27.12.09

Melhores de 2009

Chega a última semana de 2009 e, com ela, a hora das esperadas (por uns) e temidas (por outros) listas de melhores do ano. A APJCC apresenta a sua seleção dos dez melhores filmes que passaram pelas telas de Belém nos últimos 365 dias.

Em 2009, optamos por divulgar uma lista única que represente a opinião da Associação. Entretanto, as listas individuais elaboradas pelos críticos da APJCC  continuam sendo disponibilizadas logo abaixo da seleção coletiva.

A APJCC agradece a todos que prestigiaram nossas ações cineclubistas no ano de 2009 e deseja um 2010 com muito mais cinema!

* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *



* * *


MENÇÕES ESPECIAIS:


* * *



* * *


LISTAS INDIVIDUAIS:


Aerton Martins


1-Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino
2-Amantes, de James Gray
3-Inimigos Públicos, de Michael Mann
4- Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
5-A Troca, de Clint Eastwood
6-Gran Torino, de Clint Eastwood
7-Watchmen, de Zack Snyder
8- Star Trek, de J.J Abrams
9-O Lutador, de Darren Aronofsky
10- Moscou, de Eduardo Coutinho

Cauby Monteiro

1-Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino
2-Amantes, de James Gray
3-Inimigos Públicos, de Michael Mann
4-A Troca, de Clint Eastwood
5-Up, de Pete Docter
6-Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
7-Gran Torino, de Clint Eastwood
8-Alexandra, de Aleksandr Sokurov
9-Watchmen, de Zack Snyder
10-Te Amarei Para Sempre, de Robert Schwentke

Fábia Martins

1 - Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino
2 - Inimigos Públicos, de Michael Mann
3 - Amantes, de James Gray
4 - A Troca, de Clint Eastwood
5 - Gran Torino, de Clint Eastwood
6 - Watchmen, de Zack Snyder
Sessão Maldita: Bunny Lake is Missing
Animação: UP

Felipe Cruz

1 - Inimigos Públicos, de Michael Mann
2 - Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino/ Amantes, de James Gray
3 - Gran Torino, de Clint Eastwood
4 - Moscou, de Eduardo Coutinho
5 - A Troca, de Clint Eastwood
6 - Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
7 - Anti-Cristo, de Lars von Trier
Animação: UP

Mateus Moura

1 -Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino/ Amantes, de James Gray/ Inimigos Públicos, de Michael Mann
2 - Gran Torino, de Clint Eastwood/ A Troca, de Clint Eastwood
3 - Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
4 - Inútil, de Jia Zhang-ke
5 - Moscou, de Eduardo Coutinho
6 - O Mastro de São Caralho, de Márcio Barradas
7 - Brega S/A, de Gustavo Godinho e Wlad Cunha
Animação: UP

Miguel Haoni

1 - Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino
2 - Inimigos Públicos, de Michael Mann/ Gran Torino, de Clint Eastwood
3 - Amantes, de James Gray
4 - Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
5 - O Mastro de São Caralho, de Márcio Barradas
Melhor filme exibido no circuito alternativo em Belém: Duas Garotas Românticas, de Jacques Demy

Rodrigo Cruz

1 - Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino
2 - Inimigos Públicos, de Michael Mann
3 - Amantes, de James Gray
4 - A Troca, de Clint Eastwood
5 - Gran Torino, de Clint Eastwood
6 - Alexandra, de Aleksandr Soukurov
7 - Garapa, de José Padilha
8 - Brega S/A, de Gustavo Godinho e Wladmir Cunha
Animação: UP
Circuito alternativo/ cineclubes: Bunny Lake is Missing

77 comentários:

cafebeatnik disse...

Olha, eu vou polemizar um pouco, pois eu achei Bastardos Inglórios um fiasco. O filme mais fraco da carreira do Tarantino, por ser seu exemplar mais irregular. Não esqueço que a obra tem seus momentos brilhantes, inclusive, mas o resultado geral é de uma falta de unidade sem tamanho. Na minha opinião, é um super hype em torno de uma idéia boa, porém mal executada.

Outro ponto negativo: A Troca, do Eastwood. Ao meu ver, é o que há de pior no cinema americano: maniqueísmo puro e simples, com um roteiro que tenta te comprar com um sofrimento mal interpretado.

Senti falta de Entre os Muros da Escola, melhor filme do ano, na minha opinião.

apjcc disse...

Caro cafebeatnik,

Francamente não encontrei um respingo de polêmica em teus comentários. Apenas discordastes. E a vida não teria nenhum sabor sem as discordâncias. Tua observação reflete tua essência. Não vi ‘Entre os Muros da Escola’, mas mesmo se tivesse visto tenho certeza que não entraria na minha lista. Com relação ao ‘maniqueísmo’ no cinema americano, sem comentários. Tens tua leitura. Vamos ver se o próximo do Eastwood te agrada....

Abraços.
Aerton Martins.

cafebeatnik disse...

Bem, eu acho esse comentário profundamente desnecessário: "Não vi ‘Entre os Muros da Escola’, mas mesmo se tivesse visto tenho certeza que não entraria na minha lista".

Isso só mostra um comportamento crítico "confiável" e tendencioso.

Abraços,

John Fletcher

apjcc disse...

Ok John, tentarei ser menos tendencioso e "confiável".

Aerton Martins.

apjcc disse...

Eu vi "Entre os muros da escola", filme bem realizado Fletcher. Não entra nos meus dez. Gosto do trabalho do Cantet, mas prefiro o maniqueísmo do melodrama americano. Quero lembrar que Clint Eastwood é o "diretor" de A troca, profissional contratado para cuidar da mise-en-scène, se quer falar de roteiro peça satisfações a J. Michael Straczynski (aliás, roteiro que me agrada). Se a atuação da Jolie é mal interpretada aí já podemos cobrar de Eastwood (considero a melhor interpretação da sua carreira, de longe!). Se Clint é o pior do cinema americano (considero o melhor), queria que você apontasse seus contrapontos, o que você considera os melhores.

Como o Aerton mesmo disse o seu comentário não é polêmico, apenas reflete tua essência. Quero conhecê-la um pouco mais, fale-me das tuas preferências.

Bom um pouco de conversa no blog, muito obrigado pelos comentários, achei que ninguém ia falar sobre as listas.
Isso mostra que tem gente afim de discutir cinema aqui, defender seus pontos de vista... nada mais saudável.

grande abraço John,
valeu, Mateus Moura.

cafebeatnik disse...

Então, o Clint Eastwood representa, para mim, na maior parte do tempo, uma facção do cinema que faz uma arte voltada para a academia (assim como o Ron Howard, o falecido Minguella, Paul Haggins etc), a tal ponto que o menos importante é o ato de fazer a sétima arte em si.

Seus filmes possuem uma falsa humildade que tenta comprar uma platéia não avisada, com uma máquina hollywoodiana da boa publicidade, porém questionável, por trás. Ouso dizer que ele incorre, em vários de seus filmes, numa seqüência clichê de apelos sem fim. Basta observar o melodrama crescente (e chato) de Menina de Ouro, A Troca e Conquista da Honra (para citar os mais recentes). A questão da escolha de roteirista reflete muito bem essa postura dele com o objetivo meticulosamente proposto (pois, eu creio que muita coisa, como os roteiristas, é sufocada pelo hype em torno do nome do diretor).

Porém não vou só desconsiderá-lo. Gosto de certos filmes, inclusive, como Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos e Iwo Jima (mas infelizmente não são suficientes para apagar a péssima impressão que já tenho do conjunto da obra).

cafebeatnik disse...

A Troca, dentro desse contexto, soube reunir, de maneira anabolizada, tudo aquilo que me passa mais descrédito na carreira do Eastwood. E o roteiro, só para esclarecer, não é o vilão real (a mão do diretor mostra claramente os certos caminhos "fáceis" tomados, independente da excelência narrativa - cujo mote muito me agradava, por sinal).

Planos bonitos e direção de arte não são suficientes para se fazer cinema (vide também o fiasco Avatar, do Cameron), e Angelina Jolie nunca será uma atriz que vai me passar dignidade, senão em filmes de ação descerebrados.

Entre os Muros da escola consegue ser brilhante no seu absurdo de simplicidade e pós-modernidade. A ausência total de qualquer estratégia mais elaborada + um elenco impecável fizeram dele o melhor filme do ano para mim. Acho que ele representa bem a tendência desse cinema multi-étnico, em tempos de invasão do cinema digital.

Abraços,

John Fletcher

apjcc disse...

É tudo questão de mise-en-scène caro John Fletcher.

Eu entendo a tua postura porque eu já fui exatamente assim. Você precisa aceitar o cinema americano. Eu sei, é tão difícil quanto os céticos aceitarem Jesus. Eu sei, parece história da carochinha. Mas pense na arte do cinema (SIM SENHOR, O QUE MAIS IMPORTA!), não pense em academia, aceite o cinema de gênero, o subgênero. Aceite o melodrama. Vejo o cinema clássico americano: Ford, Hawks, Minelli, Sirk. É um outro universo, diferente do cinema europeu. E que o cinema europeu louva em sua maioria.
Eu sei, parece fútil, inocente, superficial. Mas só parece. Dentro da indústria de sonhos que produz fordianamente os produtos apelativos de mercado tem uns caras que aproveitam pra fazer arte dentro do seu domínio - que é o de dizer "ação" e "corta". Os filmes do Clint tem várias camadas, uma diverte o grande público, outra pisca para os cinéfilos, outra avança com sua persona-imagem, outra reflete o universo dos filmes de gênero, outra (a forma que expressa todo esse conteúdo) brinca sério de decupar cenas, construir imagens, etc. A diferença de Haggins, Howard é só essa: mise-en-scène. Tanto que a Troca poderia muito bem ser um filme de Ron Howard (e é, ele é o produtor, ele ganharia o oscar de melhor filme!). Mas no filme do Ron Howard tem um outro filme, esse do Clint Eastwood. Eu escrevi um texto na época sobre o filme, exatamente sobre isso. Podes ler, comentar: http://cinemateusmoura.blogspot.com/2009/02/das-trevas-ao-coracao.html

O seu último parágrafo eu não entendi quase nada. Não sei qual é a "qualidade de um cinema multi-étnico" (ou Babel vira um filmaço). Também não sei qual é o problema da "invasão do cinema digital" (vide Inimigos públicos).

abraços,
Mateus Moura.

Felipe Cruz disse...

Que bom que estamos tendo uma discussão sobre a lista.
Primeiro, por mais que o debate esteja girando ao redor de Clint Eastwood gostaria de entender melhor a "falta de unidade" de Bastardos Inglórios - pra mim um primor de montagem e um filme com unidade que só encontra par nos outros gigantes desse anos, como Inimigos Públicos, Amantes e Gran Torino.
Segundo, penso que ainda se trate (como Mateus e Mark já assinalaram) de uma diferença na forma como se encara o cinema - pois pra mim é algo estranho falar da "ausência total de qualquer estratégia mais elaborada" como se ela fosse superior a qualquer outra técnica mais "premeditada". É difícil encontrar um fator que salve um filme independente de qualquer coisa: atores bons não garantem nada, roteiros bons não garantem nada, dinheiro definitivamente não garante nada - me resta acreditar que há a pessoa que transforma tudo isso, todos esses elementos em algo uno (não necessariamente 'coerente' nos padrões menos criativos da palavra) e Tarantino possui um talento sobrenatural para conferir essa unidade aos seus filmes, o que não se trata só de uma 'marca' (Tim Burton tem marca registrada e quase inconfundível e alguns de seus filmes sofrem de uma falta de unidade, assim como acontece com Woody Allen), mas também da genialidade por trás da construção da narrativa em todos os seus aspectos: interpretação, roteiro, montagem, trilha sonora - se nenhum desses fatores garantem um bom filme, nas mãos do Tarantino eles são combinados em uma harmonia interna tão grande, em uma construção de mitologia tarantiniana tão eloquente que custo a entender onde está a falta de "unidade" do filme. Então queria que explicasses melhor =)

Quanto ao Clint, revi A Troca semana passa, e se é um filme doente em certos aspectos, nunca deixa de ser obra de gênio no todo. Em um filme de Ron Howard nunca teríamos a cena de execução do serial killer, ou o confronto da mãe com o assassino (não com a mãe ficando presa na escuridão ao final do diálogo, isso só é possível no universo de Eastwood) e muito menos teríamos a conversão da palavra "esperança" (a última a ser dita por Jolie na sua interpretação impecável) em uma espécie de maldição que sabemos que nunca mais deixará aquela mãe - como o cavaleiro solitário ela está permanentemente presa nas trevas da solidão. GÊNIO GÊNIO GÊNIO

cafebeatnik disse...

Bem, Mateus, eu acho que nós chegamos em um ponto de discordância imutável. Durante todo o tempo que já estudei cinema, história da arte e tudo mais, só percebi o tanto que me afastei do cinema americano acadêmico (esse cinema feito a partir da década de 80, que perdeu o timing e o ponto certo de lidar com um estilo de produção "fordiana"). Vale observar, aliás, que o foco da questão são esses diretores em xeque e suas produções hoje (para não remontar ao que o Clint, por exemplo, fez antes).

Não acho que o cinema americano seja bom, se tratarmos desses nomes postos em questão. Ron Howard é descartável (vide sua postura em assumir uma franquia fajuta como a do Dan Brown) e Clint Eastwood nunca será comparável nem mesmo com o mais comercial dos diretores hypes de antigamente (como é o caso do Hawks). Eu simplesmente acho que ele é uma farsa.

Outro ponto. Concordo quando vc disse: É tudo uma questão de mise-en-scène, mas, infelizmente, na minha opinião, o teor correto não é atingido por eles. O Eastwood sempre quis ser o Scorsese que nunca será. Quer dizer, não há como comparar o cinema clássico americano com o de hj em dia (até pq temos uma indústria cultural muito mais ávida, controlada por diretores executivos, num sistema de fórmulas niveladas por baixo, para atender a demanda rasa de uma população alienada por anos de cultura de massa).

O cinema europeu se espelhou em muita coisa americana sim (Preminger, Ford, Hawks), como tb européia da mesma forma (Hitchcock). O porém é que eles, num determinado ponto, se reconstruiram e começaram a fazer cinema partindo de premissas totalmente diferentes (afastando-se deliberadamente do fazer hollywoodiano) e mudaram o conceito de estética dentro do mundo do cinema (o que equivale a grandes nomes na década de 60 e 70, como Antonioni, Godard, Rosselini etc).

cafebeatnik disse...

Quanto ao lance do cinema multi-étnico, este é baseado mesmo em premissas teóricas pós-modernas, como os textos de François Lyotard, Jean Baudrilard e Fredric Jameson (os maiores teóricos da atualidade no quesito estética, e que estão direcionando todo o pensamento acadêmico de programas de pós-graduação no globo). Babel não seria um exemplo cabível dentro dessa análise (por conta de seu processo de fabricação), mesmo que eu ache mais louvável a premissa do Iñarritú.

E nessa análise estética chamada pós-modernidade, nada mais valido que observar a maneira como o Entre os Muros da Escola consegue refletir essa condição de híbrido no mundo contemporâneo (um pequeno charme teórico por baixo de toda sua simplicidade), fazendo uso de condições estéticas atuais da video arte, fotografia e filosofia (daí o lance do cinema digital, propositalmente utilizado, com intuito de reflexão visual), os quais norteiam toda a vanguarda imagética (se é que posso usar esse nome ainda).

Não há problema no cinema digital, pois eu acho incrível o que se pode fazer com ele (filmes como L'enfant, do Jean Pierre e Luc Dardenne, e Inland Empire, do Lynch são provas mestras). Adorei Inimigos Públicos também. Só mencionei como ponto de estética pós-experimentações Nam June Paik (ou seja, tendência).

Não irei me render para esse cinema americano em questão não, infelizmente, pois como já disse, dentro de toda minha pesquisa teórica e filosófica, só me distancio ainda mais.

Vale lembrar que há várias correntes de pensamento sobre a sétima arte dentro de uma relação Foucaultiana (a corrente da microfísica do poder mesmo) para entender algo que para mim parece tão óbvio.

cafebeatnik disse...

Quanto aos comentários do Felipe:

Que eu saiba, não somente a minha opinião é essa acerca dos Bastardos Inglórios (só para constar, pois isso não faz diferença mesmo), mas o filme foi destroçado na recepção do Festival de Cannes (reconhecidamente por qualquer estudante de arte e cinema como o mais próximo da credibilidade). Suas indicações ao Oscar, Globo de Ouro, whatever, só reafirmam a necessidade de uma indústria cultural (americana) em achar seus heróis, de qualquer forma (e que teve um ano americano fraco, por sinal).

Gosto do Tarantino, mas acho que é muito fácil, para uma platéia, se encantar por todo o hype gerado por ele no filme em questão, a ponto de esquecer de seus defeitos seríssimos. Sobre isso, comentei de maneira breve, mas pontual no post do link abaixo:

http://cafebeatnik.wordpress.com/2009/10/27/inglorious-basterds/

Tente não se ofuscar por todo brilho gerado pelo filme e veja suas cicatrizes com olhos mais atentos (metáfora péssima). Essa obra do Tarantino é irregular por completo e infelizmente serviu de bode expiatório (de maneira inversa) para a "formação de opinião" dos controladores.

Quanto ao filme A Troca: não vamos chegar em ponto algum. Eu acho a Angelina Jolie péssima no filme, além da obra ser de uma irritabilidade acadêmica. Análises do Baudrilard, com um olhar de perto dessa indústria, são extremamente válidas (simulação, simulacro e hiper-realidade). Irei até fazer um pequeno ensaio no meu blog depois sobre isso.

Não vejo genialidade, senão publicitária, e todo o filme é de uma grande falta de bom senso (para aqueles que se esquecem que na década de 70 tais possibilidades narrativas e liberdades autorais iam além dessa timidez hiperestetizada).

E para finalizar, Amantes, do péssimo James Gray (de Os donos da noite) é constrangedor. Para mim um exemplo de Tela Quente com uma fotografia aprimorada e momentos silêncio-cabeça.

Abraços,

John Fletcher.

apjcc disse...

É outra humanidade Fletcher! Não me interessam premissas ou teorias pós-modernas.
Pra mim pouco importa se o Cantet "consegue refletir essa condição de híbrido no mundo contemporâneo", se ele não tem faz cinema de forma tão rigorosa como o Gray em Donos da noite. E olha que eu até curto o Cantet cara, mas acho que ele devia seguir o mestre dele Rossellini, o melhor lugar pra arte dele é na televisão. (escrevi sobre isso tb: http://cinemateusmoura.blogspot.com/2009/03/filme-cinema-ou-televisao.html)

Acho que nem eu nem você nem ninguém precisa se render a cinema algum. Acho extremamente válido alguém que pensa completamente diferente de mim e que defende de forma radical seus pontos de vista (já até favoritei seu blog).

Numa mesa de bar provavelmente vou comentar que tu é da "galera do deleuze": "muito Deleuze e pouco Cinema".

Hollywood é industria cultural! Sempre foi!... isso não é um defeito, mas sua essência. Acho que não adianta ficar atacando nessa questão.

Todos os comentários que tu fez sobre o Tarantino achei inconsistentes. Apenas sensações de "achei lento" ou "achei rápido" ou "achei que não era pra ele ter morrido" ou "ter vivido".

Respaldar tuas opiniões a partir do que Cannes achou é bem patético, já que usas como comparação o Oscar - que, cá entre nós, não tem muita diferença na questão "industria cultural" e "hype".

Já disse que o maior problema e a melhor solução do Tarantino é o hype Tarantino. É o que dá a grana pra ele, mas é o que cega os nerds acadêmicos. Duvido se na década de 50,60 John Fletcher ia olhar pra Hawks (vendido!), Hitchcock (publicitário!) ou Minelli (exagerado!). Ia ser apenas Dreyer, Bergman, Fellini.

é tenso Fletcher... mas vamos lá... me fale das suas preferências atuais, estou muito curioso.

Miguel Haoni disse...

John, que bom que te manifestaste. Achei do caralho a atitude. Obviamente discordo de tudo o que dissseste. Cinema é a arte das imagens em movimento. A construção de belas imagens dentro ou fora de uma narrativa é o dever de um autor de filmes. A cobrança que eu faço aos filmes é a mesma que eu faço à Capela Sistina ou a Nona Sinfonia de Beethoven. O dever do filme é ser belo. Num sentido filosófico mesmo. Acho que tal beleza é alcançada dentro e fora da indústria (no celular ou em 35 mm) e está nesse tratamento simples e criativo das imagens. Isso é o básico do básico e é o principal pra reconhecer a grandeza dos filmes que detrataste. Os roteiros são clichés (em maior ou menor grau) mas as imagens e sua construção (aquilo que chamamos simplificando de direção) revelam o gênio de seus autores. Seja no creme do Struddel em Bastardos, nas cinzas do cigarro em A troca ou o diálogo no telhado em Amantes existe uma mágica que é a mesma de Hitchcock e Ford (apesar das histórias clichés e seu compromisso com a indústria). Essa mágica é o cinema, mano!
Hoje só me interesso por filmes que mostram o respeito pelas imagens e não me interessam realmente as coisas de Cannes ou Oscar ou a pós-modernidade ou Deleuze. Amo cinema e gosto de ver esse amor em quem faz filmes.
Por enquanto vou ficar por aqui. mas continuemos.

