27.4.11

Cinema documentário no II módulo do curso "A arte audiovisual"



Curso "A arte audiovisual"

Módulo 2 O cineasta perscrutando a realidade (24 horas/aula)

Ministrante: Mateus Moura (APJCC)

de 03 a 08 de maio (terça a domingo)
das 9 às 13 hs
no auditório do SESC Boulevard
Inscrições gratuitas
Vagas limitadas

Sobre o curso:

As pretensões principais são sete: 1. Estimular a cinefilia como prática espiritual; 2. Enfocar certas formas de cinema que caminham estradas marginais; 3. Provocar o ser humano - tenha ele a condição que tiver - a realizar a prática cinematográfica; 4. Convocar os pensadores cinematográficos à produção escrita; 5. Desenvolver poder necessário para vôos críticos na questão filosófica trinária "O que é o cinema? O que é a realidade? O que é o documentário?"; 6. Compreender uma face da História da Humanidade através de certos Artistas e Imagens; e 7. Se questionar o que é a educação, a arte e a cultura - e o cineclubismo no seio disso.

Através da exposição de idéias, filmes, fatos e sonhos, deseja caminhar este curso (o segundo da trindade que pretende abarcar uma discussão sobre a “Arte Audiovisual”).

Sobre as unidades:

1 - Onde tudo começou...
- O primeiro cinema (atualidades X atrações)
- O cinema (ficção X documentário)
- “Diretor”, “Cinegrafista”, “Fotógrafo”, “Cineasta”
- A História (contada X registrada)

2 – Robert Flaherty – encenando a realidade
- O espetáculo do real
- encenação X registro
- luz, som e paisagem
- Robert Flaherty (autor)

3 – Dziga Vertov - um homem, uma câmera e o mundo
- “kino-glaz” (cine-olho) e “kino-pravda” (cine-verdade)
- os kinoks e os meios de produção
- o contexto histórico (vanguarda e comunismo)
- a montagem (manipulação)

4 – Robert Drew e cia - observadores sociais
- a evolução tecnológica e sua relevância na revolução estética
- o cinegrafista, o técnico de som e o montador
- o tema
- “direct cinema”

5 – Jean Rouch – o desbravador da humanidade
- rapsodo das imagens em movimento (a poesia da narração)
- o experimentalismo a partir do registro
- a realidade interior
- “cinéma vérité”

6 – Eduardo Coutinho – o conversador
- o documentário brasileiro e o cinema do terceiro mundo
- a entrevista
- o ator natural
- o filme se fazendo durante a filmagem

26.4.11

Cine CCBEU apresenta "Noite de Estreia", de John Cassavetes


Myrtle Gordon (Gena Rowlands) é uma famosa atriz de meia idade, que passa por uma crise de identidade por se sentir culpada pela morte de uma ardorosa fã na estreia de sua nova peça teatral. Myrtle passa a ver a mulher em alucinações e se recusa a aceitar o papel de uma mulher que envelhece.

Myrtle Gordon (Gena Rowlands) é uma prima-dona. Todos os profissionais que convivem com a atriz, personagem principal de “Noite de Estréia” (Opening Night, EUA, 1977), medem as palavras antes de se dirigir a ela. Eles se desdobram para evitar que a insegurança crônica a fragilize, e a cercam de elogios, muitas vezes ditos só da boca para fora. Todos repetem que a amam. Vivem lhe abraçando e beijando, porque sabem que ela adora contato físico. Tantos paparicos não impedem que Myrtle afunde mais e mais em crise pessoal, à medida que aprofunda os ensaios de uma nova peça, com estréia marcada para Nova York dentro de alguns dias.

“Noite de Estréia”, nono trabalho assinado por John Cassavetes, é muito mais do que o brilhante e minucioso estudo de personagem sugerido pela superfície do filme. Trata-se de um daqueles títulos que oferecem inúmeras possibilidades de leitura, diversos ângulos de abordagem. Para alguns, o filme pode ser sobre o medo da velhice; para outros, uma meditação metalingüística sobre a relação entre ator e personagem (quem conhece a obra de Cassavetes sabe o quanto esta relação era fundamental para ele). Há quem veja no colapso de Myrtle, cuja intimidade o filme desnuda com firmeza e profundidade desconcertantes, uma reflexão sobre o tema predileto do diretor, o amor (no caso, a falta dele).

Originalmente publicado aqui.

Serviço:

28 de abril (quinta-feira)
18:30
no Cine-teatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Facebook da APJCC

25.4.11

Coisas de Cinema apresenta "UP - Altas Aventuras", de Pete Docter


O que seria do homem sem a imaginação? O que seria do homem sem o amor?

UP, animação da Pixar dirigida e escrita por Pete Docter, é uma das respostas mais exatas e afetuosas a essas perguntas. Docter nos fala da imaginação de um coração que conheceu o amor, e agora vai passar pela difícil caminhada em direção a um mundo em que o objeto de tanto amor já não existe – mas que ainda é repleto de novas aventuras a ser vividas. A viagem de Kurt e Russel pelas terras desconhecidas da América Latina pode ser tomada por várias coisas: divertida, agradável, infantil. O que me parece essencial é encará-la como a despedida que todos nós somos obrigados a encarar quando ainda queremos seguir em frente. UP é um ato de amor, é a fé inesgotável na animação 3D desses artistas-divindades da Pixar, é uma das produções áudio-visuais mais importantes dessa década que vivemos. Gosto mais de viver em um mundo em que obras como esta são possíveis (tamanha é a capacidade da Imaginação e do Amor).

Felipe Cruz (APJCC -2011)

Serviço:

Data: 27 de abril (quarta-feira)
às 19h30
no Espaço Cultural Coisas de Negro – Av. Lopo de Castro (antiga Cristovão Colombo), 1081/ Icoaraci
Entrada franca!

Realização: Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema e Espaço Cultural Coisas de Negro
Informações: (91) 81522588 ou (91) 88906669

Maio no Cine CCBEU

13.4.11

Cine CCBEU apresenta: "Os Maridos", de John Cassavetes



Sinopse:

A morte de um amigo reúne três homens de meia-idade, todos casados. Deprimidos, eles vagueiam pela cidade, jogam basquete e se embebe- dam. Depois resolvem partir juntos, sem as respectivas famílias, para uma viagem à Europa, onde reconsideram suas vidas.

Sobre o filme:

Se em "Faces" de 1968, John Cassavetes encara o abismo, em "Os Maridos" de 1970 (filme seguinte) o abismo encara de volta. A comédia humana na qual três amigos (Cassavetes, Ben Gazzara e Peter Falk nas suas maiores performances) se lançam, após a morte do quarto companheiro é absolutamente plena de humanidade e respeito pelos traços mais desesperados da existência.

O turbilhão histérico compete com as barreiras inexoráveis da tristeza e do tédio. O mal-estar e a cumplicidade andam de mãos dadas em todas as cenas neste que é mais um filme em que Cassavetes reflete sobre a consequências inevitáveis da velhice.

Miguel Haoni (APJCC /2011)


Serviço:

14 de abril (quinta-feira)
18:30
no Cine-teatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro

Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Facebook da APJCC

6.4.11

Cine CCBEU apresenta "Faces", de John Cassavetes


Através dos olhos, multifacetada, olhamos a alma: reflexo dos sonhos, dos medos, das cicatrizes e das feridas. Na face encontramos o semblante, no rosto interpretamos a máscara. Olhares, hesitações, rugas, decepções - na face secreta-se, vez ou outra, toda a complexidade de um ser. Vez ou outra...
À um cineasta como John Cassavetes, perscrutar em close (em zoom) as lágrimas desesperadas, o nojo de si, a sincera embriaguez e a inaudita decepção da vida é encontrar a arte onde ele a procura: na realidade mais crua, mais nua; mais sua. Sua pois reconstruída, com a sua equipe que vivencia, com ele, a arte, para recriar a vida; constrói com ele os pormenores da vida, para reencontrar a arte.
Faces, como A Doce Vida, é um filme sobre a madrugada dessas almas perdidas como os olhares, desses corpos decadentes como suas sociedades. O mal-estar, a civilização, o chiste, o álcool, dionísio, neurose, o lar, a família, a vida conjugal, a mesa de jantar, a cama meretrícia, o banho, o jazz, o jeans, as pessoas... tudo em fluxo está perdido no encontro dos atritos. A câmera se atira nesta corrente, furiosa. A forma-Cassavetes nasce então tão naturalmente de sua essência, através da inteligência da emoção.
O cinema como imagem do mundo nos propõe esse retorno sinestésico-simbólico aos sentimentos que nos assaltam diariamente, ou que pelo menos sabemos que assaltam seres de uma era como a nossa. John Cassavetes, homem, podre, belo, artista, alcóolatra, messias, misógino, gênio, sabia mais do que ninguém, que para existir é preciso fazer - não há tempo para outras preocupações.
Fez Faces. Como pôde, como deveria ser feito, como o destino de suas ações decretou.
Fez Faces, e nele insuflou um sopro de liberdade, com toda a responsabilidade que disso provém.
Faces é um feito, um feito inédito, um feito eterno.

