Cinema na Casa apresenta:
Ciclo Mario Bava: a beleza do Horror
Em 31 de julho de 1914 em Sanremo, para servir ao cinema e ao fantástico, nasce Mario Bava. Seu pai, por obra do destino, foi um dos fundadores da indústria cinematográfica italiana, e o menino Bava, desde cedo, se interessava pelas câmeras e brincava nos sets de filmagem. Depois de fazer história na juventude como diretor de fotografia de mestres como Rossellini, Pabst e Raoul Walsh, o já maduro Mario, tem, aos 46 anos, a chance de assinar o seu primeiro filme. Ele já tinha terminado de dirigir filmes como o primeiro horror italiano “I Vampiri (1956)” que Riccardo Freda abandonou, dentre outros... mas é com o sucesso mundial “A Máscara do Demônio” (1960) que realmente começa a escrever a sua própria história: a história de um dos homens mais criativos do século XX. Um pedacinho dela será mostrada no mês de agosto no Cinema na Casa. Além de “A máscara do demônio (1960)”, serão apresentadas as obras-primas: “As três máscaras do horror (1963)”, “Planeta dos vampiros (1965) ” e “Rabid dogs (1974)”.
Pai do cinema de horror italiano e maestro cinematográfico absoluto do fantástico na história da arte, gênio incompreendido em muitos cantos, é louvado por grandes mestres e amantes da sétima arte em todo o mundo. Um esteta refinado, mestre-mor dos efeitos especiais, poeta da iluminação e do enquadramento, tem controle total de todos os mecanismos que compõe a linguagem do cinema. Experimentalista, foi muito mais que um grande contador de histórias macabras ou um debatedor de grandes temas obscuros do inconsciente, Mario Bava transcendeu seu tempo para ficar na eternidade; ao invés de criar formas que embelezassem o conteúdo, criou formas novas de expressão artística, onde o conteúdo se encontrava no próprio exercício de seu estilo.
Ainda na intenção de desmistificação na cidade de preconceitos tolos e castradores, o Cinema na Casa apresenta o Ciclo Mario Bava: a beleza do Horror. A poesia maldita do italiano pela primeira vez ecoará em Belém. Um gênio que ocupa o Olimpo do cinema, ao lado de Alfred Hitchcock, merece as libações dos meros mortais. Bravo Mario Bava! Te saúdo! Hoje, e sempre.
Mateus Moura.
Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema
Programação:
Dia 05/08/08 (terça-feira) às 18:30
Auditório da Casa da Linguagem (av. Nazaré, 31)
A máscara de Satã. Mario Bava. 1960. p/b
No seu lançamento, “A máscara de Satã”, para surpresa de seus produtores, foi um sucesso mundial. O primeiro filme assinado por Mario Bava reconta cineatmosfericamente o conto “Viy” de Nicolai Gogol. O delírio visual gótico de horror e sombras tem Barbara Steele como protagonista dupla – considerada “Rainha do Horror” eterna após o lançamento do filme.
A primeira obra-prima do mestre do horror nos convida para uma viagem onírica à Moldávia do século XVII. A diabólica princesa Asa (Bárbara Steele) é condenada a morte por bruxaria e vampirismo, junto com seu irmão. Ela é punida com a “máscara de satã”, mas amaldiçoa a família e seus descendentes. Duzentos anos depois, no século da fé científica, dois médicos se hospedam na aldeia medrosa de lendas. O Destino (Bava) se encarrega do resto.
Mateus Moura.
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