Miguel Haoni

suecosta disse...

Enfim...não aguentando mais acompanhar de platéia essa discussão quanto a lista dos 10 melhores filmes de 2009 resolvi me manifestar e:

1. Bastardos Inglórios não foi nem de longe o melhor filme de 2009
2. Assim como os do Clint
3. Com 50 minutos de filme me pergntava onde estava a graça dos amantes????
4. Up pode ser maravilhoso, mas tiveram animações melhores....

Vou me justificar...

Antes que me ateiem ao fogo vou logo avisando, eu adoro o TARANTINO, mas há problemas de quebra de ritmo claros no filme, fora o Brad Trist...Bem, eu não me diverti tanto assim. Óbvio que nem ponho em questão as sacadas de diálogos, maaaaas isso não faz dele o melhor de 2009. Tarantino faz parte dos que usam a capa de imunidade, parece crime dizer que ele não fez nada geninal. Sendo que quando se rende a industria e fatia completamente sua idéia original pra que ela se encaixe dentro de um padrão pré-estabelecido, morre o genio e nasce o inglório. Ele comentou que bastardos era a sua grande obra prima, mas também admitiu que o resultado sofreu modificações, pois foi pressionado a diminuir, o que sempre acontece com seus filmes kkkkkkk Então eu pergunto onde começa e termina a genialidade de um diretor, quando existe toda uma indústria por trás a qual ele se subjulga??? E pegando o gancho do Tarantino, é o que me irrita completamente no Clint, seus filmes seguem a maldita fórmula pra agradar a massa, que tenha bela fotografia, ok, mas foi o clint que fez? que tenha bela reconstituição de época em "a troca", concordo, foi o clint que fez? NÃO! E quando a gente pega o real trabalho do bom velinho (voto para Clint ser papai noel e abandonar a carreira de diretor), faz uma direção de triste, que começa com a Angelina Jolie como protagonista em uma atuação canastrona, ou com ele fazendo o mesmo papel do técnico em minas de ouro só que agora no bairro com imigrantes e ambos os roteiros seguem para o drama absoluto. Ponto. O que há de genial nisso?

Beijos rapazes :D

ronaldo passarinho disse...

"O cinema europeu se espelhou em muita coisa americana sim (Preminger, Ford, Hawks), como tb européia da mesma forma (Hitchcock)."

Não faça isso, John, não use o Hitchcock como exemplo de cinema europeu . Ele não ia gostar. Muitos filmes de sua fase inglesa são geniais, mas a distinção que o próprio Hitchcock fez na Bíblia (Hitchcock/Truffaut) entre o original e a refilmagem de O Homem que Sabia Demais cabe a toda sua obra: os filmes da fase inglesa são o trabalho de um amador talentoso, os da americana, de um profissional. Só é possível discordar disso por ideologia, não por cinema.

ronaldo passarinho disse...

E sobre a lista, os seis primeiros são os meus também. E não dá para discutir sobre o melhor filme exibido em cineclube. Viva Otto!

cafebeatnik disse...

Bem, retomando. Mateus:

"Não me interessam premissas ou teorias pós-modernas". Eu acho isso extremamente irresponsável, uma vez que fazer arte é não se alienar do pensamento de seu tempo. Sabemos que o cinema sempre esteve dialogando com todas as experimentações artísticas de sua época. Nada ocorre levianamente, senão vc incorre num contemplar vazio.

Eu sou sim muito xiita, e "Deleuze", inclusive, até pq ele é o que melhor ajustou toda linha de raciocínio de hj em dia, até agora. Dar as costas pra ele é dar as costas para um desenvolvimento filosófico-político-estético. E pensar e fazer crítica sobre cinema vai além da contemplação, até pq a crítica (pelo menos a que nos importa, que é a especializada) é uma forma
intelectualizada de pensar, mais profunda e filosófica. Não há como querer ignorar isto (a credibilidade de uma crítica está na quilometragem de um indivíduo = mais conhecimento embasado).

Outro ponto. Eu não apoiei meus comentários em Cannes (usei como exemplo de outros formadores de opinião). Eu disse que era algo para se observar.

Mas entrando nessa linha de raciocínio: para qualquer indivíduo mais atento, Cannes, Veneza e Berlin são os termômetros mais confiáveis hj. Eles são festivais passíveis de manipulações sim, mas em seu contexto histórico, sua credibilidade é ano luz mais interessante que um Oscar ou Globo de Ouro. Colocar tudo no mesmo saco é, mais uma vez, e citando Deleuze, anti-rizomático. Ou seja, impraticável.

Não quero dizer que Cannes é totalmente respaldável (até pq não é assim que se cria uma opinião própria), mas tentar vê-lo como algo de onde se pode tirar melhores opiniões.

Finalizando com o Tarantino: concordo que o meu texto é muito superficial, mas eu o escrevi com o intuito de ser mais simples mesmo. Mas basicamente eu trato de como ele juntou tantas referências (Ford, Nouvelle Vague, pulp fiction etc) gerou um produto instável, com peças conflitantes entre si (é só ver o impecável começo com o carnaval estilizado do final = dois viés opostos, com ritmos diferentes).

Tvz os 40 minutos, como a Sue ressaltou, fizeram toda essa diferença. Uma pena saber que o Tarantino finalmente cedeu às pressões do seu Estúdio e deixou sua obra ser manipulada. Sua autoralidade foi pro espaço e seu filme, para mim, se mostrou um produto "aleijado".

Ponto final: "ele não faz cinema de forma tão rigorosa como o Gray em Donos da noite". Minha nossa! O Gray é um diretor de filmes direto para a locadora de tão inferiores. O Cantet foi uma supresa deveras agradável fora da televisão. Amantes é um filme horroroso (ou vc acha que aquela cena na boate, por exemplo, digna de um clip do 50 Cent, é cinema genial?).

Não quero parecer hostil nos meus comentários (eu só geralmente visto a camisa de uma ótima discussão), e estou gostando muito desse papo sobre cinema. Já vou fazer a lista... Estou pensando cá com meus botões. Primeiro irei responder ao comentário do Ronaldo.

Abraços.

cafebeatnik disse...

Ronaldo,

minha linha de raciocínio segue uma lógica antropológica. Quando o Hitchcock foi para os EUA, o cinema, de maneira geral, ainda estava se estabilizando/ formando (ele, por sinal, estava se inventando/ lapidando, quase ausente de grandes referências). Por mais que ele tenha dito algo sobre não comparar suas duas fases, é inegável que seu histórico traria toda uma herança européia de fazer arte para o território americano (a sua segunda fase mostra o reflexo de um artista maduro, em decorrência do seu passado, o que não põe em detrimento suas primeiras obras).

Ou seja, em linhas gerais, podemos afirmar que ele sempre seria europeu em sua arte (que virou "a" referência, pois esteve num estado de pureza criativa).
A máquina americana (que possuía um outro contexto então), foi somente a ferramenta para uma linguagem em progressão geométrica (o que, por sinal, é uma linha de raciocínio bastante atual: Clifford Geertz tem uns ótimos ensaios que podem elucidar minha postura ideológica).

Enfim, espero que tenha me feito compreensível (não desejo nunca ser aceitável, senão por livre arbítrio).

John Fletcher

cafebeatnik disse...

Uma curta lista de preferências atuais, em ordem aleatória (só farei uso de nomes mais ou menos recentes).

Estrangeiros:

01 - Jean Pierre e Luc Dardenne
02 - Michael Haneke
03 - Charlie Kaufman
04 - Wong Kar Wai
05 - Hou Hsiau-Hsien
06 - Lars Von Trier
07 - Nanni Moretti
08 - Mike Leigh
09 - Abbas Kiarostami
10 - Jafar Panahi
11 - Christophe Honoré
12 - David Lynch
13 - Wes Anderson
14 - P.T. Anderson
15 - Darren Aronofsky
16 - Takeshi Kitano
17 - Jia Zhang-Ke
18 - Ari Folman
19 - Laurent Cantet
20 - Amos Gitai

Brasileiros:

01 - Karim Ainouz
02 - Walter Salles
03 - Sérgio Machado
04 - Marcelo Gomes

apjcc disse...

"onde começa e termina a genialidade de um diretor, quando existe toda uma indústria por trás a qual ele se subjulga???"
Sue, com exceção de alguns independentes, praticamente todos os diretores americanos (e isso inclui Tarantino e Eastwood) tem uma indústria por trás, o que não significa que eles não façam cinema de qualidade. Ou você acha que não existe vida inteligente em Hollywood?

Obs: Dê uma chance a "Amantes" e nos indique essas animações maravilhosas que vc viu ano passado. Aguardo ansioso.

Abraços!

Rodrigo Cruz.

Miguel Haoni disse...

Caro Fletcher,
a minha formação é de cinéfilo. Desconfio consideravelmente (com excessões) das leituras acadêmicas sobre o cinema. E é como cinéfilo (formado vendo filme todo santo dia e lendo Truffaut e Scorsese) que defendo a arte de "Bastardos" e "Amantes" pra começar.
O ritmo de "Bastardos" é absolutamente experimental. Dentro de um princípio do faroeste-suspense de ação dilatada com clímax explosivo de Hawks e Leone, Tarantino insere a sua dramaturgia e constrói uma unidade exemplar. A cena na taverna...mais longa cena de diálogo do filme; a construção cênica impõe o suspense da situação. É no encadeamento das ações e no prolongamento do clímax que a cena ganha força. O suspense na cena do encontro entre Shosanna e Landa parte do mesmo princípio. A ação pode expodir ou não, o que interessa é segurar o expectador pelo estômago. E isso é poesia de close-ups, mano! é duração de plano (ritmo), zoom, decupagem, enquadramento, ponto de vista, em uma palavra: cinema.
Tarantino sabe melhor que ninguém valorizar as imagens que cria. E o carnaval estilizado do final é a maior declaração de amor ao cinema (e o seu poder) dos últimos 20 anos. O écran em chamas tem mais tesão (no sentido sexual mesmo) pelo cinema do que toda a filmografia de Walter Salles. "Bastardos" é obra de cineasta como "Era Uma Vez no Oeste", e "Onde Começa o Inferno" (filmes que precisas REver urgentemente) e o cinema em chamas é a maior homenagem a toda a história dos cineastas filhos-da-puta de Lang ao exploitation.

Miguel Haoni disse...

