Como Sam Fuller - o maldito contrabandista anárquico iconoclasta gênio cinematográfico -costumava fazer antes de rodar suas cenas, a APJCC aponta a arma para os céus e dá o tiro de ação. E traz ao público a primeira notícia extraordinária: a volta da Sessão Maldita!
Com novidades: será exibida aos sábados duas vezes por mês, a cada quinze dias, sempre às 21:30 h. e o melhor de tudo: com ENTRADA FRANCA.
Ao público: uma excelente sessão!
CINE LÍBERO LUXARDO DO CENTUR APRESENTA
SESSÃO MALDITA, 22 DE MARÇO, SÁBADO, ÀS 21:30 H.
CURADORIA: APJCC
DRAGÕES DA VIOLÊNCIA (FORTY GUNS). DIREÇÃO: SAMUEL FULLER. EUA. 1957. 90MIN.FAROESTE.
“Dragões da Violência” (Forty Guns) narra a história de uma fazendeira, vivida por Barbara Stanwyck, que comanda uma equipe de quarenta homens, e que tenta salvar seu irmão das besteiras que ele apronta. Paralelo a isso, a descoberta de um novo sentimento a faz rever seu comportamento perante a vida. “Fory Guns” está marcado por uma inquietação plástica similar a dos expressionistas. O filme quebra alguns códigos dos faroestes, deixando de lado o tom mítico. Poucos faroestes possuem o lirismo empregado pelo cineasta “contrabandista”. A abertura do filme, com movimentos virtuosos de câmera, mostra uma preocupação que Fuller tinha, sempre, para com o cinema. Um cinema que fere, inquieto, de sentimentos e de violência.
Samuel Fuller: Cinema que Ataca!
Samuel Fuller nasceu em 12 de agosto de 1912, em Massachustes, EUA, e morreu em 30 de outubro de 1997, foi um dos maiores cineastas americanos. Depois de entrar na imprensa criminal, foi soldado e participou de dois desembarques em tropas de choque do exército americano. ‘Lutador’, homem de ação e de sentimentos. Debutou no cinema com a obra “Matei Jesse James”, uma visão cínica e mordaz sobre o assassino de Jesse James, Bob Ford. Nesta obra, somos apresentados a um dos grandes pilares de sua filmografia: ‘o amor que se transforma em violência’. Sua carreira é pautada nos famosos filmes de gênero: policial, guerra e faroeste. Acusado de Comunista, anarquista, direitista, fascista e belicista, por jornalistas e críticos, Fuller não se deixava abater em seu “campo de batalha”. Legou-nos 25 obras ao longo de sua carreira. Entre elas estão as obras-primas “Beijo Amargo” (1964), visão cínica de uma cidadezinha hipócrita, e que serviu de base para “Twin Peaks”, famosa obra do diretor David Lynch, “Paixões que Alucinam” (1963), que narra a aventura de um jornalista, que finge ser louco para investigar um crime no manicômio, Forty Guns (1957), western feminista e radical, que quebra os cânones do gênero. Mudou-se para Europa, no fim dos anos 60, em função das dificuldades que Hollywood passava. Na Alemanha filma episódios para a TV e “Em Ritmo de Assassinato” (1974), thriller que tem a famosa Beethovenstrasse como cenário principal, e que os alemães acharam desrespeitoso para com o país. Após um período difícil fora da América, Fuller daria ao público mais duas obras-primas, o filme de guerra “Agonia e Glória”, filme com nuances autobiográficos, e o famoso e maldito “Cão Branco” (1982), filme apedrejado pela critica em sua época, que conta a história de um cão treinado somente para atacar pessoas negras...
Fuller é o cinema ‘humor-negro’, seus fotogramas são ao mesmo tempo ousados e quietos. Privilegia a montagem com cortes secos e sua câmera invasora ensina o olhar cinematográfico. Influenciou diversos cineastas, de Jean-Luc Godard a Jim Jarmusch, de Martin Scorsese a Quentin Tarantino. Scorsese gritou ao mundo: “apreciar um filme de Fuller é ser sensível ao cinema, na sua própria essência: o movimento como emoção”.
AERTON MARTINS – Movimento APJCC.
3 comentários:
seja bem vindo, de volta.
e parabéns pela iniciativa, e principalmente pela logo.
e vamos fazer mais sessões à noite.
À noite e nos fins de semana, foi o que quiz dizer.
Rafael ,aguarde as novidades!
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