Mateus Moura (APJCC - 2011)


Serviço:

7 de abril (quinta-feira)
às 18h30
no Cine-teatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Cartaz: Cinthya Marques
Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro

Mais informações:
Comunidade e Perfil no Orkut
E-mail:
cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Facebook da APJCC

4.4.11

APJCC discute cinema no SESC Boulevard



Nos meses de abril e maio acontecerá no Centro Cultural SESC Boulevard o curso "O que é o cinema?", que tem como objetivo iniciar uma discussão sobre a arte cinematográfica assim como incentivar este segmento em Belém. O curso se dividirá em três momentos: Miguel Haoni será responsável pelo módulo “História do Cinema de Ficção”; Mateus Moura prosseguirá com “Perscrutando a Realidade” e para finalizar Luah Sampaio e Luana Beatriz ministrarão “Materializando a Imaginação”.

Miguel Haoni, cineclubista e diretor da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), iniciará os trabalhos do curso com a “História do Cinema de Ficção”, nos dias 12 a 17 de abril. Este módulo abordará a significância do Cinema enquanto linguagem artística, propondo analisar as principais escolas estéticas, o papel das vanguardas, as modificações na linguagem cinematográfica ao longo dos anos.

Para tal evento, o módulo será dividido em 6 etapas iniciando pela estética dos faroestes americanos; seguindo pela loucura do cinema surrealista, representada pelo cineasta Luis Buñuel; o Realismo francês do entre-guerras; o Cinema Moderno; a Nova Hollywood, e por fim, a revolução que cerca o Cinema Maldito.

Dando continuidade, nos dias 03 a 08 de maio, Mateus Moura, que carrega vários títulos no currículo entre eles o de cineclubista e idealizador da APJCC, continuará o curso tendo em mente debater sobre o cinema documentário. Para isso, além da base teórica que será ofertada (entre eles, André Bazin), Mateus dará destaque aos momentos importantes dos pioneiros do cinema.

“A ideia do curso é fazer essa discussão teórica acerca desta questão trinária: o que é o cinema? O que é a realidade? O que é o documentário?", instiga Mateus Moura. Na ocasião, serão analisadas obras de artistas-problematizadores desde os Irmãos Lumiére, passando por Flaherty, Vertov, Rouch até os Irmãos Maysles e Eduardo Coutinho.

“A pretensão é influir nos potenciais realizadores e críticos o passo para a ação. O olhar crítico mais afinado nos espectadores e a compreensão mais profunda da História e da Cultura do século XX nos homens e mulheres”, finaliza Mateus.

Por fim, Luah Sampaio e Luana Beatriz, integrantes da APJCC, encerrarão o curso, ministrando o módulo “Materializando a Imaginação”, que abordará o cinema de animação. A ideia é mostrar a magia por trás do cinema de animação e perpetuar o conceito de arte deste segmento do cinema, para tal resultado ser obtido, o primeiro passo é desvincular a idéia boba que há sobre a animação e levá-la para o lado artístico. A animação é uma forma de expressão com muitas coisas a oferecer àqueles que decidem apreciá-la.

