"Curso de História(s) do Cinema" (30 horas/aula)
Ministrante: Miguel Haoni (APJCC)*
de 11 a 31 de maio (segundas, quartas e sextas)
das 15h às 18h
Sobre o curso:
Mais de cem anos, o cinema acompanha, registra e encanta homens e mulheres pelo mundo inteiro. Sua trajetória muitas vezes confunde-se com os próprios movimentos perpetrados pelo homem contemporâneo. Nossas vitórias, medos, paixões e misérias foram por vezes, filmadas e projetadas como imagens em movimento. Por conta disto e de seu inestimável valor intelectual e estético, o Cinema configurou-se como a maior contribuição artística do século XX, o que não significa que seja visto, nos dias de hoje, como tal.
A realidade prática nos coloca diariamente em presença de imagens em movimento. Seja na TV, no computador e até mesmo em filmes, o ritual de fruição estética da linguagem audiovisual é gradualmente vulgarizado. A exemplo disso temos o crescimento avassalador do mercado de DVDs piratas que em sua grande maioria, dispõe de um catálogo extenso de títulos lastimáveis, filmes sem valor.
Tal condição torna premente a necessidade de um estudo detido e minucioso sobre o Cinema enquanto linguagem artística. Neste sentido apresenta-se o Curso de História(s) do Cinema, aqui dividido em seis unidades e nove aulas que dão conta de grandes períodos na linha evolutiva da sétima arte. A opção por uma perspectiva histórica não apenas dinamiza a abordagem do objeto estudado, mas também permite questionamentos fundamentais nesta empreitada: Quais foram as permanências e modificações na linguagem cinematográfica ao longo dos anos? Qual o papel das vanguardas e dos movimentos conservacionistas nesta história? Quais as principais escolas estéticas? Qual a ligação entre o cinema e a sociedade através do tempo?
Estas perguntas serão a base norteadora do curso aqui apresentado.
Sobre as unidades:
Unidade I
Artífices da transparência: o cinema clássico
Após a sua conturbada gênese, o cinema atravessou um processo de moralização simultâneo ao desenvolvimento de sua linguagem específica. Protagonizado por cineastas americanos, o "cinema clássico" representou a libertação dos códigos cinematográficos de seus correlatos nas outras artes. Apesar da domesticação posterior, sua criação entretanto, representou um dos momentos mais criativos na história.
Unidade II
A tradição do cinema narrativo clássico no Japão
O cinema clássico grassou uma rcepção mundial imensa atingindo os mais distantes pólos de produção. No Japão, os cineastas que antes, durante e após a Segunda Guerra operavam a matriz melodramática associada ao zen e à crise da modernização, ofereciam ao mundo uma forma particular de arte. A decupagem de Yasujiro Ozu e a mise-en-scène de Kenji Mizoguchi não apenas representavam uma variação formal mas uma maneira única e inovadora de observar o mundo.
Unidade III
A imagem fluida ou as Vanguardas de 1920
Na Europa dos anos 20, enquanto o cinema se enrijecia num padrão clássico, diversas cinematografias nacionais propunham novas formas de abordagem audiovisual. O impressionismo e o surrealismo na França, o expressionismo na Alemanha e as pesquisas de montagem na União Soviética ofereciam uma oposição selvagem ao modelo cinematográfico hegemônico.
Unidade IV
Uma câmera na mão e muita raiva: Glauber Rocha e o Cinema Novo
Após o lançamento do filme Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, o cinema brasileiro havia entrado definitivamente por uma nova vereda. O contato entre grupos de jovens cineastas na Bahia e no Rio de Janeiro afinava aquilo que desencadearia um dos movimentos cinematogáficos mais importantes do 3° mundo. O Cinema Novo brasileiro deixou um legado valiosíssimo para o audiovisual latino americano e através da trajetória de seu maior mestre, Glauber Rocha, acompanharemos como a revolução chegou às telas do país.
Unidade V
A cine-hipnose ou o estilo em Stanley Kubrick
Stanley Kubrick foi um cineasta único no panorama do cinema moderno. Seus filmes mostravam uma ampla consciência do potencial dos gêneros clássicos, mas sobretudo uma manipulação do tempo que atuava diretamente na respiração dos espectadores. Concebendo o cinema como um mantra, Kubrick concebeu obras-primas, tornando-se um dos maiores artistas-pensadores sobre a violência no século XX.
Unidade VI
Sangue de Poetas: panorâmica sobre a violência no cinema
Desde sua gênese, a história do cinema confunde-se com a história do cinema de violência, seja nos clássicos filmes de gênero hollywoodiano, ou os gritos de fome no Cinema Novo latino. Espetáculo vulgar ou expressão lírica, a violência sempre foi grande parceira do cinema, e em torno dela, suas vantagens e desvantagens éticas e estéticas, compreenderemos as funções das tripas e miolos na arte contemporânea.
*Miguel Haoni é cineclubista, diretor da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema. Coordenou os projetos Cine Uepa e Cinema na Casa e participou do Cine EGPA , Sessão Maldita, Cineclube da Aliança Francesa, Coisas de Cinema e TV Clube, atualmente, coordena o Cine CCBEU, Cineclube do Colégio Sucesso e o projeto INOVACINE-FAPESPA, além de escrever crítica de cinema para o Jornal Amazônia.
Um comentário:
Miguel Haoni:]
na verdade é segundas quartas e sextas.
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