James Gray e Clint Eastwood trabalham o cinema mais sutil de nossos dias. Seus estilos estão escondidos dentro do modelo clássico cinematográfico. Esse cinema nunca foi o dos roteiristas e nesse cinema (pra uma leitura estética) o roteiro quase nunca ajuda. Recomendo-te para o desenvolvimento do teu estudo afinar o teu olhar para esse cinema americano (afinal é muito mais fácil reconhecer a profundidade em "Persona" do que em "No Tempo das Diligências", pois lá ela está toda exposta para os teus olhos enquanto no faroeste ela precisa de um trabalho). Acho a história de "Amantes" uma desgraça assim como tu. Mas também acho a história de "Aurora" do Murnau a coisa mais poliana moça do mundo. Este cinema não está na história, mas no ato de contar a história através das imagens, no fósforo e no olhar pra câmera da Paltrow (momentos de um lirismo cênico brutal) em Amantes. Dê uma olhada no raccord de olhares e no "segundo a mais" nos planos de "A Troca". É cinema puro! e é um treino de olho difícil pra caralho. Mas vale a pena.

apjcc disse...

"fazer arte é não se alienar do pensamento de seu tempo" é o caralho! Me desculpe a força de expressão, mas não é pra você, é só pra enfatizar. Fazer arte é fazer arte, ponto final! Matisse passou por duas guerras mundiais e pintou flores e mulheres. Isso que tem que diferenciar de uma vez por todas, artista não é sinônimo de intelectual, um artista das imagens em movimento não precisa nem saber ler! É do ESSENCIAL que precisamos falar. Sim, pode ser um grande artista e ser um intelectual, estar antenado com o pensamento de seu tempo, mas ser um antenado não faz de ninguem um grande artista - é preciso amor pela linguagem que abraça, e criatividade, nada mais.
creio que biblioteca pra falar de cinema não passa pelos teóricos pós-modernos também. Se é pra falar de bíblias e apócrifos, que puxemos Bazin e as revistas amarelas dos cahiers, ou mais recentemente, Bordwell e cia, Paulo Emilio e cia no Brasil. Se assunto é cinema - e "especializado" - usemos seu "vocabulário técnico".
Releia o sétimo parágrafo e contempla o frankenstein que criastes: "Uma pena saber que o Tarantino finalmente cedeu às pressões do seu Estúdio e deixou sua obra ser manipulada. Sua autoralidade foi pro espaço e seu filme, para mim, se mostrou um produto “aleijado”."
François Truffaut e os jovens turcos nos anos 50 criaram o termo "cinema de autor" justamente para defender que em Hollywood existiam senhores que, apesar de cederem às pressões do seu Estúdio e terem suas obras manipuladas, eram autores, simplesmente porque a tal da ARTE CINEMATOGRÁFICA estava nas mãos do diretor!
Mas quem sou eu? Leia o que o seu ídolo Jean-Luc Godard tem a dizer sobre Clint Eastwood, e se te interessar o comercial Claude Chabrol, também dá uma olhada sobre o que ele tem a dizer sobre James Gray.

to adorando que a gente entende que tá dialogando, tem gente que é difícil conversar, se magoam fácil demais, por questões-fantasmas. Vi que tu curte o Wes, seria ótima tua presença na semana que vem no Excentricos Tenembauns, de repente ali a gente concorde em algo =)... abração
Mateus Moura

apjcc disse...

"fazer arte é não se alienar do pensamento de seu tempo" é o caralho! Me desculpe a força de expressão, mas não é pra você, é só pra enfatizar. Fazer arte é fazer arte, ponto final! Matisse passou por duas guerras mundiais e pintou flores e mulheres. Isso que tem que diferenciar de uma vez por todas, artista não é sinônimo de intelectual, um artista das imagens em movimento não precisa nem saber ler! É do ESSENCIAL que precisamos falar. Sim, pode ser um grande artista e ser um intelectual, estar antenado com o pensamento de seu tempo, mas ser um antenado não faz de ninguem um grande artista - é preciso amor pela linguagem que abraça, e criatividade, nada mais.
creio que biblioteca pra falar de cinema não passa pelos teóricos pós-modernos também. Se é pra falar de bíblias e apócrifos, que puxemos Bazin e as revistas amarelas dos cahiers, ou mais recentemente, Bordwell e cia, Paulo Emilio e cia no Brasil. Se assunto é cinema - e "especializado" - usemos seu "vocabulário técnico".
Releia o sétimo parágrafo e contempla o frankenstein que criastes: "Uma pena saber que o Tarantino finalmente cedeu às pressões do seu Estúdio e deixou sua obra ser manipulada. Sua autoralidade foi pro espaço e seu filme, para mim, se mostrou um produto “aleijado”."
François Truffaut e os jovens turcos nos anos 50 criaram o termo "cinema de autor" justamente para defender que em Hollywood existiam senhores que, apesar de cederem às pressões do seu Estúdio e terem suas obras manipuladas, eram autores, simplesmente porque a tal da ARTE CINEMATOGRÁFICA estava nas mãos do diretor!
Mas quem sou eu? Leia o que o seu ídolo Jean-Luc Godard tem a dizer sobre Clint Eastwood, e se te interessar o comercial Claude Chabrol, também dá uma olhada sobre o que ele tem a dizer sobre James Gray.

to adorando que a gente entende que tá dialogando, tem gente que é difícil conversar, se magoam fácil demais, por questões-fantasmas. Vi que tu curte o Wes, seria ótima tua presença na semana que vem no Excentricos Tenembauns, de repente ali a gente concorde em algo =)... abração

suecosta disse...

Oi Rodrigo!

Não duvido de forma alguma que haja vida inteligente em Hollywood, até porque muitos dos seus filhos pródigos eu adoro como o Spilberg por exemplo e o próprio Tarantino, mas isso não significa que eu acho que eles sempre acertem, e quando a peidada na farofa é por conta da vida-inteligente-Hollywoodiana-mega-gananciosa eu fico proporcionalmente decepcionada...

Quanto as animações, acho que Valsa com Bashir é ABSURDA!, mesmo sendo produzido em 2008 só chegou no Brasil em 2009 então conta kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk seria dela meu voto de melhor animação

cafebeatnik disse...

Bem, eu acho Mateus que vc está entrando por uma linha de raciocínio descontextualizada. Aplicar a política dos autores hj, em pleno século XXI, é complicado, ainda mais no caso de Hollywood e de um grande estúdio por trás de um filme, pois antes havia muito mais liberdade e respeito pelo autoralismo (olha o caso do Sam Raimi aí). O Clint joga exatamente o jogo deles e seu cinema reflete isso, da mesma forma como Bastardos Inglórios refletiu uma condição de rendido do Tarantino pelos motivos já apresentados.

Inclusive, Haoni, acho a cena da taverna brilhante (uma das mais brilhante que vi ultimamente), mas uma arrogância megalomaníaca não soube fazer o Tarantino parar e evitar seu carnaval pulp-pop desequilibrado. Era uma vez no Oeste é um filme que vi recentemente, e não acho que ele me fez ter uma visão diferente sobre a obra do diretor (muito pelo contrário, pois é um ótimo contraponto). Quanto a sua leitura semiótica do final, eu não concordo.

Voltando ao Mateus:

É aquela coisa, vc está aplicando uma visão estruturalista, quando nós sabemos que o pós-estruturalismo já está aí para dizer que a linha de raciocínio deve seguir padrões geográfico-político-econômicos (deixe Bazin descansar em paz). Suas colocações refletem mais passionalidade pra mim do que crítica, sem querer criar ofensa.

Dizer que a criatividade é um dom inerente ao indivíduo me faz torcer a cara, pois eu acho que ela está ligada hoje, mais do que nunca, tanto em excelência, quanto em originalidade, à biblioteca que o artista possui. Ou você acha que uma obra se sustenta de graça, ausente de uma herança referencial?

Já no que concerne às opiniões dos Srs. Jean-Luc Godard e Claude Chabrol: todos possuem uma opinião equivocada em algum momento, mesmo eles (além do que a velhice deve ter afetado o estado emocional de cada um). James Gray, para mim, sempre será lixo, e Clint Eastwood um vendido, na maioria dos casos. ;)

Também tenho quilos de nomes que podem lhe dizer o contrário, se for esse o caso.

John Fletcher

Ps.: claro que estarei no Wes Anderson.

ronaldo passarinho disse...

Oi, John, em resposta à tua resposta, gostei de "lógica antropológica". Até rimou. Mas quando o Hitchcock foi para os Estados Unidos, tudo no cinema já havia sido inventado.

Escreveste: "Ou seja, em linhas gerais, podemos afirmar que ele sempre seria europeu em sua arte (que virou 'a' referência, pois esteve num estado de pureza criativa)."

Não sei o que significa "pureza criativa". Acho que nem os Lumière sofriam disso. De qualquer modo, em meados da década de 1910 quase todas as cinematografias mundiais eram influenciadas pelo cinema americano. Cinema que, nas palavras de André Bazin, já apresentava em 1939, ano em que o Hitch se mudou para os Estados Unidos, todas as características da arte clássica: "O que torna Hollywood tão melhor do que qualquer outra coisa no mundo não é apenas a qualidade de certos diretores, mas também a vitalidade e, num certo sentido, a excelência de uma tradição (...) O cinema americano é uma arte clássica, mas por que não admirar nele o que é mais admirável, isto é, não apenas o talento deste ou daquele cineasta, mas o gênio do sistema, a riqueza de sua tradição de vigor perene, sua fertilidade quando entra em contato com novos elementos".

Em outro post teu, eu li que "Aplicar a política dos autores hj, em pleno século XXI, é complicado, ainda mais no caso de Hollywood e de um grande estúdio por trás de um filme, pois antes havia muito mais liberdade e respeito pelo autoralismo".

Quando isso, John? Antes do Bazin e do pessoal dos Cahiers, diretores como Howard Hawks e Nicholas Ray, por exemplo, não eram levados a sério como autores. Houve uma liberdade maior com o colapso do sistema de estúdios, durante a chamada Nova Hollywood nos anos 70, mas nunca tantos filmes agressivamente autorais foram produzidos por lá quanto hoje. Pensa em "Sangue Negro", em "Zodíaco", nos filmes do Tarantino, dos irmãos Coen e até do Gray, de quem não gostas.

Por isso discordo também do Mateus quando diz que o Eastwood foi um "profissional contratado para cuidar da mise-en-scène" de filmes como "A Troca". O cinema hoje é autoral até demais e o Clint escolhe o roteiro e mete a mão sem pena no que está escrito. Privilégio antes reservado apenas aos cineastas que tinham o direito de por “the name above the title”. Por isso o Scorsese lamenta ser um "cineasta" e não um "diretor". O cinema de contrabando acabou. Hoje só há, mesmo em Hollywood, talvez até sobretudo em Hollywood, cinema de autor. Vide "Avatar", blockbuster dos blockbusters, que é vendido como um filme de James Cameron.

Igor disse...

Mark, Miguel e Matheus, meus parabéns: o prêmio Balls of Steel vai pra vocês! Não é qualquer um que aguentaria esse chato se masturbando com Deleuze no seu blog. E o mais espantoso é que todo esse pedantismo vem de um mestrando em artes daqui, deste cu de Judas, onde os modismos acadêmicos da França chegam com vinte anos de atraso. Imagina se pós-doutor em filosofia por Leipzig, heim? POW! O ego explodia!
E não se amofinem com as críticas ao Tarantino, Estwood e Gray. Mis-en-scène não é o forte do pós-estruturalismo, e os bastardos de Adorno, maniqueístas que só, não conseguem separar o joio do trigo na indústria hollywoodiana (é tudo coisa do capeta imperialista!). Estão mais interessados na análise do discurso, no ethos que no trabalho árduo com a linguagem, na poiesis, no filé. Pior pra eles: enquanto nos deliciamos com um belo ultra-close-up de unhas sujas em Cão Branco, eles têm orgasmos com o multiculturalismo de Babel e com a apologia à diversidade de gêneros de Brokeback Mountain.

Felipe Cruz disse...

Engraçado defender ou atacar uma obra através de aspectos exclusivamente exteriores à ela: porque não sei seTarantino leu Deleuze, ou se James Gray curte um pós-estruturalismo (que aparenetemente nos 'diz' "que a linha de raciocínio deve seguir padrões geográfico-político-econômicos"; por mais estranho que me pareça uma teoria dizer que 'padrões' uma linha de raciocínio DEVE seguir); o que eu sei é que tremo de amor pelo cinema quando vejo o rosto gigante de Shosanna consumando a vingança judia em uma tela de cinema ou quando sinto o tempo literalmente se dilatar enquanto o personagem de Joaquin Phoenix espera por Gwyneth Paltrow no beco para fugir com ela em Amantes. O que sei desses filmes é a imagem que vi na tela.
Não sei se o Mateus "acha que uma obra se sustenta de graça, ausente de uma herança referencial", mas eu espero que se sustente sim; porque o que é admirável na Arte (seja cinema, literatura, pintura) é a sua permanência possível através da estética - porque se O Grande Ditador fosse um hino de amor ao nazismo, ainda seria um grande filme.
Acredito plenamente que tendências ideológicas individuais interferem diretamente no posicionamento crítico diante de uma obra, mas acredito com ainda mais força que é dever de quem se COMPROMETE com a arte insistir eternamente no esforço de separar uma coisa da outra.

Rafael ufpa disse...

Deixo aqui minhas congratulações ao caro Igor. O John deve ser um cara gente boa, mas seus pensamentos e o que ele cospe é tudo que o cinéfilo e o cinema tenta banir. Um pensamento um tanto torto, bolorento, que não fazia e nem hoje faz sentido. Alguns possuem o olhar treinado para ver cinema, outros nascem com o faro inquieto para cheirar os livros sobre as artes, ou seja, para a cabecinha ficar um tanto mais embasada.

apjcc disse...

(vou embasar o meu comentário agora historicamente, através da minha biblioteca de referências)

Porra, "são tantas emoções"! Excuir a paixão da crítica não é nada mais do que "jogar água no fogo da criação, para ficar com as cinzas da frustração" Fletcher. Paixão e análise trabalham juntas, o pensamento crítico vem da ousadia ("juízos sintéticos a priori"). "Fazer filosofia é filosofar", não ficar decorando os nomes das escolas. Se é pra ficar categorizando linhas de raciocínio vamos ser claros: CRÍTICO DE ARTE: CRÍTICO, DE ARTE: ARTE. Qual linha ele deve seguir? Deixa o antropólogo falar de arte antropológicamente, o sociólogo falar de arte sociologicamente, dentro da linha de raciocinio deles a arte é mais um objeto da cultura, ou da sociedade... falar de essência agora é passado, é estruturalista? Pelo amor de deus, não é estruturalista não, é pré-socrático. "Deixe os livros e vá viver", à alguns ele expande, à outros ele aprisiona.

Se uma obra não se sustentar de graça caro Fletcher, é porque não merece esse nome.

Dica: tome um lachante, a base de pornôs D'Amato, giallos Argento, wip's japoneses. Pense no coco, em como ele é mais importante para o ser humano do que todos os ismos. "Come chocolates pequena, come chocolates. Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria." Na bula do lachante vai tá escrito: "Cinema é audio-visual! Esse remédio provoca como efeito colateral a amnésia da palavra "roteiro"!. É Fetcher, como diz o poeta, "cagar é bom quando a gente tá em paz..."
Mateus Moura.

Igor disse...

"Se é pra ficar categorizando linhas de raciocínio vamos ser claros: CRÍTICO DE ARTE: CRÍTICO, DE ARTE: ARTE. Qual linha ele deve seguir?"
Hahahahahahahaha! PQP! Agora, sim, ficou tudo claro!
Mateus Moura refletindo antes do post:
http://xroads.virginia.edu/~ug02/fox/dazed4.jpg
Click Dazed and Confused by Messias Jordan.

cafebeatnik disse...

Pelo que eu saiba, Igor, a discussão gira em torno de cinema, e não de achar uma maneira de bancar o palhaço. Sinto que lhe falta maturidade (tvz seja uma questão cronológica mesmo) para responder à altura.

Portanto, bola pra frente.

cafebeatnik disse...

Outra coisa, minha família é estrangeira, mas nem por isso deixo de sentir orgulho de fazer mestrado em Belém. Algum problema? Espero que vc tenha sucesso em Leipzig.

cafebeatnik disse...

Ronaldo, não creio que possamos falar de uma tradição do cinema americano em 1939, se este ainda era uma novidade para a História (tanto que sua alcunha de arte apareceu anos mais tarde).

Este não poderia se intitular o dono do pedaço, ainda mais que o Hitchcock estava criando um gênero (e a base dessa idéia se apóia no novo, através da influência de sua vida, cuja vivência se deu na Europa).

O cinema já havia sido inventado, mas suas possibilidades ainda estavam em grande expansão. Infelizmente as palavras do Bazin subestimaram as fronteiras que a sétima arte iria ganhar (nas mãos do Hitch, consideravelmente). A década de 60 está aí para dizer que o cinema nunca poderia se considerar como algo já estamentado, e muito menos americano.

Eu posso falar de pureza criativa, neste momento, por que as influências eram em menor escala (lembre-se que o acesso não fazia todos terem conhecimento imediato das inovações da época). Muito pelo contrário. Cada um se baseava no seu repertório de experiências pessoais principalmente (até pq essa é uma característica da arte durante esse período).

Quanto ao comentário sobre o cinema autoral: eu acho que queremos acreditar nessa "liberdade autoral" programada para não enxergar o declínio de uma indústria. Você citou Fincher e Anderson, e que somente recentemente resolveram jogar segundo as regras (e considero Zodíaco uma obra prima feita na cova dos leões).

Mas o ponto da questão não é esse. O ponto é o Clint Eastwood. Diferente do Anderson, ele joga para agradar demais seu estúdio e se esquece de si mesmo (não é a toa que sua produção é tão volumosa). Não consigo acreditar que vocês vêem tudo isso num cara de receita pronta, inescrupulosa, para além dos close ups e decupagens hypados.

Respondendo ao Mateus e ao Felipe sobre minha predileção bibliográfica: por que não? A idéia não é refinar a opinião, a crítica? Se eu continuar somente nesse descompromisso cinematográfico, perco em progresso analítico. Sim, pq uma noção de progresso se fortalece em trocas de experiências e na aplicabilidade delas. E não pensem que não adoto um vou-achar-defeitos approach neles também.

No que se refere ao Gray eu me abstenho. Pra mim ele nem merece todo esse diálogo. Aqui eu encerro meus comentários sobre esse diretorzinho de quinta que me traz poucos momentos inspirados, mergulhados numa histeria amadora.

Uma última colocação: me digam uma obra que se sustenta de graça.

cafebeatnik disse...

Só lembrando que os maiores críticos são aqueles que são considerados os menos parciais e passionais possíveis. Jogue água no carnaval e espere essa máscara cair.

Miguel Haoni disse...

Pelamordedeus Igor quase me matas de rir mas mantenhamos a cordialidade apesar de tudo. John vamos relevar e continuar a conversa com quem quer conversar.

"Só lembrando que os maiores críticos são aqueles que são considerados os menos parciais e passionais possíveis." Discordo totalmente. Os melhores críticos de CINEMA foram e são Bazin, Truffaut e Scorsese. Gente de CINEMA que vivia, sonhava, pensava e sentia sua arte e ofício muito melhor do que os intelectuais/ensaístas das outras áreas (obviamente). Um texto apaixonado de Truffaut sobre Jean Renoir tem muito mais alma e sabedoria do que qualquer tentativa de objetividade anti-cinéfila da Cinetique ou Cahieurs dos anos 70.
Enfim acho que tá roça essa conversa. Recomendo-te um estudo de filme de gênero. Deixe os filmes falarem por si. Se não rolar nada REleia as críticas de Truffaut. Se não rolar nada dê tempo ao tempo. Quanto à poesia de Gray e Eastwood, não é porque você não consegue enxergar que ela não existe. Quase sempre o problema tá no olho...

Rafael ufpa disse...

John,

És teimoso mesmo. Com este teu último comentário cavastes tua cova. Pelo amor de de São Fulci, refreia essa vontade louca de evocar o nada, o nulo, o vazio, o sem direção, meu filho. Admito que não tenho um HD tão recheado como o teu, com mil citações e pourralouquices. A única troca de experiência que tenho é com a telona - para alguns isso é pouco, mas para mim é tudo - e isso me basta. Já bancando o palhaço e sem nem um pingo de maturidade, acho que tu não percebestes que a tua discussão aqui nunca foi sobre cinema.

Igor disse...

Perdoe-me o humour, Fletcher, mas, infelizmente, o Cinema aqui, nesta querela, é só um pretexto para realizares uma prática ainda mais pueril que o meu escárnio: a auto-afirmação. Com que intuito rechearias os teus comentários com referências a filósofos pós-modernos ("mestres da linguagem que podem impressionar seu público com terminologia sofisticada - mas não científica" [Bricmont & Sokal]) se a platéia é visivelmente neófita nestas questões? Na certa pra inflares o teu bem-amado ego, feito o caolho em terra de cegos.
Na parte “séria” do meu comentário, caso não tenhas percebido, escrevi sobre os problemas das tuas observações. O teu foco, em última análise, se restringe aos aspectos sociológicos/discursivos da sétima arte (e aí entra toda a verborragia mistificadora-narcisista já referida). Quando, esparsamente, avalias a técnica (mise-em-scène), a falta de know-how resulta em comentários superficiais, baseados apenas em juízos de valor, como na tua repulsa à obra do Gray. A bronca é que o que caracteriza o cinema como arte, a sua poética, o seu campo de batalha, é o trato com a narrativa áudio-visual, ou seja, sua técnica. Portanto, Fletcher, as tuas falas até aqui não tratam do Cinema em si; são, à priori, Sociologia do cinema. Para usar uma palavra que gostas, vens cometendo um erro “epistemológico”.
Quanto à minha maturidade, te digo o seguinte: prefiro ser um clown que um onanista acadêmico de periferia.

"E pintura nasceu
só pra moça
e lanterna pra quem
sabe usar.
Uê, vaqueiro!
Isso é só pra chatear!"

(Batuque do Baixo-Tocantins)

ronaldo passarinho disse...

Oi, John. Por partes:

"Ronaldo, não creio que possamos falar de uma tradição do cinema americano em 1939, se este ainda era uma novidade para a História (tanto que sua alcunha de arte apareceu anos mais tarde). "

Novidade? 1939 é considerado por muitos o ápice do sistema de estúdios. A decupagem clássica já tinha sido codificada há pelo menos duas décadas. Portanto é mais do que óbvio que em 39 já se pode falar em auge e até em declínio de uma tradição. Um conselho: deixa os críticos de estudos culturais de lado e vai ler um pouco sobre a história do cinema.

"Este não poderia se intitular o dono do pedaço, ainda mais que o Hitchcock estava criando um gênero (e a base dessa idéia se apóia no novo, através da influência de sua vida, cuja vivência se deu na Europa)."

Que gênero, John? Adianto logo que "suspense" não é e nunca foi gênero. E a maior influência do Hitch, apesar de ter nascido na Inglaterra, foi o cinema americano (e o alemão, mas sobretudo o americano).

"O cinema já havia sido inventado, mas suas possibilidades ainda estavam em grande expansão. Infelizmente as palavras do Bazin subestimaram as fronteiras que a sétima arte iria ganhar (nas mãos do Hitch, consideravelmente). A década de 60 está aí para dizer que o cinema nunca poderia se considerar como algo já estamentado, e muito menos americano."

Mas, John, o gênio do cinema americano, como dizia o Bazin, está justamente em "sua fertilidade quando entra em contato com novos elementos”. A Nova Hollywood nada mais fez do que assimilar técnicas de vanguarda e incorporá-las a técnicas tradicionais. É por isso que o chamado "filme de arte" hoje está moribundo, ao passo que filmes como "Bastardos Inglórios", que se apropriam de rupturas vindas desde muito antes dos anos 60 apresentam uma vitalidade invejável.

"Você citou Fincher e Anderson, e que somente recentemente resolveram jogar segundo as regras (e considero Zodíaco uma obra prima feita na cova dos leões)."

De acordo com que regras Paul Thomas Anderson "recentemente" passou a jogar? E Zodíaco só é uma obra-prima por ter sido feita na tal cova dos leões. Posso te garantir que o Fincher é um Daniel que não trocaria a cova pela "liberdade" de filmar fora do sistema. Enquanto não entenderes isso, não entenderás a grandeza do cinema americano. Nem a de James Gray. Nem a do teatro elisabetano e jacobino, aliás, de onde tiraste teu apelido, meu caro Fletcher.

Abração

Felipe Cruz disse...

John, não vejo problemas em usares a teoria que quiseres para abordar qualquer filme que seja: só não acredito que a discussão sobre Cinema se dê por esse viés.
Creio que as sinfonias de Beethoven se sustentarão sozinhas depois de seu nome e sua biografia serem esquecidos e que um alemão que leia um conto de Sagarana (e que atente para o trabalho com a linguagem da literatura) reconheça seu valor Artístico sem nunca ter ouvido falar do Sertão ou das conjunturas sócio-econômicas de produção do livro e da vida do Guimarães Rosa.
Assim como quando a II Guerra Mundial for esquecida, quando os grandes estúdios desaparecerem, quando não houver Cannes ou Oscar ou Globo de Ouro, Bastardos Inglórios será reconhecido (como obra Artística) por aquele que despertar o seu olhar para o trabalho realizado com a linguagem cinematográfica pelo diretor.
Em WALL-E, quando o robozinho solitário vê e revê o filme que tem em seu refúgio não é porque ele reconhece nele qualquer condição social/histórica/econômica (ele nunca viveu aquela realidade, só tem o que está na Imagem), mas porque ele está em contato com a obra, fruindo as impressões estéticas que são capazes de despertar no personagem memórias daquilo que ele nunca viveu.
Use as teorias que quiser - leituras de outras áreas podem enriquecer a discussão, pode ser interessante, apesar de nem sempre ser válido, mas se quando falamos de Literatura não podemos perder de vista o trabalho com a palavra, quando falamos de Cinema não podemos perder de vista o trabalho com a Imagem. E é esta abordagem que não vejo nos seus argumentos.

Abraço.

Sue disse...

Meninos, só acompanhando de camarote e me divertindo!!!!

E como uma cientista vou ter que puxar a orelha do Igor, me desculpa, mas enfim quando o Bricmont & Sokal falaram "mestres da linguagem que podem impressionar seu público com terminologia sofisticada – mas não científica”, neste caso eles estavam falando de pesquisadores que usam termos das CIÊNCIAS EXATAS e transportam para as ciências humanas sem entender exatamente do que estão falando, exatamente o que você fez ao usar uma citação deles pra uma coisa, querendo justificar outra.

E a propósito:

Bastardos Inglórios não é podre, só não é o melhor de 2009
Clint não é Tzuka Yamazaki, mas também não é um gênio
O cinema americano é um lixo, mas a reciclagem está aí pra nos lembrar da importância do mesmo.

E por último:

Uma análise crítica decente ela tem por OBRIGAÇÂO ser ausente de qualquer sentimento de paixão, senão, os vídeos caseiros da minha familia, botam qualquer Godard no chinelo...

Beijinhos rapazes

Cauby Monteiro disse...

Como assim, Sue? OBRIGAÇÃO tem qualquer critíco de amar incondicionalmente sua arte. Os vídeos da sua família provavelmente nada têm de cinema (ARTE). Se eles têm um sentimento pra vc não é pelo enquadramento, montagem ou mise-en-scène. Eu sei o que gosto e consigo(boa parte das vezes) explicar pq gosto unicamente pela minha paixão ao cinema. Paixão que me leva a querer saber mais sobre os mecanismos que me fazem a sentir o que sinto. E muito disso é treino, se acostumar com a imagem cinematográfica, saber o valor de um close, de um raccord narrativo ou de uma panoramica. E falar que cinema americano é lixo é jogar fora(de Edison a Gray) a mais rica tradição artística desde o Renascimento Italiano.

Délio Sales disse...

Boa noite.
Não tenho a bagagem cultural que muitos têm aqui, mas sou da opinião que o valor de uma crítica não se mede pela quantidade de livros que uma pessoa consome, pois do contrário estaríamos na frente de uma ciência exata. Bastaria saber qual crítico escreveu e leu mais livros, e pronto: têm-se a palavra final sobre a obra de um artista. É claro e óbvio que não estou sendo contra a leitura, pelo contrário, sou partidário de sua disseminação. Humidilmente penso que é um equivoco valorizar uma crítica somente por seus aspectos em ser imparcial e " desapaixonada". Estaríamos então a ponto de fabricação de críticos de arte em escala industrial, bastando uma certa quantidade de livros e pronto: como um produto. Penso que bons criticos de arte se faz com conhecimentos+ sensibilidade, e é aí que alguns se destacam na multidão. Não sei de onde vem a percepção para se reconhecer que uma obra é uma arte, falo isso em sentido histórico, pois todos conhecemos casos de pintores, escritores, etc, que só foram reconhecidos pós-vida, e que passaram batidos pelos entendidos da época...Não creio, portanto, que julgar uma obra de maneira "fria e calculista" seja sinônimo de qualidade do texto sobre referida obra. Acredito que conhecimentos podem trabalhar como suporte para que aquele olhar aprofundado, com sentimento e emoção sobre a intenção e resultado da obra revele seu verdadeiro valor, ou não. E pra ser sincero, julgo que talvez não existem críticas integralmente, plenamente e verdadeiramente livres de qualquer cunho subjetivo.

"Hoje só há, mesmo em Hollywood, talvez até sobretudo em Hollywood, cinema de autor. Vide “Avatar”, blockbuster dos blockbusters, que é vendido como um filme de James Cameron." Eu até entendo essas suas palavras Ronaldo, mas acontece que alguns podem ser levados a pensar que a figura do produtor e da ânsia do lucro morreram. Se o medíocre Cameron tem o direito de ter seu nome "above the title” talvez seja porque seu nome tenha influência nas bilheterias ( e tem mesmo..) e não apenas porque Avatar seja um cinema de autor. Eu, como produtor/acionista de estúdio, sabendo que o cara fez Titanic, também arriscaria financiar essa sua idéia e depois ficaria esperando pelos lucros.
Mas mesmo assim, igualmente espero que verdadeiros "cinema de autor" continuem a aparecer, agora não de forma clandestina, como voçê disse, mas de cara para o vento, como aqueles que vc citou.
E pra finalizar: ei Mateus, quando vamos tomar aquela cerveja cara!!!
Cerveja, cinema e mulher...

apjcc disse...

Boa noite Délio, po,vamos marcar essa cerveja com certeza! Concordo com cada palavra que dissestes. Passemos uma noite a beber, conversar, ver e quem sabe comer os três maravilhosos assuntos especificados no seu último parágrafo.

grande abraço,
Mateus Moura.

cafebeatnik disse...

Igor, quando tu fizeres uma citação contextualizada, conseguirás ganhar um pouquinho de respeito comigo. Esse foi um escorregão foi terrível. tsc.

Seu texto é de um acúmulo de equívocos sem fim. Eu acho, por sinal, que vc está com mania de perseguição cognitiva.

/ignore pra ti.

cafebeatnik disse...

Em resposta à discussão sobre o crítico de arte: façam essa pergunta para si mesmos. Vcs preferem o diagnóstico de um pajé ou de um médico? Se a resposta for o pajé eu me calo, mas se for o médico, então o problema é outro.

Essa postura da crítica autodidata-descontrol acaba submetendo a arte (o cinema, mais especificamente) à barbárie. É por conta disso que hj temos uma anarquia nesta profissão, onde não se pode falar de idéias, de maneira mais profunda, quando se trata de um mundo que se organiza nesse site, predominantemente.

Sinceramente, não penso que devemos ter esse pensamento "é arte e nada mais" e querer permitir que isso seja tratado levianamente.

