11.4.09

Eu, um negro de Jean Rouch na segunda no Cineclube Aliança Francesa


Cineclube Aliança Francesa apresenta:



Moi, un noir (Eu, um negro). Jean Rouch. 1959. p/b. 73’.



Jovens nigerienses deixam sua terra natal para procurar trabalho na Costa do Marfim. Desenraizados em meio à civilização moderna, acabam chegando a Treichville, bairro operário de Abdijam. O herói, que conta sua própria história, se auto-denomina Edward G. Robinson, em honra ao ator americano. Da mesma forma, seus amigos escolhem pseudônimos destinados à lhes forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.


Jean Rouch, antropólogo e etnólogo francês, decidiu também ser cineasta. Mudou a história da sétima arte na França. “Acossado” de Jean-Luc Godard, filme-símbolo da revolução do cinema moderno é uma espécie de “eu, um branco”... Rouch, uma das principais influências para o movimento da Nouvelle Vague, poucas vezes é citado de tal forma pela miopia das convenções. Por ser Jean Rouch um diretor de “documentários” e a nouvelle vague um movimento de diretores de “ficção”, não se estabelece o contato e a influência. Erro grave. O próprio enclausuramento do filme em “documentário” ou “ficção” é problemático desde o Robert Flaherty com o seu “Nannok”, Jean Rouch só vem problematizar ainda mais. “Eu, um negro”, rodado na Costa do Marfim, no norte da África (onde o diretor vai filmar a maioria de seus filmes), é uma obra-prima do cinema moderno. Experimentador, sensível, Jean Rouch, de câmera no ombro e Nagra em punho, faz o cinema opaco, o filme de autor máximo. Vai fundo, em busca da verdade da ficção, e da verdade do documentário.


Mateus Moura.



SERVIÇO:



13/04/09 (segunda-feira)
19:30
Armazém Santo Antônio (Av. Quintino Bocaiúva, 1969, entre Nazaré e Braz de Aguiar)
Entrada franca!
Legendas em português.

Nenhum comentário: