30.7.10

Mostra Novo Cinema Paraense estreia o cineclube Inovacine/IPHAN



A última década foi testemunha de um radical florescimento da produção audiovisual no Estado do Pará - mais notadamente na sua capital Belém. Através da ficção e da não-ficção, diversos artistas conseguiram dar forma a suas perspectivas sobre os fenômenos locais transcendendo as amarras do regionalismo exótico em busca da universalidade inerente à linguagem cinematográfica.

Em maior ou menor nível, todo realizador paraense é essencialmente um guerreiro. A luta por condições de produção e distribuição transforma cada processo/filme num trabalho hercúleo de resistência e paixão. Obviamente, isso significaria muito pouco se na base das obras não houvesse a sensibilidade estética e a inventividade necessárias para a constituição de um Cinema Paraense maiúsculo, livre da muleta da indulgência histérica regionalista.

Existe um cinema paraense? Qual a relevância deste movimento para a arte cinematográfica nacional e mundial? De que maneira tais obras representam os anseios poéticos dos amazônidas em pleno século XXI? Tais reflexões estão na base da "Mostra do Novo Cinema Paraense", uma realização do INOVACINE em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e com 9 dos melhores realizadores locais que, em 3 dias, exibirão suas obras e discutirão com o público os principios artísticos e éticos que regem seus trabalhos.

Quem quiser venha ver, ouvir, pensar e discutir. A mostra acontece nos dias 4, 5 e 6 de agosto no Auditório do IPHAN (Av. Governador José Malcher, 563 - Nazaré) a partir das 18h30 com entrada e conversa franca.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)




Após um semestre de itinerância por 6 cidades do Estado do Pará (Santarém, Soure, Bragança, Marabá e Altamira) e diversas ações pontuais na capital Belém , o projeto INOVACINE retoma sua ação cineclubista regular, agora em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A partir de agosto, o cineclube funcionará quinzenalmente às quartas-feiras, às 18h30, no Auditório do IPHAN (Av. Governador José Malcher, 563) e continuará o projeto de reflexão e debate sobre o cinema documental, o cinema brasileiro e o cinema paraense - sempre contando com a colaboração dos realizadores locais.

O Inovacine - uma parceria entre Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA) e Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) - abre sua programação com a mostra especial "Novo Cinema Paraense" nos dias 4, 5 e 6 de agosto (quarta a sexta) sempre com entrada franca.


Acompanhe a programação:

04/08 (quarta):

I)"Puzzle" de Marcelo Marat
II)"Invisiveis prazeres cotidianos" de Jorane Castro
III)"Salvaterra - Terra de Negro" de Priscila Brasil

05/08 (quinta):

I) "Semiótica-nossa-de-cada-dia" de Darcel Andrade
II) "Mãos de Outubro" de Vitor Souza Lima
III)"A Poeta da Praia" de Márcio Barradas

06/08 (sexta):

I) "Dias" de Fernando Segtowick
II)"Contracorrente" de Francisco Weyl
III)"A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados" de Luiz Arnaldo Campos

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Serviço:

Mostra do Novo Cinema Paraense
Dias 4, 5 e 6 de agosto (quarta, quinta e sexta)
Sessões às 18h30 (seguidas de debates com os realizadores)
no IPHAN (Av. Governador José Malcher, 563 - Nazaré)
ENTRADA FRANCA

Realização: Inovacine
Parceria: IPHAN
Informações: (91) 8813-1891

28.7.10

O Ano do Dragão - Campo de Emoções*


Por Aerton Martins (APJCC - 2010)