Truffaut, Scorsese e companhia faziam arte e teorizavam sobre ela (o que não é o caso da maioria). O artista se enquadra numa outra configuração para versar sobre ela. Não confundam as coisas.

cafebeatnik disse...

Ronaldo, vamos por partes.

"Teatro elisabetano e jacobino, aliás, de onde tiraste teu apelido, meu caro Fletcher". Primeiramente, este é meu nome. Eu já tinha falado que minha família é estrangeira (daí o nome). O termo mais adequado para isto que acabaste de cometer é "viagem na maionese", meu caro. Acho que essa falta de noção contextual é o seu problema em linhas gerais.

"A decupagem clássica já tinha sido codificada há pelo menos duas décadas. Portanto é mais do que óbvio que em 39 já se pode falar em auge e até em declínio de uma tradição. "

Eu acho que vc é quem precisa de uma leitura mais atualizada, pois esse comentário é de um absurdo grosseiro sem tamanho. O cinema é feito só de decupagem clássica, afinal?

"Adianto logo que “suspense” não é e nunca foi gênero. E a maior influência do Hitch, apesar de ter nascido na Inglaterra, foi o cinema americano (e o alemão, mas sobretudo o americano)."

Nunca foi gênero, então, na tua sala de estar, pois em qualquer livro vc irá saber que o Hitchcock foi o criador do chamado "thriller". É claro que suspense não é a tradução mais correta, mas é o que temos. Não irei entrar numa discussão linguística nessa altura do campeonato.

Esse papo de que o cinema do Hitch foi cinema americano é completamente furado. Você fala de maneira que se esquece do passado do diretor. Para qualquer análise sobre a carreira do inglês, é necessário recorrer à sua fase britânica, pois só assim é possível entender os caminhos por ele tomados.

"É por isso que o chamado “filme de arte” hoje está moribundo, ao passo que filmes como “Bastardos Inglórios”, que se apropriam de rupturas vindas desde muito antes dos anos 60 apresentam uma vitalidade invejável."

O filme de arte está moribundo para aqueles que perderam a capacidade de uma leitura menos publicitária, mercadológica e massificada (acaba que a semiótica é um bom caminho para entender essa degradação que muitos sofrem). Os filmes mais cheios de vitalidade, pelo que eu sei, até hoje, são esses chamados filmes de arte (se não fosse assim, Cassavetes, Jarmusch, Zurlini, entre outros, estariam no limbo).

"Posso te garantir que o Fincher é um Daniel que não trocaria a cova pela “liberdade” de filmar fora do sistema. "

Mais uma vez, um achismo descontextualizado. Você compara filmes com orçamentos diferentes, de estúdios diferentes, colocando-os todos num balaio só. Meu caro, vc sabe muito bem que generalizar é o pior dos pecados.

É perceptível as nuances, se pegarmos o Fincher, de um Zodíaco e as nuances de um Benjamin Button. Se você me disser que o orçamento do filme não influenciou nas escolhas do diretor. A prova está na simples comparação.

Abraços,

John Fletcher Couston.

ronaldo passarinho disse...

Foi um alívio saber que John Fletcher era teu nome mesmo, e não apelido. Seria uma incongruência terrível teres tanta ojeriza ao cinema americano e apreciares a dramaturgia elisabetana e jacobina, voltada em primeiro lugar para o público.

E vou parar por aqui, John, porque não dá para conversar com quem acha que o cinema ainda estava em formação em 1939 e que Hitchcock foi o criador do thriller. Perdeu a graça. Sem meias palavras, parceiro, ignorância tem limite.

Délio, vou escrever esta semana no meu blog sobre o que acho o calcanhar de aquiles da Política dos Autores: equacionar autoria à qualidade. Abração.

suecosta disse...

Cauby eu acho sim que um crítico tem que gostar de cinema, óbvio, porque ele vai passar muito tempo na companhia dele, mas quando ele for falar sobre, precisa sim, deixar a paixão de lado e ser analítico, e o mais importante ter embasamento para falar do assunto, e isso requer SIM SENHOR muito tempo na frente dos livros, na doce companhia de vários teóricos.

Mas gente creindeuspais, qualquer pessoa pode falar o que quiser a hora que quiser e como quiser. Maaaaaaaaas, ter credibilidade é outra coisa, vamos a um exemplo, quando tu queres ter uma opinião sobre alguma coisa você procura um especialista, certo? Melhor ainda quando tu tens várias opiniões de vários especialistas e daí tirar uma conclusão, certo? E o que faz um especialista em um determinado assunto? Alguém completamente apaixonado por aquilo, ou alguém que estudou profundamente o assunto e tem como provar que estudou? O melhor é quando tens as duas coisas, mas só um apaixonado não faz um especialista, certo? Mas um grande estudioso que não seja lá um grande apaixonado pode ser que sim, né?

Tipo, eu não admito que alguém diga que um cara que adora dinossauros e leu todas as super interessantes desde a década de 90, seja considerado um paleontólogo melhor do que eu, que fiz meu doutorado no Natural History Museum em Londres...

Quanto ao lixo do cinema americano, bem, vocês sabem de que lixo eu estava falando...kkkkkkkkkkkkkkkkk mas não esqueçam de incluir o Clint!!!!!

Beijinhos rapazes

suecosta disse...

Enfim que me perdoe o Quintana, mas até os pasarinhos passarão....

ronaldo passarinho disse...

"O cinema americano é um lixo", Sue? É, eu passo.

Paul Denai disse...

Mais de 7.000 mortos no Haiti e vocês aqui com essa briga de egos ridícula. Façamos assim, cada um pega uma régua, vai ao banheiro, mede o Piu-Piu e, depois, postam os centímetros aqui... Assim, de uma vez por todas, terminamos com esse debate imbecil. Porque essa confusão aqui não é mais, há muito tempo, sobre cinema... é sobre egos!
É uma pena que ninguém nunca saiba respeitar a opinião alheia. Foda-se essa porcaria de lista... Todo mundo aqui assiste filme pra caralho, todo mundo é mega convencido (passarinho encabeçando a lista) e ninguém vai fazer a cabeça de ninguém... Só ficamos cultivando inimizades.
Eu discordo de você, passarinho, quando diz que ignorância tem limites. Se esse limite existisse, você não estaria mais entre nós. Decerto estaria assistindo ao Canal da Disney, lá no céu, ao lado do Michael Jackson.
Esses seus comentários adolescentes são tolos e sem qualquer alicerce, por isso você prefere partir para a grosseira sempre. Aqui, neste blog, seus comentários ficam ainda mais vazios, uma vez que você não pode colar fotinhos de filmes. Voce abarrota seus posts com aquelas fotos, para encher os olhos do povo e mascarar sua ignorância. Eu ainda acho que os maiorana devem favores aos passarinho... Só pode, mano! Seus comentários são sempre babacas, mas (até) gosto daquelas imagens que você captura do filme... Que programa você usa para fazer aquilo? Poxa!, queria tanto um programa desses...
Esse blog, passarinho, é dos jovens críticos... pô, deixa esse assunto pros JOVENS e vai postar aquelas bobagens la no ORM para aqueles "incluídos digitalmente", pois, talvez!, Você consiga convencê-los destas baboseiras q você fala. Bom, vou-me apenas lembrando a todos que, seguindo o exemplo do Michael, os Peter Pans duram pouco tempo... Chegam, no máximo, aos 50... Você já tem quantos anos? 49?
John, vamos dormir... Deixam os bastardos inglórios, os amantes (que eu GOSTO... podes me perdoar um dia), põe o UP (que eu vi em 3d e é maravilhoso) e eu ainda colocaria o distrito 9.
Tenho uma proposta para o próximo post: "quem tem o pinto maior?"

cafebeatnik disse...

Com doido não se discute. Termino minha discussão contigo também, Ronaldo. Já falaste absurdos demais. Deveria ter ouvido os vários avisos de que tua credibilidade é zero.

Um grande abraço.

ronaldo passarinho disse...

Quem é vivo sempre aparece... Meu leitor mais fiel, o velho Paul Denai. Até aqui no blog dos outros tu me persegues. Quanto amor. E entrei na discussão por convite do Mateus, mano, que ele fez lá no meu blog.

"Que programa você usa para fazer aquilo? Poxa!, queria tanto um programa desses…"

Era só pedir, meu velho: VLC. Põe o filme para rodar e aperta SHIFT + S. É simples, cara, até tu vais aprender.

ronaldo passarinho disse...

Ei, John, assim não vale. Quem encerrou a discussão contigo fui eu. Mas se queres ficar com a última palavra, sinta-se à vontade. E não se acanhe por achar que o cinema era uma "novidade" em 39. Tem gente que acha que o cinema começou com Spielberg. Estás no lucro.

Boa noite, John. Boa noite, Paul. E boa noite para o resto dos Beatles.

ronaldo passarinho disse...

Ah, sim, John, podes ser um apedeuta, mas pelo menos usas teu nome para assinar os comentários, ao contrário do Paul. Parabéns.

apjcc disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... meu Deus, isso não é uma catástrofe ecológica, mas é um ataque terrorista! Paul Denai você ganhou o troféu "comentário desnecessário" do ano. Essa lista tu encabeça.
Eu achei que a questão dos pintos e dos egos era dos psicanalistas. Oh gente, cinema, vamos falar de cinema! Que mania! Ronaldo... se vire aí...

Fletcher... Gosta de Stroheim, Chaplin, Keaton, Ford (Lincoln, stagecoach), Capra, Lubitsch, Sternberg, Vidor, Hawks (scarface, levada da breca), Browning. Acho que eu vi essas figuras ou algumas delas com filmes nos seus 100 melhores. Meu amigo, isso - e muito mais! - era o cinema americano até 39 (aliás, coincidência, apelidado "ano dourado de Hollywood") Qual é, 39! Ano dos razoáveis Casablanca e E o vento levou, estão na sua lista!!! Eu simplesmente não estou entendendo essa loucura!
E cuidado com esse teu papo de xamã e médico Fletcher, numa lógica antropológica isso pega MUITO mal! Se ligue.

Pela primeira vez vou "suar minhas costas" porque essa foi demais. Resolvestes dar a carteirada Sue? Mostraste o distintivo foi?! hahahaha... paleontóloga, interessante! És perfeita então para relembrar esse cinema americano, pelo visto desconhecido, que é o cinema mudo e dos anos 30. Dinossauros poderosos habitaram esse mundo. Se ligue.
Esse papo dos "especialistas" é papo morto aqui. Ninguém ta falando disso. O Cauby ve 3 filmes por dia e le 3 livros por semana sobre cinema, e isso só é possível com muita paixão. Confundem inteligência com frieza. O intelecto é frio, a inteligência é cheia de emoções. Se liguem...

Mateus Moura

Rodrigo Cruz disse...

