núcleo,de uma mesma verdade: a culpa e o sofrimento humano. Magnólia é a maturidade da fórmula short-cut (defendida pelo mestre Robert Altman) que no filme ganha um andamento musical, com crescendo, diminuendo, clímax, rítmo e harmonia genialmente compostos. Com a contribuição da compositora Aimee Mann, o diretor cria um filme poderoso e instigante que ajuda o cinema americano a assumir a posição de produção mais interessante dos últimos anos.

Miguel Haoni
(2007/2009)

Serviço:
Dia 13/08 (quinta)
às 18:30 h
No Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU
Parceria: APJCC


Programação completa do ciclo na comunidade do Cine CCBEU no orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community. aspx?cmm=87934260


Scarface de Howard Hawks dá seguimento ao Ciclo "As idéias e os filmes da vida de François Truffaut". A sessão será na Aliança Francesa!

Cineclube Aliança Francesa apresenta:


Scarface. Howard Hawks. 1932. p/b. 90’.




“Sem perigo não há ação, viver ou morrer, eis o nosso drama”. Essas palavras pertencem ao diretor de filmes de comédia, faroeste, musical, thriller, aventura, guerra, ficção científica, noir e – finalmente – gângster. Pode parecer que Howard Hawks se adaptava a qualquer gênero, mas o que acontecia era justamente o contrário: o gênero se adaptava a Howard Hawks. Talvez o gênio mais subestimado do cinema americano pela crítica na época, depois do resgate moral dos “jovens turcos”, virou referência, e recebeu os aplausos merecidos.
“Top of the world”. Scarface (1933), considerado por Jean-Luc Godard o maior filme americano na era do cinema falado, louvado por todos os cineastas do gênero gângster como obra-mãe, é o que podemos chamar tranquilamente de um “clássico”. A história, de Hawks e Hetch, de ascensão e queda de um criminoso atravessou o mundo, passou pela China – onde as metralhadoras foram substituídas pelo kung-fu -, pela França - com Jean Gabin interpretando Pépé Le Moko nos labirintos da Casbah -, e até pelo Brasil - na figura de um bicheiro de Madureira, onde a cicatriz fatalista era a dentadura de ouro megalomaníaca.
O “código de produção” (ou “Hays code”), na época recentemente vigente nos EUA, segurou o filme por dois anos, e exigiu cortes e reajustes, epílogos e complementos. Hawks, fatigado, lançou o filme mesmo sem ser aprovado... Al Capone (o Scarface real) aprovou.
Realista e mitológico, Scarface é obrigatório. Uma aula de cinema. Howard Hawks caçando seu estilo. O destino caçando Paul Muni. O cinema falado é o som das metralhadoras. BARAKARAKARAKARAKA. BARAKARAKARAKA. BARAKARAKARAKA. BARAKARAKARAKA.

Mateus Moura.



SERVIÇO:
Local: Aliança Francesa (Tv. Rui Barbosa, 1851, entre Mudurucus e Conselheiro Furtado)
Data: 12/08/09 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Legendas em português
Entrada Franca