22.8.09

O papa Roberto Rossellini fecha o ciclo "As idéias e os filmes da vida de François Truffaut". SENZA ROSSELLINI NON SE PUOI VIVERE!

Cineclube Aliança Francesa apresenta:


Stromboli. Roberto Rossellini. 1950. p/b. 107’.





Ingrid Bergman, vedete do star system americano, troca o posto estelar de protegida de Alfred Hitchcock - um dos homens mais poderosos da maior indústria cinematográfica do mundo – para atuar nos pobres filmes do belo italiano Roberto Rossellini. Conquistas amorosas a parte, podemos dizer que a atriz sai do vinho para água, da ebriedade para a sobriedade, da fantasia para a realidade.
Em entrevista, Hitchcock, quando questionado acerca da declaração de Rossellini de que o cinema estava morto, respondeu friamente: “só se for o dele”. O próprio Roberto Rossellini mais tarde ia declarar que não se via como um “cineasta”.
Afinal, Rossellini faz cinema? A melhor resposta é: não como Hitchcock, ou, não como Hollywood. Para Rossellini, por exemplo, um bom roteiro não deve atingir dez páginas e “trama” é pra quem não respeita a vida. O compromisso maior é com a verdade, e a postura diante de um objeto do mundo deve ser de distância crítica. “Acompanhar e descrever um ser em todas as suas impressões e descobertas”, eis a definição de seu método novo de realismo. Rossellini – diferente de Hitchcock (um homem que pensava em imagens) – era um homem que pensava na realidade. Se questionava: “As coisas estão na nossa frente, pra que inventá-las?”
O heroísmo, a inteligência, a novidade de método e a ética de Roberto Rossellini o coroou papa do cinema moderno - guru da nouvelle vague e dos cinemas novos e pobres ao redor do mundo. Seu ensinamento máximo de que é preciso apenas “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” para se fazer um filme libertou o cinema de vários supérfluos, e encorajou visionários ao redor do mundo.
Stromboli inicia sua fase “bergmaniana”. Incompreendido na Itália, é na França, pelos jovens turcos da Cahiers Du Cinema e por André Bazin, que Rossellini vai ser defendido por seus novos filmes. Mais rigoroso e lúcido que nunca, o italiano enfrenta os homens, mulheres, peixes e vulcões com a câmera em punho e o olho atento . Aprendamos com o grande mestre do cinema moderno, vivendo (o cinema) que se aprende.

Mateus Moura.



SERVIÇO:
Local: Aliança Francesa (Tv. Rui Barbosa, 1851, entre Mudurucus e Conselheiro Furtado)
Data: 26/08/09 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Legendas em português
Entrada Franca



AÇÃO: APJCC (ASSOCIAÇÃO PARAENSE DE JOVENS CRÍTICOS DE CINEMA)
BLOG: http://apjcc.blog.terra.com.br/
COMUNIDADE:  http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=37014176

Nenhum comentário: