7.5.09

Estréia Cine CCBEU com O Poderoso Chefão

Cine CCBEU apresenta:




Depois de uma longa espera o Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU) retoma suas atividades no circuito cineclubista local. Numa parceria com a Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), o projeto CINE CCBEU é o mais novo espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial, além de fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.
Com sessões quinzenais, todas as quintas-feiras, o CINE CCBEU estréia dia 21 de maio às 18:30 com o ciclo "O Poderoso Chefão". A trilogia segue aínda nos dias 06 e 18 de junho. Sempre com entrada franca!

Ciclo "O Poderoso Chefão":

O que torna determinado filme um mito moderno? Como uma obra consegue enraizar-se definitivamente no imaginário a ponto de tantas vezes ser considerada como a franquia mais amada do mundo? O que garante a eternidade de uma imagem? No caso da trilogia O Poderoso Chefão a resposta é relativamente simples: a equação harmônica entre as duas principais dimensões do Cinema Clássico, drama e estilo.
A obra, baseada no best-seller de Mario Puzo, narra as aventuras da família Corleone e a tragédia de seu protagonista, um herói corrompido pelas circunstâncias que tenta a todo custo desvencilhar-se da sufocante malha de sangue e trevas que ele próprio construiu. Para retratar estes personagens o filme conta com um elenco brilhante que amadurece o método dramático do Actor's Studio a ponto de tornar o conjunto das performances uma "obra-prima dentro da obra-prima".
Todo este material dramático, porém, significaria muito pouco se não fosse organizado e dirigido pelo olhar do jovem e maduro Francis Ford Coppola. Num tour-de-force épico, o diretor conseguiu imprimir sua assinatura numa obra rigidamente controlada pela Paramount. Coppola aliou a narrativa clássica americana, a violência gráfica do filme de gênero moderno e o ritmo e a mise-en-scène da ópera barroca. Com a ajuda do diretor de fotografia Gordon Willis, fez um filme em negro e dourado dando à suas imagens a qualidade mórbida de um velho álbum de família. É exatamente no tratamento das imagens que O Poderoso Chefão deixa de ser grande dramaturgia e torna-se grande Cinema.
O Poderoso Chefão, assim como diversas obras da chamada Nova Hollywood, representava a América que a América não queria encarar. No auge da crise do Vietnã, Coppola ao lado de Martin Scorsese, Brian de Palma e outros, abordava um país construído a partir de suas figuras marginais. Hoje, passados 37 anos de seu lançamento, a revisão da trilogia nos permite repensar suas dimensões estética, dramatúrgica e (também) política, afinal como diria Balzac: "Por trás de toda grande fortuna, há um crime".

Miguel Haoni
(APJCC - 2009)

Serviço:
21/05: Parte I



Mario Puzo acredita na América. A América fez a sua fortuna. Não a América de Abrahan Lincoln, do hambúrguer com Coca-Cola e do delírio democrático. Não a América do Sonho, mas a América do Pesadelo. O país de Al Capone e Richad Nixon onde acordos são assinados com sangue, fora do expediente. Um país cego que nunca reconheceu que os verdadeiros pezzonovante eram aqueles que enchiam de sangue os jornais, dos tribunais do Vietnã às trincheiras de Washington; dos becos de Hollywood aos escritórios de Nova York.
Ao filmar "O Poderoso Chefão" em 1972, Coppola cria imagens a partir de questões fundamentais de Puzo: Quem é o bandido e quem é o mocinho na cultura do acúmulo? Qual a diferença entre a Nova Yok da Máfia e o resto do mundo? Quem não se tornaria cruel quando sufocado por uma realidade cruel? Para a família Corleone a questão é bem mais simples: quando se vive na linha de tiro, que diferença faz?
 
Miguel Haoni
(APJCC - 2009)
04/06: Parte II
18/06: Parte III

sessões às 18:30
no Teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização:
CCBEU
Parceria:
APJCC 

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