23.4.09

Ciclo de palestras "Bresson - olhos para o impossível"

Cineclube Aliança Francesa apresenta:



Ciclo de palestras audiovisuais “Robert Bresson – olhos para o impossível”



Os amantes de cinema da cidade das mangueiras que se preparem. Um momento histórico dentro do circuito alternativo cinematográfico se anuncia: seu maior cinéfilo volta à cidade e, durante uma semana, falará do seu maior amor.
“Robert Bresson- Olhos para o impossível”, graças ao “Ano da França no Brasil”, será o título de um conjunto de palestras ministradas por Adolfo Gomes no espaço do Instituto de Artes do Pará, no período de 04 a 08 de maio. No total serão 10 palestras, cada uma com um tema próprio, embasado na obra do cineasta francês.
“'Tudo é graça...", "Estilo e transcendência", "'O diabo que passa...", são alguns títulos das aulas. Acontecerão duas por dia. Uma de manhã (das 9h às 12h) e outra à tarde (das 15 às 18h).
Todas as aulas são inéditas e individuais, por isso quem perde uma pode ir na outra sem se preocupar com continuidade. Além da aula, alguns filmes serão exibidos e debatidos. O evento é gratuito e não haverá necessidade de inscrições. É chegar, sentar, ouvir e ver.
Quem faz parte do movimento cineclubista em Belém, como espectador, programador ou crítico já ouviu, sem dúvida, esses dois nomes: Robert Bresson e Adolfo Gomes. O primeiro, francês, um cineasta e pensador de cinema. O segundo, brasileiro, um crítico e pensador de cinema. Quem não conhece, um ou outro, é ainda mais bem-vindo, nunca é tarde.
O “Ano da França no Brasil”, assim como foi recentemente o “Ano do Brasil na França”, pretende promover justamente esse diálogo, esse abraço entre brasileiros e franceses.
Para a cidade de Belém, ávida por cultura de qualquer tempo e lugar, este ciclo de palestras é um presente, tanto por questões nostálgicas, quanto evolutivas. Quem acompanhou sabe da heróica militância cineclubista de Adolfo Gomes durante anos na cidade, do seu poder de crítica e do seu grande amor pela obra de Bresson. Esses dois teimosos, no campo de batalha da sala escura, enfim promoverão publicamente seu encontro. GOMES/BRESSON, cabe ao público assistir, aprender e aplaudir.

Mateus Moura.



SERVIÇO:
Local: Instituto de Artes do Pará (IAP)
De 04 a 08 de maio (segunda à sexta)
2 palestras por dia: de manhã ( 9h às 12h) e de tarde (15h às 18h)
Entrada franca.

16.4.09

Cão Branco de Sam Fuller na Sessão Maldita


Sessão Maldita apresenta:



Cão branco (White dog). Samuel Fuller. 1982.




“Cão Branco” é uma produção modesta, clara e direta. O que falta em orçamento sobra em talento e genialidade impressa na obra. Uma atriz atropela um cachorro na rua e o leva para casa. Aos poucos ela descobre que o cão foi treinado para atacar pessoas de pele negra. O filme não chegou a ser exibido nos cinemas americanos, apenas na TV anos depois. Foi boicotado pela Paramount que achou a temática forte demais. A câmera inquieta do mestre Samuel Fuller desvenda as mazelas de uma sociedade hipócrita. O filme além de ter um tema delicado – o racismo- é uma vitrine sublime da linguagem cinematográfica: do travelling circular ao travelling frontal. Quem assina a trilha sonora é o sempre genial Ennio Morricone. Vemos em “Cão Branco” a derradeira obra-prima deste cineasta, preocupado com sua arte e em mostrar o lodo e a selvageria não só da sociedade americana, mas também do ser humano. O filme é um grito contra a intolerância e poderá ser visto pelos paraenses em cópia sem cortes.


Aerton Martins




SERVIÇO:


DATA: 18/04 (SÁBADO) ÀS 21H 30


LOCAL: CINE LÍBERO LUXARDO DO CENTUR. ENTRADA FRANCA.


A SESSÃO MALDITA É UMA PARCERIA ENTRE APJCC E CINE LÍBERO LUXARDO DO CENTUR.

11.4.09

Eu, um negro de Jean Rouch na segunda no Cineclube Aliança Francesa


Cineclube Aliança Francesa apresenta:



Moi, un noir (Eu, um negro). Jean Rouch. 1959. p/b. 73’.



Jovens nigerienses deixam sua terra natal para procurar trabalho na Costa do Marfim. Desenraizados em meio à civilização moderna, acabam chegando a Treichville, bairro operário de Abdijam. O herói, que conta sua própria história, se auto-denomina Edward G. Robinson, em honra ao ator americano. Da mesma forma, seus amigos escolhem pseudônimos destinados à lhes forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.


Jean Rouch, antropólogo e etnólogo francês, decidiu também ser cineasta. Mudou a história da sétima arte na França. “Acossado” de Jean-Luc Godard, filme-símbolo da revolução do cinema moderno é uma espécie de “eu, um branco”... Rouch, uma das principais influências para o movimento da Nouvelle Vague, poucas vezes é citado de tal forma pela miopia das convenções. Por ser Jean Rouch um diretor de “documentários” e a nouvelle vague um movimento de diretores de “ficção”, não se estabelece o contato e a influência. Erro grave. O próprio enclausuramento do filme em “documentário” ou “ficção” é problemático desde o Robert Flaherty com o seu “Nannok”, Jean Rouch só vem problematizar ainda mais. “Eu, um negro”, rodado na Costa do Marfim, no norte da África (onde o diretor vai filmar a maioria de seus filmes), é uma obra-prima do cinema moderno. Experimentador, sensível, Jean Rouch, de câmera no ombro e Nagra em punho, faz o cinema opaco, o filme de autor máximo. Vai fundo, em busca da verdade da ficção, e da verdade do documentário.


Mateus Moura.



SERVIÇO:



13/04/09 (segunda-feira)
19:30
Armazém Santo Antônio (Av. Quintino Bocaiúva, 1969, entre Nazaré e Braz de Aguiar)
Entrada franca!
Legendas em português.