A melhor coisa que o diretor Oliver Stone fez em sua carreira foi co-assinar o roteiro de “O Ano do Dragão”, filme do genial cineasta Michael Cimino. O cineasta lutou no front com outros jovens, na chamada Nova Hollywood. Ver as personagens de Cimino em seu quadro vibrante e “bizarro” é sentir o perfume selvagem da arte. Quando Cecil B DeMille se instalou em Hollywood lá atrás, ele não imaginaria que mais tarde jovens amalucados empunhariam o cinema com tanto ardor. Michael Cimino foi um desses malucos, um rapaz que sabia o que estava fazendo. Cimino queria esfregar na cara do espectador que cinema é arte de captar com verdade o sofrimento, o vazio, o amor. Fazer cinema é  modular o quadro com imagens impregnadas de vida. Em “O Ano do Dragão”, de 1985, sentimos esse frenesi de corpos, de imagens latentes, um balé imagético preciso e encorpado, talvez o último suspiro do que foi a Nova Hollywood estava na alma de Cimino. A obra-prima “O Ano do Dragão” exibe uma lealdade que poucos realizadores conseguiram alcançar. Michael Cimino é a resposta que a sétima-arte queria, um cineasta que seduz, que conseguiu extrair de uma fria máquina de captar movimentos um belíssimo e sólido campo de emoções. 

*Texto originalmente publicado em Cinema na Mangueirosa

26.7.10

Confira a programação de agosto do Cine CCBEU


05 de agosto - "Céu e Inferno", de Akira Kurosawa
19 de agosto - "Agora e Sempre", de Lesli Linka Glatter - filme da plateia escolhido por Mariana Hass

A cada mês, um artista diferente é convidado a criar o cartaz de divulgação das sessões. Quem assina a imagem acima é Maecio Monteiro.

O Cine CCBEU exibe clássicos do cinema mundial quinzenalmente às quintas-feiras, sempre a partir das 18h30. A programação acontece no CCBEU (Tv.Pe Eutíquio, 1309) e tem entrada franca. Prestigie!

Cine Refazenda estreia neste sábado com o filme "O Cineasta da Selva"

Cine Refazenda apresenta:

O Cineasta da Selva, de Aurélio Michiles

 
Ainda hoje, os filmes de Silvino Santos (1886-1970) parecem bem mais que peças de um museu cinematográfico. Suas tomadas enchem os olhos pelos sentidos de movimento, ação, composição e detalhe. Cineasta do capitalismo caboclo nascente, cronista de índios, seringüeiros, pescadores e grandes empresários, são pétalas que caem na margem dessa amazônia retratada por um cineasta que passou mais tempo em terras amazônicas que na própria terra em que nasceu (Portugal). Silvino praticamente inaugurou, junto com o major Tomaz Reis, o documentarismo etnográfico brasileiro. E também uma série de dilemas que o nosso cinema historicamente enfrentou junto aos poderes político e econômico - principalmente em terras de "índio".

Aurélio Michiles encorpou uma perspectiva romântica para enfocar O cineasta da selva e o efeito ressalta a opção de Michiles por uma espécie de memorialismo lúdico, combinando rigor histórico e liberdade poética.

Uma cobra avança entre cachos de película, uma borboleta pousa num pedaço de filme. São imagens sintéticas que pretendem substituir grandes esforços de produção do filme de época. Da mesma forma, o uso gracioso de fotografias, mapas, transições de cor e incrustações digitais, além de um trabalho musical delicadíssimo e primoroso, tudo solicita do espectador uma atenção pelo menos tão lírica quanto histórica. A síntese acaba sendo a maior virtude desse filme que se lança ao desafio de retratar uma epopéia.

O filme retrata um tema de grande importância histórica para o Pará, o ciclo da borracha, que serve de paralelo com a situação da Amazônia dos anos 1970 no curta que será exibido na próxima sessassão do dia 14 de agosto, "Sangue e suor: A saga de Manaus".


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O Cine Refazenda convida as 12 Comunidades Rurais do Genipauba para espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e rodas de conversa sobre Permacultura, Arte e Espiritualidade.

Numa parceria entre a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e a Rede Norte de Cineclubes, a programação passará a funcionar quinzenalmente, aos sábados, a partir do próximo dia 31 de julho, sempre às 19h30, com entrada franca. 


A primeira sessão apresenta o filme "O Cineasta da Selva", de Aurélio Michiles. No dia 14 de agosto, será exibido "Sangue e Suor: A Saga de Manaus ", de Luiz de Miranda Corrêa 

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Serviço:

31 de julho (sábado) às 19h30
debaixo da Mangueira do Instituto Refazenda (Km 12 da estrada do Genipauba) - Veja Mapa
Entrada franca 


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Mais informações:

Site do Instituto Refazenda

E-mails: samiraoni@gmail.com e cinerefazenda@gmail.com
Contato: (91) 8154-1386

21.7.10

I JOPACINE realiza discussão de eixos temáticos

Neste mês de julho, o movimento cineclubista paraense poderá celebrar mais uma conquista através de um evento pioneiro no estado. Trata-se da I Jornada Paraense de Cineclubes (JOPACINE), evento que ocorre entre os dias 23 e 25 de julho, na Escola Estadual Davi Salomão Mufarrej.

Organizado por representantes de diversas entidades cineclubistas, como  O INOVACINE/FAPESPA e a APJCC (Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema), o JOPACINE irá tratar de assuntos de interesse comum ao movimento, tais como a fundação da Federação Paraense de Cineclubes (ParáCINE), a aprovação de seu estatuto, eleição da diretoria, além da discussão de políticas públicas de incentivo aos cineclubes, e estratégias de desenvolvimento da atividade cineclubista no Estado do Pará, entre outros tópicos.

Podem participar do JOPACINE todas as organizações cineclubistas atuantes no Estado do Pará, filiados ou não ao CNC (Conselho Nacional de Cineclubes), representantes de instituições públicas e particulares, entidades da sociedade civil e outras nas quais sejam desenvolvidas atividades de caráter cineclubista. As inscrições estão abertas até o dia 23 de julho, 19 horas, no Colégio Davi . O material de inscrição pode ser enviado para o e-mail jopacine@gmail.com ou para a Comissão Organizadora da Jornada Paraense de Cineclubes – JOPACINE – Presidente Vargas, 1020, Centro – CEP: 66017-000 Belém – PA.

Serviço:

 
I Jornada Paraense de Cineclubes
Data: 23 a 25 de julho (sexta a domingo)
Horário: A Partir das 8h
Local: Escola Estadual Davi Salomão Mufarrej - Av. Alm. Tamandaré, 256
Inscrições até 22 de julho
Informações: http://jopacine.wordpress.com/

19.7.10

Cine CCBEU exibe clássico de Eisenstein

Cine CCBEU apresenta:

Ivan, O Terrível - Parte I, de Sergei Eisenstein


Sergei Eisenstein já tinha inscrito seu nome definitivamente na história do cinema por conta de suas obras-primas dos anos 20 e de sua militância teórica na defesa do "cinema intelectual" inspirado na montagem, quando, no início dos anos 40, Stalin o convoca a filmar a vida do czar Ivan IV, famoso unificador da Rússia no fim do período medieval.

A relação de Eisenstein com o governo soviético nunca fora harmoniosa e o projeto da trilogia "Ivan, O Terrível" sofreu uma grave interferência ao ter sua segunda parte censurada. Stalin percebeu no filme uma crítica ao seu próprio despotismo e ao ninho de cobras que havia se tornado o alto escalão da administração pública.

Entretanto, o tempo foi favorável às obras e as duas partes de "Ivan" (a terceira não foi finalizada em funçãoda prematura morte do realizador) representam marcos no nascimento do cinema moderno.

O Cine CCBEU tem orgulho de levar ao público "Ivan, O Terrível - Parte I": um capítulo incontornável na história da encenação cinematográfica.

Ao fazer um filme inspirado nos princípios da arte expressionista, Eisenstein dá vida às peças de um xadrez barroco, cujos olhares e gestos apontam, a cada plano, para um mistério.

