27.5.10
O melhor de Glauber Rocha em Marabá
Já passavam das 10 da noite de ontem (segunda, 24 de maio) quando Mateus Moura, da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema, encerrou a roda de conversa que rolou no Galpão das Artes de Marabá logo a seguir a projeção daquele que é considerado por Martin Scorsese o melhor filme de Glauber Rocha, “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” (1969 – 95 min).
O filme abriu o ciclo cineclubista organizado pelo INOVACINE em parceria com o GAM e a Casa de Cultura de Marabá. Até sexta-feira, 28 de maio, seis filmes terão sido exibidos. E sistematicamente dissecados e discutidos. Segundo Moura, as sessões possibilitam o aprofundamento de importantes temas que também são abordados (pela manhã) na oficina de formação cineclubista desenvolvida pelo INOVACINE na Casa de Cultura do Município.
Moura, que não economiza superlativos para analisar a obra glauberiana, diz que “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” é um filme denso e até mesmo cansativo, mas necessário para uma completa assimilação dos elementos fundamentais que constituem uma obra de arte, afinal, se, ao fazer um filme, um realizador escreve com a câmera, compete aos amantes desta arte, fazer a leitura desta escritura.
“Com a devida responsabilidade inerente ao ato cineclubista, o Dragão... é um filme exemplar que nos permite a entrada no próprio processo de construção da poética das imagens e das estéticas que estas imagens nos evocam”, observa.
Cerca de 20 pessoas estão participando da oficina, a maioria das quais colaboradoras de pontos de cultura e Infocentros do programa NavegaPará, aliás, parceiro da videoconferência que o INOVACINE promove às 18hs desta sexta, dia 28, para debater o cinema paraense. Na noite de hoje, terça, 25, à noite, no GAM, os participantes da oficina também assistirão a um dos mais importantes filmes da história do cinema e um belo exemplo do cinema japonês clássico: “Contos da lua vaga” (1953 – 96 min), de Kenji Mizoguchi.
O coordenador do projeto, Francisco Weyl, informa que o INOVACINE está realizando pelo menos duas mostras itinerantes, sendo Glauber – a abrir - e outra de conteúdos paraenses – para encerrar. Desde setembro do ano passado, o projeto já realizou 29 sessões de cinema. A maioria dos filmes projetados é paraense. Além disso, nesse mesmo período, o INOVACINE promoveu seis oficinas e formou 70 pessoas.
“O diferencial das nossas oficinas é que somos apaixonados pelo que fazemos e essa paixão se impregna em todo o processo de trabalho, motivo pelo qual temos conseguido superar os nossos desafios, sendo o maior deles o de dinamizar novos cineclubes em espaços onde sequer existia cinema”, comemora.
OFICINA – Marabá é a quarta cidade visitada pelo INOVACINE, que já passou por Santarém (Pontão de Cultura Digital do Tapajós); Soure (Ponto de Cultura Cruzeirinho); Bragança (Rádio Educadora de Bragança); e Belém: Centro (Espaço Cultural Na Figueredo); Marambaia: Escola República de Portugal (Movimento Cultural da Marambaia - Moculma); Cidade Velha (Escola de Samba DEIXA FALAR); e Guamá (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação Popular – Cepepo; e Espaço Cultural Nossa Biblioteca).
Miguel Haoni, da APJCC, avisa que a oficina, que ontem entrou no primeiro cinema
(1895 – 1915), passou pela transição e hoje, entrará no cinema clássico e nos gêneros cinematográficos.
“Temos uma metodologia clara que estimula o participante da oficina a tomar posse de conteúdos indispensáveis para ver uma obra fílmica e dinamizar uma sessão cineclubista”, finaliza.
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FONTE: Ascom/Fapespa
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