29.10.09

Projeção de filmes na praça Tancredo Neves

Caligari; Necronomicon; A cela. Estes 3 filmes do escritor, roteirista e produtor cultural Marcelo Marat serão projetados como parte da programação do evento Uma noite dedicada aos vivos (saiba mais no post anterior) no dia 2 de novembro, dia de finados, na praça Tancredo Neves.


A projeção acontece no âmbito do projeto TELA DE RUA, coordenado pelo Movimento Cultural da Marambaia (MOULMA), com apoio do Cineclube Amazonas Douro e da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC).


Veja, abaixo, algumas informações sobre os filmes.

Caligari: Baseado no clássico do Expressionismo Alemão “O Gabinete do Dr. Caligari”, de Robert Wiene. Direção: Marcelo Marat. Produção: Abuso Produções. 6 minutos.


Necronomicon: A vida eterna pode ser apenas o início de uma angústia eterna. Baseado na obra de H. P. Lovecraft e Sammis Reachers. Direção: Marcelo Marat. Produção: Abuso Produções. 15 minutos.


A Cela: Uma reinterpretação do mito da caverna de Platão. Adaptação do conto de Saulo Sisnando. Direção: Marcelo Marat. Produção: Antifilmes Produções. 6 minutos.


* * *


Sobre o diretor:

Marat por Marat

"Entre os videastas e cineastas independentes, existe uma corrente que , de forma deliberada, trabalha no chamado gênero trash: filmes de horror ou fantasia, de baixo orçamento, com atores e cenários improvisados, geralmente apelando para muito sangue, tripas e nudez.


Muita gente confunde meus vídeos experimentais com esse gênero, mas a comparação nada tem a ver. De forma geral, meus vídeos são exatamente isso: experimentais. Quando trabalho num gênero, como o terror, horror ou suspense, minha intenção é mesmo assustar o espectador, e não apenas causar nojo ou fazer rir.


O trash, em geral, é engraçado. Diverte, mas não assusta. Não provoca o medo. Para chegar a isso, é preciso exercitar estética e estilo, trabalhar a narrativa, a edição, som e imagens; buscar, apesar dos poucos recursos técnicos, o melhor efeito para obter o melhor resultado. O bizarro e o grotesco são incidentais. Não é pelos sentidos que quero fisgar o espectador, é pela psique. O trash é todo sensorial. Meus vídeos são mais psicológicos. É na mente que quero causar seu pesadelo, nesse limite indefinido entre consciência e inconsciência. Assustar o espectador é o que quero, não diverti-lo.


E você, do que você tem medo?"

Fonte: Blog "Ecos do Nada"

Programação traz exibição de filmes, leitura de poemas e debate o cinema na Amazônia

Uma noite dedicada aos vivos


O dia dos finados não é apenas o dia dos mortos. É também o dia dos que se recusam a se deixar morrer/matar. É dia de resistência. É dia de guerrilha. Guerrilha cultural. Para ocupar os espaços abertos pelas sombras de uma cidade desacordada, onde estranhas criaturas, mortas-vivas, vagam, sonâmbulas/sorumbáticas, silenciosas, em pânico.


O dia dos finados é o dia dos gritos. Dos grunhidos. Dos sussurros. Dos uivos.

O dia dos finados é para quem se quer manter acordado. Para despertar as pessoas de seu eterno sono profundo. É dia de pesadelos. Dia de entrar nas trevas e vê-las como elas são. Dia de olhar a vida como ela. Há que ver as coisas como coisas e seres como seres, filosofais, trágicos, além de seus dramas pessoais.


O dia dos finados é um dia épico. Dia de poetas. Um dia que trans/ins-pira poesia. Dia de símbolos/imagens que se espraiam como a noite na mansão dos mortos. Porque os mortos estão vivos, mais vivos que os vivos que ainda vivem a vida como mortos.


O dia dos finados invoca tanto mortos quanto vivos.

E se teus olhos insistem em ficar abertos, se nãos dormes não por teres insônia mas por ficares permanentemente de vigília, vem ter conosco uma noite inesquecível.


Poetas, músicos, artistas, camelôs, feirantes, jovens, estudantes, professores, aposentados, donas de casa, todos e tantos outros excluídos esperam por ti.


Dia dos finados, uma noite dedicada aos vivos.

Texto: Francisco Weyl

Programa

Dia 2 de novembro de 2009 - 20 horas

Praça Tancredo Neves - Marambaia

Projeção dos filmes: Caligari / Necronomicon / A cela - de Marcelo Marat

Leitura de poemas – antes, durante e depois da projeção - com os poetas Caeté, Marcelo Sebastian, Carlos Pará, Francisco Weyl, Clei de Souza, Cuité, Buscapé Blues,  além de leituras de trechos de Baudelaire e Lautreamont.


Debate sobre A morte do cinema na Amazônia

Realização

Movimento Cultural da Marambaia - MOCULMA

Apoio

Cineclube Amazonas Douro

Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC)

28.10.09

Último filme do ciclo "Sidney Lumet, poética do confinamento e outras histórias"

Cine CCBEU apresenta:

O Veredicto, de Sidney Lumet

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Em 1982, Sidney Lumet reencontra em O Veredicto seu personagem predileto: o homem às voltas com a justiça precisa lutar contra forças muito maiores que as suas. A recorrência do tema, cristalizada nos clichês de filme de tribunal, transcende a previsibilidade do roteiro e ganha força numa narrativa absolutamente dramática e envolvente.


Paul Newman é o advogado alcoólatra que procura a redenção num caso impossível. Sua busca pela dignidade é tortuosa como deve ser, entretanto O Veredicto é impregnado pela alma de seu diretor cuja sobriedade conduz o filme por vias mais escuras do que deveria.


Miguel Haoni

(APJCC - 2009)

Serviço:

Dia 29/10 (quinta)

às 18:30 h

Excepcionalmente no auditório do CCBEU (Padre Eutíquio, 1309)

ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU

Parceria: APJCC

Apoio: Cineclube Amazonas Douro

* * *


Informe:

O Cine CCBEU volta, a partir de novembro, à freqüência quinzenal (uma quinta sim, outra não) e apresenta, no dia 06/11 (excepcionalmente, numa sexta-feira), a animação "Wall-E", de Andrew Stanton, com os comentários de Felipe Cruz (APJCC).


* * *


Cine CCBEU no Orkut:

Comunidade e Perfil

Novo e-mail do Cine CCBEU:

cineccbeu@gmail.com

26.10.09

Cinema de verdade

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Rodrigo Cruz (APJCC-2009)


Já ouvi um monte de bobagens sobre “Bastardos Inglórios”. É natural. Já ouvi bobagens sobre todos os filmes de Quentin Tarantino. E elas são sempre as mesmas. Acusam seus filmes de serem pastiches sem nenhuma originalidade. Dizem que suas obras se sustentam em diálogos (intermináveis). Dizem que os planos são longos e cansativos. Que suas referências são repetitivas e previsíveis. Que sua experiência estética é vazia. Que seus filmes são de uma “masturbação intelectual” nauseante. Tudo blá blá blá de quem não sabe o que é cinema. Aos que sabem, alegrai-vos: “Bastardos Inglórios” é cinema. E cinema de verdade.


Quem não reconhece a beleza da seqüência inicial de “Bastardos Inglórios” é porque nunca viu um Sérgio Leone na vida. Quem não vibra com a agilidade da câmera de Tarantino é porque não conhece o vigor de um Godard. Quem não morre de rir de suas piadas insanas é porque não conhece Lubitsch. Mas, sobretudo, quem não pula da cadeira, pelo menos uma vez, nas quase três horas de filme, é porque não conhece o próprio Tarantino; esse filho da puta genial que, porra, não pretende inovar, só quer fazer cinema de verdade – e faz. E, para apreciar “Bastardos Inglórios”, nem é preciso saber quem é Sérgio Leone, Godard ou Lubitsch. Tarantino faz cinema para todos. E, acima de tudo, faz um trabalho com luz própria. Ele não é um parasita. Ele não sai por aí colando referências. Ele tem autonomia. Autonomia até para mudar os rumos da História.


Ainda assim, os desavisados dirão bobagens sem sentido sobre “Bastardos Inglórios”. Dirão, inclusive, que Tarantino nunca estará entre os grandes. Inútil, meus caros. Ele já está. E qualquer coisa que possa ser dita, inclusive esse texto, é pouco para tentar explicar o maior filme deste início de século. Tudo bem. Quentin Tarantino não está nem aí para o que dirão sobre ele. Como o bom filho da puta que é, deve estar sorrindo tranqüilo em algum lugar, com a certeza de ter feito uma obra-prima (e ele sabia muito bem que  o estava fazendo, como faz questão de elucidar Aldo Raine na cena final). Em tempo, cinéfilos: Quentin Tarantino explodiu (literalmente) o cinema. Agora sim, a festa pode começar. As portas estão abertas. E que venham os próximos grandes filmes do nosso século!

23.10.09

O gênio de Quentin Tarantino, e o filme do ano

Mateus Moura (APJCC-2009)


Escalpelado, brutalmente escalpelado; quem ama cinema perde a cabeça, perde a razão - é queimado nas chamas da experiência audio-visual. A razão volta mais tarde, as palavras voltam a fazer sentido, e a sintaxe confusa do pensamento balbucia: "-É, acho que essa é a obra-prima desse filho da puta!". Aldo Raine concorda.


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Falar que Quentin Tarantino é o maior cineasta do nosso tempo se tornou pouco, depois de Inglourious Basterds, Fuller, Leone, Hawks, Fulci podem abrir a porta da casa que Godard falou um dia, Tarantino está entre os grandes, não há sombra de dúvida.


Falar que Quentin Tarantino é um dos maiores cineastas de todos os tempos também parece pouco; depois de ver/ouvir a estória ambientada miticamente na histórica 2ª Guerra Mundial, acreditamos poder contemplar em primeira mão um dos maiores narradores em plena atividade, refinando-se rigorosamente.


Porra, falar do filme?! Talvez com os amigos durante uma noite toda - aos berros! Talvez produzindo um ensaio durante uma semana toda - revendo e relendo!


O que acontece é que o que Quentin Tarantino faz é um cinema que já existe. Como Ronaldo Passarinho falou de Michael Mann acerca de Inimigos Públicos, é "cinema de novo", não cinema novo. Tomar a História do Cinema como Mito e não a História Literária como Ciência é ensinamento de Sergio Leone, de Jean-Pierre Melville, de Jean-Luc Godard. Contar sua estória se valendo de emoção, com a câmera e a banda sonora em ação negritando a narrativa cinematográfica é lição de Fuller e todos os grandes cineastas americanos. Ir além do "bom gosto" e ultrapassar a barreira para atingir os extremos é lição de Fulci e todos os grandes cineastas malditos. O fato é que Tarantino é um virtuose da sua ferramenta, um pensador moral do seu tempo, um iconoclasta anarquista e um artista extremamente sensível.


Um pianista tem seu instrumento e 7 notas para criar uma música, as combinações são infinitas. Um escultor tem um material sólido, um martelo, algo que ele bata com o martelo, as formas são infinitas. O cineasta tem um arma chamada película e - meu deus! - o que se pode fazer com ela...


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p.s: os judeus podem dormir um pouco mais em paz, porque além de ser um faroeste, um filme de guerra (sub-gênero missão), uma comédia de humor negro, é um filme de Vingança. Aquela vingança que não pode se ler nas páginas de História, poderá ser vista por centenas de anos nas imagens do Mito.


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21.10.09

Obra-prima do cinema nacional na tela do INOVACINE

INOVACINE apresenta:


Eles não usam black-tie



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A adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri coloca em foco as agruras da classe operária no mundo cão que foi o Brasil brasileiro em fins dos anos 70. Após a experiência reveladora na produção do documentário "ABC da Greve", Leon Hirszman parte para a ficção com o engajamento e a humildade que sempre estiveram presentes em sua trajetória. Seu estilo clássico e seu rigor humanista contribuem para a consistência irretocável de "Eles não usam black-tie".


Entretanto, é nas articulações entre dramas públicos e lugares privados que o filme estabelece suas bases. Conflitos e paixões familiares desenrolam-se sob o olhar não-sectário da câmera na constatação de que o encanto também tem suas rotinas.


"Eles não usam black-tie" é um filme direto, transparente, que fala de um país (e seu cinema) que poderia ter sido mas não foi.