Tal qual no teatro elizabetano, nobres gigantes e desprezíveis conspiradores duelam aos olhos do público num cenário de ícones medievais cujos tetos baixos pervertem suas posturas.

Este caos dramático é organizado pela ousada mise-en-scène de Eisenstein, cujo rigor expressivo o posicionou como um dos grandes artistas de todos os tempos.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)

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Espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema, o Cine CCBEU acontece numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e Cineclube Amazonas Douro.
 
O cineclube funciona quinzenalmente às quintas-feiras, a partir das 18:30. A primeira sessão de agosto apresenta, no dia 05, "Céu e Inferno", de Akira Kurosawa.

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Serviço:

22 de julho (quinta-feira) às 18h30
no Cineteatro do CCBEU (Tv. Padre Eutíquio, 1309)
Entrada Franca

Realização: CCBEU
Parceria: APJCC
Apoio: Cineclube Amazonas Douro

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Mais informações:

Comunidade e Perfil do Cine CCBEU
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Contato: (91) 88131891

Estar perto não é físico*

Por Mateus Moura - APJCC 2010

Tecnicamente o filme é nota 10. Fotografia, figurino, maquiagem, som. Tudo excelente.

Artisticamente o filme é nota 6. Idéias audiovisuais interessantes, rigor estilístico quase surpreendente para um estreante, respeito honesto por um universo banalizado, noção de tempo/espaço cinematográficos.

Não deixe a matemática te enganar, a nota 6 vale muito mais que a nota 10. Há quem acredite que fazer cinema é juntar os melhores técnicos, as atrizes mais gatinhas e enquadrá-los no bom e velho “tema contemporâneo”. Podem fazer o que chamam de um “bom filme”, mas do cinema a maioria ta longe...


Esmir Filho, diretor de Os famosos e os duendes da morte, está próximo. O filme tem tudo que caracteriza justamente o contrário, mas é aí que mora o diretor – ultrapassa os perfumes técnicos, os belos rostos em si e os grandes temas atuais. Ultrapassar não é negar, mas abraçar e avançar. Chegar no cinema.

Não botava fé que o Esmir era um cineasta. Fui assistir a algum o tempo o famoso Tapa na pantera no youtube, e não me interessou mais que outros vídeos da internet.

Não tenho uma proximidade de universo com o filme, a atmosfera emo-folk evocada não me fisga como fisgou vários adolescentes pelo Brasil (apesar de ser já um fã da música de Nelo Johann). Enfim, não falo do filme com amor; não é o caso. Enxergo então de fora o universo, e analiso que temos alguém pensando imagens, planos, movimentos sinestésicos de câmera, mundo sonoro.

São nas sensoriais imagens emaconhadas na conversa dos garotos, no segurar dos planos íntimos em sequências como a do vinho com a mãe, na eficiente e nada banal utilização das imagens digitais e mídias virtuais que Esmir me fisga a atenção.

Vai se tornar publicamente, mas em essência não é apenas um “filme cult”, tal qual, às vezes alguns, delimitam Gus Van Sant.

Na cidade interiorana sulista onde os pais morrem mais cedo, o universo interior de um adolescente é desnudado em cenas livres, que atingem o seu ápice no necrófilo e libertário ménage a trois bissexual platônico. A ponte, símbolo de morte no decorrer do filme, ao fim, ganha o contorno de renascimento. O realismo ao lado do simbolismo.

Um filme para as mães, disse minha mãe. Um filme para os filhos, disse meu irmão.

Um filme para ser visto com cuidado.

*Originalmente publicado no Cinemateus

13.7.10

Bragacine vive o cinema no Museu da Marujada

A onda cineclubista continua a crescer no Estado do Pará. Prova disso é que cerca de 30 jovens do projeto Aluno Repórter – financiado por Edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará – lançam nesta sexta, 16 de julho, o mais novo cineclube paraense, o BRAGACINE. O espaço escolhido para o ato é exatamente o local onde funciona o Museu da Marujada (e onde também já funcionou um cinema, há décadas atrás).


