9.6.08

Suécia e Paris

1. Suécia


 


O ciclo Ingmar Bergman segue com NOITES DE CIRCO (1953, pb)...



Neste impiedoso filme, Ingmar Bergman presta homenagem a seus ancestrais cinematográficos. A humilhante história de uma trupe circense que chega à cidade arrastando sua tempestuosa imoralidade nos é apresentada através de uma linguagem visual que se consolidou nos anos 20: o Cinema Expressionista. Nas noites de circo transitam fantasmas ilustres: Fritz Lang, Josef Von Sternberg, Friedrich Wilhelm Murnau e, acima destes, o maior gênio do cinema dinamarquês - Carl Theodor Dreyer.
Em seu primeiro título notadamente autoral, Bergman causou mal-estar na crítica de seu país. A maneira repugnante com que os personagens alimentam suas ânsias masoquistas, seu erotismo sanguinário e seu sentimentalismo egoísta nos é lançada de forma direta, sem concessões. Bergman grita que o mundo é um circo grotesco onde nós, os palhaços, representamos de maneira trôpega nossos tristes papéis. Apenas uma idéia nos arrasta na noite seguinte. A de que o show deve continuar!


Miguel Haoni - APJCC


 


&


 





Roteiro e produção: Bo Arne Vibenius
Fotografia: Andreas Bellis
Edição: Brian Wikström

Títulos Alternativos: Thriller – En Grym Film; They Call Her One Eye, Hooker’s Revenge

Elenco: Christina Lindberg, Heinz Hopf, Despina Tomazani, Per-Axel Arosenius, Solveig Andersson, Björn Kristiansson, Marie-Louise Mannervall, Hildur Lindberg 


Sinopse: 
Madeline (Christina Lindberg), foi vítima de estupro na infância, com o trauma, tornou-se muda. Ela vivia num pequeno vilarejo mas costumava ir à cidade para sessões de terapia. Após atrasar-se e perder o ônibus, a garota cai na conversa de Tony (Heinz Hopf), um canalha que lhe oferece carona, um jantar e uma conversa franca. Ele a rapta, a vicia em drogas e a obriga a se prostituir para conseguir sustentar seu vício.

Depois de um desentendimento com o primeiro 'cliente', Madeline tem seu olho arrancado e passa a ser chamada de 'One Eye'. Decidida a aceitar a vida de prostituta, ganhando a droga que a mantém viva e dinheiro, ela investe em sua sangrenta vingança.


Atenção: o filme TRILLER, A CRUEL PICTURE possui cenas de extrema violência e de sexo explícito. Não é recomendado para pessoas sensíveis e facilmente impressionáveis.


sobre o filme :

diretor:
'O filme mais comercial já feito', pensou o sueco Bo Arne Vibenius quando começou a escrever o roteiro de Thriller-en grym film. Bo Arne Vibenius foi assistente de Ingmar Bergman nos filmes “Persona” e “A Hora do Lobo”, Banido em seu próprio país de origem e desde sua primeira exibição no Festival de Cannes de 1973 “Thriller - Um Filme Cruel” começou a criar sua fama de obra maldita, devido à crueza de suas cenas de violência e de sexo. Lançado nos Estados Unidos como “They Call Her One Eye” (Eles a Chamam de Caolha), permaneceu no limbo durante anos. O sucesso de “Kill Bill” e as declarações de Tarantino provocaram o relançamento de “Thriller” em DVD e rapidamente começou a se espalhar uma onda de culto em torno do filme.

notas:

O delírio de 'Thriller' é algo inclassificável, sem parâmetros até então. Um filme exploitation de vingança com toques totalmente artísticos e cenas de sexo explícito e isso segue até o final, com um desfecho que parece saído de algum spaghetti western infernal. A experiência toda é quase alucinógena e justifica o hype em torno do filme. É, sim, uma das viagens cinematográficas mais extravagantes em muito tempo, construída a partir de inusitados recursos técnicos e visuais. Para uns, é um filme B metido à besta. Para outros, um clássico do cinema maldito.


Vale citar por curiosidade que em momento algum do filme a personagem pronuncia uma palavra sequer, o céu vai ficando cada vez mais e mais azul de acordo como a vingança da caolha vai acontecendo, e no início do filme vemos um carro se aproximando da tela, e no final, vemos um carro partindo.

As cenas de sexo foram filmadas depois com prostitutas que Bo Arne Vibenius contratou pessoalmente. Vibenius defendia a integridade autoral de seu filme. Importante dizer que Christina Lindberg não participou de nenhuma cena de sexo explicíto, aliás, ela nunca fez nenhum filme do gênero hard. Como se tudo isso não fosse suficiente Vibenius usou seus contatos com os militares com quem havia trabalhado, e conseguiu emprestadas câmeras experimentais que filmavam 500 frames por segundo e eram destinadas a gravar testes de foguetes.

Dizem que para a cena do olho furado com uma lâmina foi utilizado um cadáver humano na realização.

'Love it or hate it, I don't give a shit, this is my final cut!' - Bo Arne Vibenius

Max Andreone (APJCC)


 


2. Paris


 


CINE UEPA APRESENTA:



Existem pequenas revoluções. Pequenas decisões. Sutilezas tão mínimas que são quase só imaginação. Isso tudo existe e um dia se torna uma lembrança, de uma noite, há muito tempo atrás. Em Antes do Pôr-do-Sol já é tarde. Quase noite. E é no entardecer que um homem e uma mulher sentem que o tempo passa e que aquilo que é redescoberto nunca foi completamente perdido. Sente-se muito nesse fim de dia, mais do que as palavras deixam expressar, mais do que o invisível permite ver.
É tarde em Antes do Pôr-do-Sol, porém ainda é amor. Um pouco desacreditado talvez, mas sim: é amor mais uma vez.

Felipe Cruz

3 comentários:

Mateus disse...

linda a sinopse Felipe. melhor impossivel.

Breno disse...

"Thriller" deve ser do caralho!

Mateus disse...

THRILLER FOI CANCELADO DEVIDO SANGUE NEGRO TER ENTRADO NA PROGRAMACAO E SER MUITO EXTENSO..POR FAVOR, QUEM PUDER ESPALHAR...