Miguel Haoni


(APJCC - 2009)


Serviço:


Local: Loja Ná Figueiredo (Av. Gentil Bittencourt, 449, entre Dr. Moraes e Rui Barbosa)


Data: 27/10/09 (excepcionalmente na terça-feira)


Hora: 18:30


Entrada franca


Realização: FAPESPA


Parceria: APJCC


Apoio: Lojas Ná Figueredo

20.10.09

Al Pacino no quarto filme do ciclo dedicado a Sidney Lumet

Cine CCBEU apresenta:

Um dia de cão, de Sidney Lumet

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Numa tarde de agosto de 1972, dois assaltantes amadores invadem uma agência bancária no Brooklin. Treze horas depois do início do assalto não havia mais barreiras entre o real e o absurdo!


A aventura de Sonny, Sal, seus oito reféns, a polícia de Nova York, o FBI, os moradores do Brooklin, a imprensa nacional e um entregador de pizza chega ao nível mítico quando três anos depois é adaptada para a grande tela. Um Dia de Cão é o resultado do trabalho visceral de uma equipe brilhantemente coordenada pelo diretor Sidney Lumet, cujo estilo televisivo encontra o despojamento naturalista do cinema direto e cujo senso dramático torna-se um ato de amor na loucura performática de Al Pacino.


O filme explora o limiar entre a clausura humana e o exterior espetacular num jogo selvagem que aproxima Lumet do mestre Samuel Fuller e sua cine-trincheira. Um Dia de Cão é amor, ódio, ação, morte, em uma palavra: Cinema.


Miguel Haoni


(APJCC - 2009)


Serviço:


Dia 22/10 (quinta)

às 18:30 h

No Teatro do CCBEU (Padre Eutíquio, 1309)

ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU

Parceria: APJCC

Apoio: Cineclube Amazonas Douro

Cine CCBEU no Orkut:

Comunidade e Perfil.

Novo e-mail do Cine CCBEU:

cineccbeu@gmail.com

19.10.09

Cineclube Aliança Francesa em recesso

Nas próximas duas semanas (21 e 28 de outubro), não haverá sessão do Cineclube Aliança Francesa.

Agradecemos a compreensão e esperamos a sua presença assim que a programação voltar ao normal!

15.10.09

INOVACINE lota “Ná Figueredo”

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O espaço cultural Ná Figueredo foi pequeno para o quem assistiu ao filme “Serra pelada – esperança não é sonho”, da paraense Priscilla Brasil. A seguir a projeção, que começou às 18h30min, a realizadora enfrentou uma bateria de perguntas do público jovem que tem acompanhado o INOVACINE. E as questões sociais que envolvem o garimpo de Serra Pelada tornaram-se o centro dos debates, que, aliás, caracterizam as atividades cineclubistas, mas a estética, entretanto, não ficou de fora.

Arquiteta com pós-graduação em marketing e negócios do audiovisual, Priscila Brasil tem 31 anos, iniciou sua carreira em 2004 e desponta na cena cinematográfica paraense como diretora de documentários.

No debate após a sessão, a realizadora disse que o garimpo sempre fez parte de sua vida, desde quando adolescente, até que decidiu filmar Serra Pelada, onde a princípio se sentiu amarrada a um roteiro, mas que, admitiu, aquela realidade transformou a sua perspectiva, pelo que ela abriu mão de uma rota de entrevistas, colocando-se, enquanto realizadora, em confronto com o próprio fazer cinematográfico, motivo pelo qual ela considera o seu filme uma narrativa de conflitos: conflito pessoal, conflito ético, conflito entre garimpeiros e Vale, conflito de informações sobre este problema social.

Priscilla Brasil, que também é realizadora do doc “As Filhas da Chiquita” e fez produção executiva para o “Brega S/A” disse que aposta no acaso, motivo pelo qual ela afirma não ter respostas para o que acontece no garimpo. Humilde, ela diz que a leitura narrativa de seu filme é subjetiva e não pretende encontrar respostas, mas indagações. E uma destas indagações refere-se à própria ética humana do artista, quando este se abandona para imergir em sua obra. No caso particular de Priscila Brasil, uma gravidez de cinco meses

O diretor da Associação Paraense dos Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Mateus Moura, avalia que os debates tem sido positivos. Moura, que também é um dos curadores do INOVACINE, diz que a Fapespa faz a coisa certa ao investir neste projeto, que, segundo ele, abre uma nova janela ao cinema paraense e nacional - no gênero documental. Na opinião dele, o INOVACINE marca um diferencial na cena cineclubista na medida em que coloca realizadores e produtores locais em contato direto com o público da terra.