Ai que vida”, de Cícero Filho, é o filme escolhido para abrir a programação do BRAGACINE. Sucesso de público onde tem sido exibida, esta narrativa audiovisual se passa na fictícia cidade de Poço Fundo, no interior do Nordeste, sob um verdadeiro caos por causa da administração de um prefeito corrupto, até que uma moradora se revolta e decide “acordar” o povo sobre a atual situação da cidade.


As datas das próximas sessões do BRAGACINE já estão definidas: dias 04/09, 25/09, 16/10, 06/11, 27/11 e 18/12 às 19h. Mas o espaço destas sessões ainda está a ser articulado pela equipe organizadora do BRAGACINE, na qual se destacam alguns jovens formados pela oficina cineclubista desenvolvida em abril pelo Projeto INOVACINE no Município.


Entre os jovens da equipe organizadora estão: Adria Larissa Belém da Silva, Alex Jean Ferreira da Silva, Alex Luan Brito Macedo, Andriele Cavalcante Alves, Euclides Gonçalves dos Santos Neto, Jayne Andrade de Oliveira, Luciane Batista de Sousa, Luiz Alan Melo, Maria Genailze de Oliveira Ribeiro, Nayna Gisella Sousa Costa, Tamiris Milena Da Silva, Thiago do Socorro dos Santos Ferreira. Grande parte deles já confirmou presença em Belém na Jornada Paraense de Cineclubes, dias 23 e 25 de julho.


SERVIÇO: Inauguração do Cineclube BRAGACINE. Museu da Marujada. Bragança. Dia 16 de julho de 2010. A partir das 19H. Entrada e diálogo francos. Realização: BRAGACINE. Apoio: Projeto Aluno Repórter, Inovacine-Fapespa, Secretaria de Educação do Estado do Pará.

Fonte: Ascom/ Fapespa

12.7.10

Certos filmes pertencem ao futuro*

[2001: Uma Odisséia no Espaço. Stanley Kubrick.1968]


Ontem vi meu primeiro blue-ray, revi meu primeiro filme favorito: 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick. Não apenas continua grandioso, mas se expandiu; como o universo misterioso, que, em movimento, o cineasta, alquimicamente, ousa perscrutar.

Um dos caras que me abriram a porta do cinema foi Kubrick, e na sua revisão a sensação óbvia é de que entrei pela porta da frente.

Impossível não se impressionar com o rigor deste cineasta, talvez nunca tenha existido alguém que gostasse mais de filmar do que esse gênio das imagens sonoras.

Os efeitos especiais são mais do que especiais, são espaciais, supernaturais. Ninguém usou o som com tanta propriedade, emprestou músicas com tanta nobreza.

Seu maior tema foram as trevas humanas, os grandes erros necessários da humanidade, os grandes problemas naturais da sociedade.

Maestro; um dos maiores do cinema.
 
Mateus Moura - APJCC 2010
 
*originalmente publicado em 5 de julho, no Cinemateus.

JOPACINE convoca cineclubistas do Pará


De 23 a 25 de julho, Belém recebe a I Jornada Paraense de Cineclubes (JOPACINE), evento que promoverá o encontro dos Cineclubes do Estado do Pará. A proposta é discutir políticas públicas de incentivo aos cineclubes e estratégias de desenvolvimento da atividade cineclubista no estado.


A JOPACINE é convocada por trinta e três (33) organizações cineclubistas reunidas nos "II DIÁ-logos Cineclubistas - Construindo a Jornada Paraense de Cineclubes", evento realizado no último dia 15 de maio, no Instituto Nangetu de Tradição Afro-Religiosa e Desenvolvimento Social. Sem orçamento e ao mesmo tempo sem economia de esforços, o evento vem sendo estruturado em rede, de forma colaborativa, com os seus passos sendo permanentemente publicitados de forma a que a sociedade possa acompanhá-los.


Estão convidadas a participar da programação todas as organizações cineclubistas atuantes no Estado do Pará, filiadas ou não ao Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), assim como os representantes de instituições públicas e particulares, entidades da sociedade civil e outras nas quais sejam desenvolvidas atividades de caráter cineclubista.


Os interessados devem apresentar documentos que comprovem o caráter democrático da entidade ou grupo informal; o compromisso cultural e ético da organização; o plano de desenvolvimento de ações cineclubistas e, quando for o caso, relatório de atividades. As inscrições podem ser feitas até a véspera do evento, 22 de julho.


Para mais informações, acesse os links abaixo.

9.7.10

Jornada de Cineclubes em Belém recebe secretário do CNC

O secretário geral do Conselho Nacional de Cineclubes, João Batista Pimentel Neto, foi a primeira pessoa a confirmar presença na Jornada que vai fundar a Federação Paraense de Cineclubes, dias 23, 24 e 25 de julho, em Belém.

Segue abaixo, texto enviado pelo evento.

Honrado pelo convite, conforme e-mail endereçado á comissão organizadora, o secretário do CNC vai arcar com a viabilização da própria passagem aérea para garantir a sua participação em toda a Jornada, propondo-se, inclusive, em aceitar acomodações disponibilizadas através da hospedagem e alimentação solidárias.

Além do estímulo ao movimento cineclubista, a presença de Pimentel, segundo a comissão organizadora do encontro, confirma que a articulação de eventos em rede, de forma aberta, transparente e democrática, fortalece o sentimento e a sinestesia colaborativa dos participantes. A comissão organizadora avalia que a presença de Pimentel, assim posta, poderá estimular a militância cineclubista para a o entendimento de que a JOPACINE, por resultar de um esforço coletivo e por ser organizada com enormes dificuldades estruturais, os seus participantes serão convocados a assumir eles próprios diversas responsabilidades com este evento, histórico pela sua própria natureza.

Assim sendo, a presença de Pimentel em Belém na Jornada Paraense de Cineclubes é sem dúvida a primeira de uma série de confirmações que estão se desenhando e que devem estar consolidadas até meados da próxima semana. Até o presente momento, o evento conta com apoios do IDEA 2010, Rede Norte de Cineclubes, Secretaria de Educação, Casa Civil, Prodepa, Fapespa, Sedect e Secult.

Objetivamente, estão garantidos o espaço de realização do evento (Cinema Olímpia), o alojamento dos participantes (que será em escola próxima ao local da JOPACINE), transporte dos participantes entre o local do evento e a escola onde ficarão alojados.

A partir de segunda-feira, dia 12, serão intensificadas as chamadas aos cineclubistas, gestores de entidades da sociedade civil, ativistas do setor audiovisual, realizadores e produtores de cinema e mídias digitais, de forma a garantir a maior representatividade possível deste encontro.

O evento é convocado por cerca de 30 entidades e projetos que participaram do ii DIÁ-logos cineclubistas, realizado em maio no instituto de Tradição Afro-Religiosa Mãe Nangetu. Sem orçamento e ao mesmo tempo sem economia de esforços, o evento vem sendo estruturado em rede, de forma colaborativa, com os seus passos sendo permanentemente publicitados de forma a que a sociedade possa acompanhá-los.

Assim sendo, estão disponibilizados no site www.jopacine.wordpress.com todas as informações sobre a JORNADA, entre as quais: programação, ficha de inscrição, proposta de regimento interno da JOPACINE e ainda a proposta de estatutos da Federação Paraense de Cineclubes.

A meta da comissão organizadora é aparar as arestas e solucionar todos os impasses entre teorias e práticas antes da JOPACINE, para que a mesma se transforme num espaço de conversas entre as vivências e de proposições afirmativas para o desenvolvimento da atividade cineclubista no Estado do Pará.


