3.6.08

APJCC homenageia Ingmar Bergman

CINEMA NA CASA APRESENTA:


 


Ciclo Ingmar Bergman (1918-2007)


Curador: Miguel Haoni


 




No dia 30 de julho do ano passado, em uma pequena casa na ilha de Färo, Suécia, partia o grande diretor Ernst Ingmar Bergman, legando à humanidade o resultado de mais de meio século devotado ao cinema e ao teatro.
Vítima de uma formação religiosa extremamente rígida (o autor era filho de um pastor luterano), Bergman desde muito cedo encontrava alívio para seus traumas na arte. Seu fascínio pelos desdobramentos mórbidos da condição humana permitiu ao artista encontrar, dentro e fora de sua intimidade, a matéria-prima para a confecção de uma filmografia valiosíssima (no ano passado suas obras foram tombadas pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade).
Seu trabalho retrata os aspectos mais constrangedores das relações humanas: a falta de fé, a crise familiar, a degeneração psicológica, a culpa, a angústia, a morte. Bergman ao falar de si, falava de todos nós e esta universalidade em sua linguagem será o foco desta justa homenagem prestada pelo Cinema na casa neste mês de junho. "Morangos Silvestres", "Noites de Circo", "Através de um Espelho" e "Persona" formam juntos uma pequena amostra do que há de melhor e mais perturbador na "fase preto-e-branco" do mestre sueco.
Parafraseando o agridoce Woody Allen: "Fellini está morto, Bergman também, e ninguém está se sentindo muito bem". Ingmar Bergman está morto! Mas, à revelia disto, continua nos ajudando a viver. Intensamente.


Morangos Silvestres, Ingmar Bergman, 1957, pb


 


03/06/2008 às 18:30


No auditório da Casa da Linguagem (Av.Nazaré, 31)


 



A vida de Isak Borg foi inteiramente voltada ao trabalho e ao estudo. Sua dedicação incondicional à profissão é amplamente reconhecida e respeitada em todos os lugares. Menos em um: sua própria consciência.
Um pesadelo é o gatilho para a busca por respostas: em que momento de nossas vidas tomamos o caminho errado? O que devemos fazer para reparar crimes de um passado distante? Para Isak, a visão sufocante de seus erros é ao mesmo tempo horível e iluminada. Encarar o mal escondido em sua nobreza e retidão é a única chave para o relicário vergonhoso do protagonista.
Mais do que uma obra-prima sobre a velhice, Morangos Silvestres é um tratado poético sobre a culpa. Ingmar Bergman nos expõe corajosamente uma verdade que tentamos evitar a todo custo:o mal que causamos aos próximos nos acompanhará para sempre e em algum lugar ele nos confrontará. Nem que seja no mais tenro pomar de nossa lembrança. Nem que seja no nosso canteiro de morangos silvestres.


Miguel Haoni
(Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema - APJCC)


 


mais informações sobre o ciclo e todas as datas e sinopses: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=46934585

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