“O fato é que o cinema paraense há muito reivindica o seu espaço nos circuitos cineclubistas que estão a se espalhar na cidade, tanto em instituições, organizações não-governamentais, quanto na rua, portanto, havia uma lacuna que precisava ser ocupada, e a Fapespa, junto com a APJCC e o Ná Figueredo, soube perceber isso na hora certa, respondendo também a uma aspiração do público, motivo pelo qual as sessões estão a se tornar um sucesso, seja pela presença cada vez maior da comunidade nas sessões, seja pela qualidade dos conteúdos que emergem nos debates que realizamos logo após as sessões”, afirma.

Os debates que são realizados após as sessões do INOVACINE estão sendo gravados pelo Gabinete de Comunicação e Imagem da Fapespa. O objetivo é digitalizar todos os comentários e intervenções, disponibilizá-los no site da Fundação e, dentro de um ano, organizá-los em um livro, que trará também entrevistas com realizadores paraenses que estão participando deste projeto, além de fotografias de registro das sessões. De acordo com o coordenador de comunicação da Fundação, Francisco Weyl, “o livro será lançado em um seminário, quiçá, com o anúncio de uma bolsa de pesquisa em cinema, por exemplo, na Escola de Cuba”, projeta.

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FONTE: Ascom / Fapespa

11.10.09

Filme de Jean-Pierre Melville no Cine AF

Cineclube Aliança Francesa apresenta:

Bob, o jogador (Bob, Le flambeur, Jean-Pierre Melville, 56)

aliança


Michel Poicard (interpretado por Jean-Paul Belmondo) fala em Acossado: “-Ladrões roubam, informantes informam, amantes amam”, Bob (“Le flambeur”: “o jogador”), joga. Eis o fatalismo melvilliano. Não há psicologia, há metafísica. Cinema de gênero.

Jean-Pierre Melville (interpretando um artista) fala em Acossado, respondendo à pergunta da jornalista acerca de seu objetivo na vida: “-Quero me tornar imortal, para depois morrer”,

François Truffaut, em 1956, assiste Bob, o jogador de Jean-Pierre Melville com Roger Duschene no papel principal. Ao sair do cinema estupefato, trêmulo acende um cigarro e respira fundo, ao se virar para seus companheiros sonhadores, diz: “É isso que nós temos que fazer!”.

Mateus Moura (APJCC-2009)

Serviço:

Local: Fundação Ipiranga (Av. Almirante Barroso, 777, entre Tv. Humaitá e Tv. do Chaco – ao lado da Tv Cultura)

Data: 14/09/09 (quarta-feira)

Horário: 19:00

Legendas em português

Entrada franca

Cine CCBEU exibe clássico de Sidney Lumet

Cine CCBEU apresenta:

Limite de Segurança, de Sidney Lumet

limite de seurança


E se, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos tivessem bombardeado o território soviético? A premissa absurda é o gatilho para um dos maiores suspenses de guerra da história do cinema.

Entre o drama clássico e a ficção de vanguarda, Limite de Segurança mostra Sidney Lumet no auge de sua forma. Radicalização da poética do confinamento, mergulho em espiral nos traumas do homem contemporâneo e sua pretensa civilização, o filme congrega toda a ousadia acumulada pelos jovens realizadores na Hollywood pós-macarthysmo.

a claustrofobia silenciosa das salas de guerra, escondem personagens cuja humanidade irrefreável representa o espírito desesperado da época. Em 1964, Sidney Lumet realizou o psicodrama de seu paranóico e violento país, mas ao se atacar acabou ferindo a todos: Limite de Segurança coloca no banco dos réus nossos princípios de justiça e civilização. Ninguém sai ileso.