Fonte: Comissão Organizadora da Jornada Paraense de Cineclubes

8.7.10

APJCC discute animação em Macapá

Hoje acontece pela primeira vez uma ação da APJCC fora do Estado do Pará. Dentro do Festival Quebramar será exibido a maior animação desta década. A intenção é discutir essa arte como autônoma, através de suas obras-primas. Felipe Cruz é quem assina a curadoria, apresentando para a sua cidade do coração – Macapá – o que seu coração aprendeu na cidade onde vive atualmente.

Ratatouille. Brad Bird. Pixar. 2007.



O que é a arte? O que é o artista? O que torna a expressão artística algo capaz de produzir tanta fascinação naqueles que se entregam a sua apreciação?

Essas são perguntas que atravessaram os séculos da história humana e para as quais, felizmente, nunca encontramos respostas – nos restando sempre o prazer inestimável da pergunta; e uma das mais belas perguntas já postuladas a respeito do que vem a ser a arte e o que vem a fazer um verdadeiro artista é a animação Ratatouille, de Brad Bird.

Refletindo a respeito da afirmação do chef Gusteau de que “qualquer um pode cozinhar”, esta obra-prima dos estúdios Pixar é um hino de amor à arte e à possibilidade sempre renovadora que ela possui de surgir nos mais improváveis lugares.

É, pois, com esta grande obra que a APJCC marca sua primeira exibição na cidade de Macapá, com a mais honesta crença de que o Cine Clube é o espaço sagrado onde o verdadeiro debate sobre as obras áudio-visuais deve ocorrer com a liberdade própria do diálogo que se pretende construção,  promovendo o que sempre foi mais caro a esta associação de jovens críticos: a oportunidade que toda a grande obra de arte merece ter de ser vista com respeito e 
defendida com amor.

Felipe Cruz (APJCC-2010)

Serviço:

8 de julho (quinta-feira)
às 14h na Fortaleza de São José de Macapá
Entrada franca!

5.7.10

John Hughes no Cine CCBEU

Cine CCBEU apresenta

Clube dos Cinco, de John Hughes (filme da plateia)



Poucos artistas conseguiram enxergar dentro da alma dos jovens como o americano John Hugues. Suas obras eram tratados líricos sobre a liberdade, o amor e a masturbação; sobre o eterno conflito entre pais e filhos; sobre a descoberta da vida no coração oprimido dos lares e escolas americanos.

Tamanha era a ressonância do seu trabalho que seus filmes eram aguardados e devorados como um disco novo da banda preferida por milhões de jovens pelo mundo.

O lugar de Hughes na indústria cinematográfica é inquestionável. Mas mais importante que isso é o seu papel para a arte: seus filmes revelam o trabalho de um cineasta rigoroso, sensível e extremamente apaixonado pelas imagens que captura.

O maior exemplo dessa inventividade está no clássico "Clube dos Cinco", no qual o confinamento espaço-temporal representa a ampliação dos potenciais imagéticos da obra, como no cinema de Sidney Lumet.

O drama e a aventura dos cinco jovens na detenção tem tanta humanidade em cada fotograma que é impossível não se assombrar com a sua grandeza.

Miguel Haoni (APJCC - 2010)

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Espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema, o Cine CCBEU acontece numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e Cineclube Amazonas Douro.

O cineclube funciona quinzenalmente às quintas-feiras, a partir das 18:30. Ainda em julho, no dia 22, será exibido "Ivan O Terrível", de Sergei Eisenstein.

Sempre com entrada franca!

* * *

Serviço:

08 de julho (quinta-feira) às 18:30

no Cineteatro do CCBEU (Padre Eutíquio, 1309)

Entrada Franca

Realização: CCBEU

Parceria: APJCC

Apoio: Cineclube Amazonas Douro

* * *

Mais informações:

Comunidade e Perfil do Cine CCBEU

E-mail: cineccbeu@gmail.com

Contato: (91) 88131891

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