A Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema completa 2 anos, e uma tradição começa a se ensaiar. Dando seguimento ao que aconteceu na comemoração do primeiro aniversário, a Associação promoverá a II Mostra Melhores do Ano. O local, mais uma vez, será o Cine Líbero Luxardo, a entrada (e a conversa), como sempre, serão francas.
Existe apenas uma diferença: no ano passado, foram vistos os melhores filmes do ano exibidos no âmbito das ações da APJCC. Agora, no ano de 2009, graças à equipe do Cine Líbero Luxardo, além da reexibição e rediscussão das melhores sessões do Cineclube Aliança Francesa, Cine CCBEU, Sessão Maldita e Inovacine, será exibido, discutido e aplaudido (em película) o que foi considerado, unânime, pela APJCC, como o filme do ano de 2009: Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino.
Já são 2 anos, centenas de filmes e muita falação. 2009 foi um ano rico de ações e discussões cineclubistas para Belém. Também rico de incompreensões e decepções. 2010 se anuncia... tudo de novo, diferente.
Mateus Moura
(APJCC 2009)
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Programação
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10/12 (quinta) - "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino
(excepcionalmente às 15h00)
Era uma vez em uma frança ocupada pelos nazistas a jovem shoshanna, ultima sobrevivente de uma familia judia, procura vingança. Enquanto isso o tenente Aldo"the apache" Raine comanda os bastardos: 8soldados-judeus-americanos, dispostos a fazer apenas... Matar nazistas!
Max Andreone
(APJCC - 2009)
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11/12 (sexta) - "Cidadão Kane", de Orson Welles
Cidadão Kane, para os cinéfilos franceses – entre eles: François Truffaut – representou, enquanto experiência de descoberta coletiva, a volta às salas de cinema, na Europa finalmente liberada do nazifascismo.
Foi a libertação do cativeiro da censura, o sopro de genialidade que despertou os olhos empoeirados de mesmice e os ouvidos fatigados de zumbidos de guerra. O sopro genial na verdade era um vendaval, que vinha além-mar, na voz e na imagem de um herói diferente.
Mais célebre que a crítica desfavorável do filósofo das palavras Jean-Paul Sartre foi a resposta do filósofo das imagens André Bazin ao – segundo ele – estrabismo cinematográfico do conterrâneo. A defesa do crítico francês elevou Orson Welles a um patamar até então inesperado, e a crítica, historicamente, foi uma das mais importantes do cinema.
Segundo o próprio François Truffaut o cinema moderno nasce e morre em Cidadão Kane. Por que essa empolgação desses ativos pensadores de cinema com o primeiro filme desse jovem e impetuoso cineasta? Afinal, é Cidadão Kane o maior filme de todos os tempos mesmo? O mais revolucionário? Por quê? Só vendo, revendo, ouvindo, sentindo, analisando e refletindo para saber.
Mateus Moura
(APJCC - 2009)
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12/12 (sábado) - "Embriagado de Amor", de Paul Thomas Anderson
Barry Egan leva uma vida retraída: trabalha, vive só, tem sete irmãs. Um acidente de carro, um piano e a mulher de vermelho invadem seu casulo. Como um inseto que segue uma luz hipnotizante, somos levados por Barry a descobrir as possibilidades que existem além de tudo que conhecemos e precisamos. Uma das mais belas histórias de amor pelo cinema.
Max Andreone
(APJCC - 2009)
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13/12 (domingo) - "Bunny Lake Desapareceu", de Otto Preminger
Otto Preminger é austríaco e se tornou um dos grandes diretores na poderosa Hollywood. Tinha fama de ser um homem descontrolado no set, chegando a humilhar os atores e esbofetear as atrizes com quem trabalhou. “Laura” e “Anatomia de Um Crime” são seus trabalhos mais citados pela crítica. “Laura” abriu ao diretor um grande caminho nos Estados Unidos, foi sucesso de crítica e público e lhe deu carta branca para que ele criasse uma das grandes e sublimes filmografia da Hollywood clássica. Deixou obras em todos os gêneros cinematográficos. Tinha apreço pelos temas que sublinhavam os desvios morais e conflitos comportamentais. A obra “Bunny Lake Desapareceu”, de 1965, foi apedrejada pela crítica na época de seu lançamento e colocada no forno. O filme narra a história de uma mãe desesperada, em busca de sua filha desaparecida. O filme para muitos é o patinho feio dentro da vasta filmografia do diretor.
“Bunny Lake Desapareceu” é exuberante em toda sua operação. A câmera elegante de Preminger encontra o sentido cinematográfico e domina os espaços. Cada plano na obra mobiliza certa urgência imagética, nos primeiros segundos podemos sentir o cheiro de cada peça da casa, os objetos na parede, a cama, o lençol. A trama psicológica é invadida por uma vitrine sombria, liberada por uma mise-en-scène latente e perturbadora. Sequências belíssimas compõem o jogo de Otto Preminger: a cena da loja das bonecas, o desfecho delirante e pesado. É em cada travelling, em cada plano, e em cada passo emocional dado pelos personagens, que iremos encontrar a força de “Bunny Lake Desapareceu”, elegantemente traçada por um dos grandes filhos de Hollywood.
Aerton Martins
(APJCC - 2009)
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Serviço:
de 10 a 13 de dezembro (quinta a domingo)
às 16h00 (dia 10 excepcionalmente às 15h00)
no Cine Líbero Luxardo: Fundação Tancredo Neves - Centur
Av. Gentil Bittencourt, 650, Térreo (esquina com Rui Barbosa)
Entrada Franca
Realização: Cine Líbero Luxardo e APJCC
Apoio: CCBEU
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