Miguel Haoni

(APJCC - 2009)

Serviço:

Dia 15/10 (quinta)

às 18:30 h

No Teatro do CCBEU

(Padre Eutíquio, 1309)

ENTRADA FRANCA

Realização: CCBEU

Parceria: APJCC

Apoio: Cineclube Amazonas Douro

Cine CCBEU no orkut:

Comunidade e Perfil

9.10.09

A falta de costume

“Imaturidade” e “arrogância”: dois adjetivos cunhados para classificar a postura que a APJCC assume sempre que decide quebrar o silêncio na tribuna da discussão pública, toda a vez que resolve passar da conversa de bar ao debate político.
É tido como “pedantismo” todo ato crítico, como “desrespeito” toda discordância que vem de baixo pra cima, etariamente falando; “louvável” pode ser o trabalho realizado pela Associação na cidade, mas é preciso ter “humildade”, evitar o “jogo das vaidades”.
O que acontece é uma FALTA DE COSTUME.
A era medieval, eis onde nos encontramos, uma cidade encalhada no tempo. A idéia de CRÍTICA ainda não chegou, nem com o advento da internet.
Mesmo se utilizando apenas dos textos escritos de outros críticos para antagonizar posições em relação à questões em comum, por que a maioria dos leitores insiste (ou quer ver de qualquer jeito) que estão sendo feitas críticas PESSOAIS?
Existe uma diferença entre um homem que tem sua vida privada e suas ações nesse âmbito, e este mesmo homem que tem sua vida pública e suas ações nesse outro âmbito. Existe uma diferença BRUTAL entre discutir as ações da vida privada de alguém no âmbito público e discutir a vida pública desse alguém (as ações políticas).
Talvez pela questão do tão mitificado “provincianismo” (termo também cunhado para caracterizar o “atraso” da postura dos “novos críticos”), Belém não aceita, de braços cruzados, a IDÉIA DE CRÍTICA. Quando ela surge, escudos são levantados apressadamente, existem duas posições de defesa: os mais “espertos” silenciam (para deixar claro o seu desprezo a esse tipo de ação inconseqüente), enquanto os mais “corajosos” reclamam respeito (para ratificar a preservação da dignidade da tradicional nobreza simpática).
É muito mais simples do que parece: só se diz o que se pensa sobre assuntos (que são públicos, e não privados), e se está preparado para ouvir, para depois replicar e etc etc etc.
DIÁLOGO, nada mais, nada menos.


Mateus Moura (APJCC – 2009)


p.s: Aerton Martins escreveu sobre "Amantes" de James Gray em seu blog: http://cinemanamangueirosa.zip.net/ ... pretendo escrever no fim do ano sobre ele, quando lançar a minha lista de melhores e ele encabeçar (se bem que ainda vem Tarantino por aí).


6.10.09

Priscila Brasil fala do seu cinema e de cinema, terça-feira na Ná Figueiredo


CINECLUBE INOVACINE APRESENTA:




Da parceria entre FAPESPA (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará), APJCC (Associação de Jovens Críticos do Pará) e Ná Figueiredo, surge o mais novo cineclube da cidade: o INOVACINE. Com regularidade quinzenal, às segundas-feiras, no espaço Ná Figueiredo (Av. Gentil Bittencourt, n°449), uma sessão cineclubista será realizada pela FAPESPA, com a curadoria da APJCC.
A programação, que inicia no dia 28 de setembro, pretende, até o fim do ano, seguir 3 linhas norteadoras, porém não totalitárias: o cinema brasileiro, o cinema documental e o cinema local.
São 10 filmes até o dia 21 de dezembro. Quatro foram escolhidos pelos membros da APJCC e receberão sua curadoria, três foram escolhidos por cineastas da região metropolitana de Belém, e os outros três são curtas-metragens dirigidos ou produzidos pelos mesmos. Nesta sessão para ilustres convidados, um filme de curta duração próprio e um de longa do seu gosto serão exibidos um após o outro; e, ao fim, uma conversa acontecerá entre cineasta e público.
O objetivo é divulgar a cultura cinematográfica mundial, refletir o cinema em si (ficcional e documental), e percorrer com os olhos e ouvidos os caminhos que ele desbrava.
Depois do sonho maravilhoso, a vigília curiosa. Assim o homem evoluiu, assim o homem evoluirá.


Mateus Moura (APJCC-2009)


Programação Inovacine:



Serra Pelada – esperança não é sonho. Priscila Brasil. 2008 (curta).