Esse Igor é ótimo!!!
Ô Ronaldo, não liga pra esse último comentário não!
Ô Sue... Valsa com Bashir é ruim demais... não consegue nem de longe alcançar a beleza milagrosa de UP, uma animação excepcional que em apenas cinco minutos (e com algumas elipses) faz passar uma vida inteira diante dos nossos olhos.
Que outra animação nos ofereceu experiência audiovisual semelhante ano passado?
Com certeza não foi "Valsa com Bashir" e aquela mistura desacreditada de animação e documentário. Mas me conta, que outras animações você viu, vc falou em "outras". Ainda estou curioso. Abs!

ronaldo passarinho disse...

Fica frio, Rodrigo, o Paul é um velho desconhecido....

ronaldo passarinho disse...

"E falar que cinema americano é lixo é jogar fora (de Edison a Gray) a mais rica tradição artística desde o Renascimento Italiano."

Grande Cauby. Definição perfeita.

Bom, tchau para todos, agora tenho que cuidar do meu blog (que por sinal, Paul, é a página mais mais acessada do portal, entre blogs e entretenimento, então se os Maiorana me devem um favor é esse).

E viva Hollywood!

Ricardo Pascoal disse...

Bom vi a relação e gostaria de dar a minha opinião dos melhores de 2009. Aí vai a lista:
1- A Festa da Menina Morta de Matheus Nactagarne
2- Valsa Com Bashir
3- O Leitor de Sthefen Darly
4- Dúvida
5- Tempos de Paz de Daniel Filho
6- Amantes
7- Bastardos Inglórios
8- O Curioso Caso de Benjamim Button de David Fischer
9- Se Eu Fosse Você 2 de Daniel Filho
10- Quem Quer Ser Um Milonário

É a minha opinão. Sei que vai criar polêmica com o filme Se Eu Fosse Você 2 por ser ele comercial. Mas tem conteúdo e super divertido é é ótimo para o cinema nacional.
Gostaria de saber os seus comentários sobre os filmes A Festa daMenina Morta e Valsa Com Bashir. Pra mim esses dois arrasaram e merecem ser visto.
Como faço para fazer parte do membro da APJCC?
qUERIA UMA SUGESTÃO. No próximo ciclo do CCBEU DO CINEMA VOCÊS PODIAM FAZEREM AMOSTRAS DOS FILMES NACIONAIS, SEAN PEEN E SOFIA COPOLA.
AGUARDO AS RESPOSTAS DE VOCÊS

apjcc disse...

Não vi o filme do Nachtergale, nem Se eu fosse você 2 (por acaso mesmo, pretendo ainda ver os dois). Valsa com Bashir é interessante, mas não chega a entrar na minha lista, os docs paraenses me falaram mais do que ele.
(desculpa mas eu vou ter que zoar) Fazer parte do "membro" da apjcc? Cara, o que eu sempre digo, vamos conversar: apareça no ciclo Wes Anderson, vamos começar com um cervejinha. Sobre o CCBEU responde o Miguel. Mas já exibimos no extinto Cine Uepa o Encontros e Desencontros da Sofia, temos um projeto (INOVACINE) mais voltado para o cinema nacional (que será itinerante agora em 2010), e no caso do Sean Penn, temos prioridades mais urgentes, acho que pode demorar, CLINT EASTWOOD por exemplo.
abraços,
Mateus Moura.

Paul Denai disse...

O blog mais acessado do portal ORM?... Nossa, Passarinho, quanto mérito!quem está em segundo lugar o blog de fofocas do Paranews?
Se é o mais acessado, esteja certo que é por causa do tema (cinema vende!) e não por causa do colunista... se ja é o mais acessado com você, imagine se tivesse alguem centrado e maduro no comando. E para que saber meu nome? Queres me add no orkut? kakakaak...
That's a secret I'll never tell. You know you love me. xo, xo.. Gossip Girl
****
****
Quanto a lista, eu discordo do Watchmen... de resto, bem interessante!
****
****
Quanto ao fato de encabeçar o posto de comentário desnecessário do ano. Tudo bem! Afinal, alguém tem de fazer o serviço sujo...

Sue disse...

Gente quem é esse Paul Denai? quem chamou ele? me deixou de fora da conversa, afinal eu não tenho um piu piu pra entrar na briga...arrasada.

E outra Gossip Girl??? Tá, é um lixo americano que eu gosto, assim como McDonald's. E Ronaldo aí vai uma dica, acho que ele deve ser elA porque Gossip é coisa de menina!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Meninos uma pena que a conversa tomou um rumo estranho, mas independente disso acho super válido discutir sobre as coisas, verdades absolutas só existem em dogmas religiosos.. E esse blog acho que nunca foi tão movimentado, ô lista polêmica!!!

A propósito, eu tenho a minha opinião sobre a vida, o universo e-tudo-mais...Maaaaas sei que sobre cinema não posso ser levada a sério, afinal, não sou uma especialista apenas uma apreciadora da arte e por conhecê-la um pouco além me dou o direito de formar opinião, mas sempre reconhecendo que meu embasamento não é forte. Diferente de paleontologia kkkkkkkkkkkkkkk

E voto dessa conversa realmente se estender para uma boa mesa de bar.

Beijinhos rapazes e não vamos deixar que os ânimos se alterem e a gente embarque na vibe desse tal de Paul.

ronaldo passarinho disse...

É, Sue, já faz tempo que eu sei que esse tal de Paul é uma Paula. Explica a paixão recolhida e o furor uterino. Só não explica a covardia da otária em se esconder por trás de apelidos. Beijoca.

cafebeatnik disse...

Égua, Mateus, já estou angustiado de falar por aqui. Eu voto também na boa cerveja e na mesa de bar para que possamos discutir, sem o entrave do teclado, essa boa conversa (o que, aliás, deve ficar mais interessante, pois a minha intenção não é jorrar prepotência, o que às vezes, por meio daqui, pode dizer o contrário).

Temos ótimos tópicos para uma possível pauta: Clint Eastwood, Valsa com Bashir, Amantes e sabe-lá-o-que-mais. Eita.

Outro ponto. Olha, Paul Denai, de uma coisa ninguém pode reclamar: tu tens um timing ótimo para conversar com o Ronaldo Passarinho. \o/

Abraços.

Délio Sales disse...

"Em resposta à discussão sobre o crítico de arte: façam essa pergunta para si mesmos. Vcs preferem o diagnóstico de um pajé ou de um médico? Se a resposta for o pajé eu me calo, mas se for o médico, então o problema é outro."

Então também deixo essa pergunta: dois especialistas sobre uma arte, sobre um escritor ou cineasta chegarão SEMPRE à mesma conclusão à respeito da nova obra de um artista?
Prosa, poesia, pintura, escultura...cinema não podem ser reduzidas a um corpo humano ou sistemas solares, por exemplo. Nesses há leis, ou toda uma estrutura formada que faz com que o diagnóstico seja sempre o mesmo, seja médico ou físico daqui ou de outro lugar (é claro, levando-se em consideração a competência/ conhecimento dos dois).
Com isso, sou da opinião que Arte não é objeto de estudo tal quais ocorrem com objetos de estudos médicos (cérebro, coração, etc).
Conhecimento e leitura são importantes e não devem nunca ser esquecidas, mas um bom crítico não pode esquecer a sensibilidade necessária para o exame da obra.
Aliás, enveredar pelo caminho de estudo de um autor, de uma escola, de uma época, já demonstra uma boa dose de paixão ou preferência na hora da escolha...

Abraços...e por favor, essa é apenas minha opinião. Não estou aqui querendo briga com ninguém...mas gosto de um bom debate, participando ou apenas ficando no camarote (sempre com a minha cervejinha heheehhe)

apjcc disse...

Nossa, acho que alonguemos então para o boteco, melhor papo, meus dedos estão doendo já. Até quinta no Wes (por favor compareçam), e marcamos esse happy hour.

Mateus Moura.
=)

Igor disse...

Pô, Sue, vamos marcar um birináiti lá no Bar do Celso (único no Guamá onde ainda se serve Cerpinha e se ouve Taiguara!). Eu te levaria o “Imposturas intelectuais” e desfaríamos esse imbróglio. Mas só pra adiantar, Alan Sokal e Jean Bricmont realmente desmistificam o cientificismo dos trabalhos de gente como Lacan, Kristeva, Latour, Baudrillard, Deleuze, Guattari etc, e, consequentemente, acabam por denunciar o pedantismo, o charlanismo e as falácias dessa gente que faz a festa da galére da pós-graduação da Federal. Portanto, bonita, onde estaria a impropriedade da minha citação? Qualquer dúvida, basta dar uma olhadela na p. 21 da edição da Record de 1999 pra conferir o que estou dizendo.
Ronaldo, uma vez escrevi no teu blog dizendo que te considero um dos melhores comentaristas do jornalismo paraense dos últimos tempos, ao lado do Lúcio Flávio, do saudoso Chembra, do velho Passarinho e do Elias Pinto (este, quando inspirado). Por isso mesmo, meu chapa, só reafirmando o que disse o Felipe, não esquenta com o despeito dessa desvairada libidinosa, que está louca pra saber o tamanho dos nossos bilaus. Ah xi, porcaria!
E o Fletcher, heim? Quando a provocação é com ele, é desacato; mas se é com outro, tá lindo. Além de apedeuta e pedante, ainda é hipócrita. E deve ter se borrado todo quando a Sue deu a carteirada! Girl Power neles! Pra completar, acho que ele aprendeu com a Fanny e o Alexander a usar os poderes ocultos da mente: meu computador deu pau e o meu ciso inflamou. Xô, encosto!
No mais, cambada, estou indo embora. Também vou encerrando o expediente por aqui, na expectativa de novos e divertidos bate-bocas sobre cinema & adjacências. E pra não perder a deixa, Paul, vou deixar uma coisa pra ficares imaginando: 22.

Igor disse...

Errata (my bad!): quando me referi ao Felipe, queria dizer Rodrigo. E, Paul, a trena estava desregulada. É 21. Sorry!

Sue disse...

Dia 21 estarei lá sem dúvida, e voto dessa cervejinha (mas no guamá NÃO!), pô Igor, leva sim teu livro porque eu só tenho a versão em espanhol, assim eu aproveito e faço uma cópia kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

E a carteirada foi pra impor um pouco de respeito já que sou a bendito fruto entre os homens kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Girl Power total!

Beijinhos rapazes

Rodrigo disse...

HAUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUAHUAHUAHUAH (risos atrasados)!

Rodrigo disse...

E rolou a cerveja (desculpa, eu tava viajando)?

Carlos Augusto disse...

Ego, apenas ego. Cinéfilos de merda.

apjcc disse...

Égua, apenas égua. Essa geração de merda: os cinéfilos.