Feito um ano após "Easy Rider" (1969) – que é o filme-ícone da geração hippie mais marcante na contracultura norte-americana – “Cada um Vive Como Quer” (Five Easy Pieces, 1970), embora tematize igualmente a busca pela liberdade social, o argumento trata, por sua vez, de limites mais psicológicos que aprisionam a personagem principal da trama.
A película conta a trajetória do peão Robert Dupea (interpretado por Jack Nicholson) que trabalha num campo de petróleo e parece ser o arquétipo herói da classe trabalhadora, preferindo encher a cara no tempo livre, jogar boliche e tudo o mais que o envolva numa vida comum e até medíocre. Sua namorada Rayette (Karen Black), porém, não se importa muito com isso, boazuda e ingênua, vive a eterna esperança de se sentir amada por ele, parecendo este ser o seu único objetivo de vida. Ao ficar sabendo de uma séria complicação na saúde do pai, Dupea, que há anos não visitava a família, guia-nos rumo a um passado particular que deixara seqüelas em suas escolhas e personalidade.
Hoje, “Cada um Vive Como Quer” não deixa dúvida que tenha inspirado uma geração de realizadores, embora “Easy Rider” permaneça bem mais popular. Com um forte senso de realismo, é um road movie com excelentes atuações e também é um filme sobre confrontos familiares e dramas existenciais que aprisionam, quiçá, a muitos de nós.
Aproveitaremos também a oportunidade para trocar breves impressões sobre vivências e opiniões acerca de temáticas correlatas ou não a esta obra prima do pouco conhecido diretor Bob Rafelson.
Gláucio Lima
(comentador convidado)
Serviço:
13 de maio (quinta-feira)
às 18:30
no Cineteatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA
Realização: CCBEU
Parceria: APJCC
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
Mais informações:
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