Sinopse: A expectativa de reabertura do garimpo de Serra Pelada mobiliza a população garimpeira, em meio à dívida social do Estado brasileiro.


F for Fake. Orson Welles. 19
75. 85’.


Sinopse: Rodado como um documentário, este filme introduz o personagem de Elmyr de Hory, um pintor que vive de falsificações de quadros de famosos como Van Gogh, Picasso e muitos outros, e faz passar como se fossem os originais. Welles também acrescenta à história uma atriz e um biógrafo. Com muitas semelhanças à própria vida de Welles, o diretor de Cidadão Kane ilude o espectador que já não sabe o que é real ou não. A premissa é: se Elmyr é capaz de pintar uma cópia perfeita de um quadro famoso e engana os maiores experts do mundo, então ele é tão genial quanto o verdadeiro pintor que ele está copiando?.
Comentários: Priscila Brasil


SERVIÇO:
Local: Loja Ná Figueiredo (Av. Gentil Bittencourt, 449, entre Dr. Moraes e Rui Barbosa)
Data: 13/10/09 (terça-feira)
Hora: 18:30
Entrada franca


REALIZAÇÃO: FAPESPA
PARCERIA: APJCC
APOIO: LOJAS NÁ FIGUEIREDO

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO SEMPRE NO BLOG DA APJCC: http://apjcc.blog.terra.com.br/

Brando e Magnani em Lumet




Cine CCBEU apresenta: "Vidas em Fuga" de Sidney Lumet



Sidney Lumet sempre interessou-se pelos paradoxos e neuroses do sistema. Seus filmes possuem o poder de expressar a dolorosa sensação de queda na rachadura da Lei: seja jurídica, jornalística, policial, política ou familiar, a estrutura tradicional invariavelmente sufoca os personagens.
Em 1960 o diretor leva às telas o seu violento hino à liberdade aprisionada, ao vôo mirado, à juventude engessada. Ao convergir sob sua câmera a magia dos dois maiores poetas do seu tempo - Tenessee Williams e Marlon Brando - "Vidas em Fuga" é corpo e drama, erotismo lânguido e inferno moral. É a parábola da geração perdida nas lamacentas ruas da vida.

Miguel Haoni
(APJCC - 2009)


Serviço:
Dia 08/10 (quinta)
às 18:30 h
No Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA


Realização: CCBEU
Parceria: APJCC
Apoio: Cineclube Amazonas


Cine CCBEU no Orkut:





2.10.09

O polêmico filme de Louis Malle é o segundo filme do ciclo "Desbravando a Nouvelle Vague"

Cineclube Aliança Francesa apresenta:


Os amantes (Les amants). Louis Malle. 58. Scope. p/b. 90’.





Louis Malle, cineasta clássico, de estilo sóbrio e rigoroso, não tinha qualquer relação com os representantes da nova crítica e da “nova onda”. A verdade é que Malle foi integrado na História ao “movimento” por causa, provavelmente, da sua intenção de renovação do cinema francês – característica essencial dos “jovens turcos”. Eram enfim, os “cineastas modernos” que rompiam abertamente com o – intitulado por Truffaut – cinema da “tradição de qualidade” francesa.
Em cada novo trabalho nos anos 60, Louis Malle exerce vigor e desenvoltura. Experimentalista e provocador, o cineasta francês fez sem dúvida o “cinema de autor”, sem se repetir. Enfrentando cada projeto como um novo desafio, Malle, um grande artesão, se aventurou por vários gêneros: da comédia non-sense de Zazie ao thriller jazzístico de Ascensor para o cadafalso.
Filme que busca o físico através do psicológico e encontra o metafísico, Os amantes, Louis Malle, um pedaço de seio Jeanne Moreau, a volta bovarista, o cosmo scope, a natureza- amor, fim dos anos 50, fim da chatice no cinema francês, uma faísca de realidade.

Mateus Moura.


SERVIÇO:



Local: Fundação Ipiranga (Av. Almirante Barroso, 777, entre Tv. Humaitá e Tv. do Chaco – ao lado da Tv Cultura)
Data: 07/10/09 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Legendas em português
Entrada franca


AÇÃO: APJCC (ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA)
BLOG: http://apjcc.blog.terra.com.br/
COMUNIDADE:  http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=37014176