Para os interessados em participar, os encontros serão diários, sempre de terça ao domingo. O curso obedecerá a dinâmica dos diálogos para cumprir as especificidades do conteúdo programado. Fazem parte do cronograma: aula expositiva e debate com os alunos sobre o conteúdo em questão, pontuado pela exposição de fotos, desenhos, textos e trechos de filmes; exibição parcial de longas-metragens chaves para o entendimento do conteúdo em questão e material didático, críticas ou artigos sobre o assunto em questão.

As inscrições serão abertas a partir do dia 22 de março (terça-feira). Os interessados devem encaminhar-se ao SESC Boulevard, que fica localizado no Boulevard Castilho França, n°522/523, em frente à Estação das Docas, no horário de 10h às 19h entre terça-feira e domingo. O público tem a possibilidade de escolher um ou mais módulos. Cada módulo será em períodos distintos e será constituído de 4 horas por dia, de 9h às 13h. As vagas são limitadas.

SERVIÇO:

Curso "O que é o cinema?"
Módulo I: “História do Cinema de Ficção” com Miguel Haoni.
Módulo II: “Perscrutando a Realidade” (Cinema Documentário) com Mateus Moura.
Módulo III: “Materializando a imaginação” (Animação) com Luah Sampaio e Luana Beatriz.

Período: Módulo I: 12 a 17 de abril/ Módulo II: 03 a 08 de maio/ Módulo III: 24 a 29 de maio
Horário: 09h às 13h
Local: Auditório do Centro Cultural SESC Boulevard (Boulevard Castilho França, n°522/523 – em frente à Estação das Docas)
Informações: (91) 3224-5654/5305 (Centro Cultural SESC Boulevard) ou (91) 4005-9584/9587 (Assessoria de Comunicação)

INSCRIÇÕES:
Início: 22 de março de 2011, terça-feira.
Horário: 10 às 19h.
Dias: terça a domingo.
VAGAS LIMITADAS
INSCRIÇÕES GRATUITAS

Fonte: ASCOM SESC Boulevard

Abril de Cassavetes no Cine CCBEU


Misógino alcóolatra gênio messias john cassavetes*

Não existe fenômeno mais complexo do que a natureza humana. Amor, violência, solidão, preconceito, amizade, medo; de perto, o bicho homem é tão ambíguo, ao mesmo tempo tão sublime e vulgar que seria estupidez exigir que a arte, representação última desta matéria, ignorasse estes paradoxos. Esperar que a poesia seja domínio exclusivo dos campos floridos, virgens perfumadas e causas filantrópicas é ignorar sua base real e privá-la de sua liberdade. Destruí-la.
Neste sentido, o cinema pobre de John Cassavetes é o mais rico de todos. O cineasta nova-iorquino executava suas óperas como poemas sobre os aspectos menos poéticos de nossa condição. Entre o riso e a lágrima sua câmera-intrusa dissecava a matéria sagrada que paira entre os seres.
Cassavates, foi ao mesmo tempo o cineasta da juventude, do espírito das ruas, do "sexo drogas & rock'n roll" e paradoxalmente, do tédio, da inutilidade, da velhice. Tudo isto conduzido pelo ritmo esquizofrênico da existência.
O amadorismo, o princípio da urgência documentarista e a profunda amizade entre diretor, equipe e elenco garantiram às tragicomédias um realismo até então nunca visto. Cassavetes encontrou sozinho o caminho do Cinema Novo.
Seu estilo epidérmico, improvisado, cheio de desfoco e desenquadramento foi o mais perto que o cinema chegou de pintar na tela o real sentido da vida. Esta vida desprezível e maravilhosa.

Miguel Haoni (APJCC - 2011)

*O título deste ciclo foi despudoradamente roubado da música "What You'r Take On Cassavetes" de Kathleen Hanna e seu perturbado Le Tigre. Música boa não só para feministas ou pessoas que gostam de levar cuspida na boca.

Curadoria - Mateus Moura (APJCC)

Programação:

07/04 - Faces
*08/04 (sexta) - Sessão especial - Estréia de "Os Comparsas" de Marcio Barradas
14/04 - Maridos
28/04 - Noite de Estréia

Serviço:
Sessões às quintas-feiras
18:30
no Cine-teatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Cartaz: Cynthia M.
Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro e Rede Norte de Cineclubes