30.3.11

Cine CCBEU apresenta "No tempo das diligências", de John Ford

Sinopse:



São certamente os 95 minutos mais marcantes do faroeste: uma caravana em viagem pelo Velho Oeste é atacada pelos índios Apaches. Detalhe: compõem o grupo diferentes tipos de pessoas, um retrato reduzido da sociedade americana: prostitutas, milionários, pistoleiros, bêbados e trapaceiros. Com o perigo iminente, cada um vai revelando as peculiaridades (nem sempre edificantes) de suas personalidades.
Em uma diligência embarcam um médico alcoólatra (Mitchell), um pistoleiro (Wayne), uma prostituta (Trevor), um banqueiro (Meek), um jogador (Carradine) e uma mulher grávida (Platt). Ao longo da viagem, os integrantes do grupo enfrentam perigos e revelam sua verdadeira natureza

Sobre o filme:

No movimento da história não existem divisores de águas: os processos mudam lentamente e os períodos se sucedem através de graduais substituições e permanências. Na história do cinema, para cada "O Nascimento de uma Nação", "Um Cão Andaluz" ou "Cidadão Kane", existem dezenas de títulos anônimos que pavimentaram a estrada e deram os primeiros passos rumo ao "novo".
Nesta perspectiva não é absurdo reconhecer que em 1939, o maior filme clássico até então produzido trazia nas entranhas a semente revolucionária do Cinema Moderno. Estamos falando de "No Tempo das Diligências", de John Ford.
A aventura de uma comitiva cruzando o deserto americano sob a constante ameaça do ataque apache, é um exemplo perfeito de funcionalidade e concisão estilística: entre os imensos planos gerais do Monument Valley e os close-ups dramáticos dos personagens, todos os recursos cinematográficos (enquadramentos, movimentos de câmera, decupagem, mise-en-scène) são explorados na plenitude de suas funções narrativas.
Ao mesmo tempo, esta economia é constantemente desafiada pela poesia que Ford imprime no ato de contar a história através da sofisticada elaboração de cada sequencia, cena e plano, conferindo ao filme uma coesão que o transcende.
O filme também transfere ao universo do faroeste uma nova forma de representação dramática, ao mesmo tempo mais realista e mais mitológica, reveladora da humanidade por trás de cada ícone , transformando a diligência num microcosmo em ebulição.
Se no período, gente como David O. Selznick tinha dado o faroeste como "cultura morta", o surgimento de "No Tempo das Diligências" garantiu ao gênero um lugar privilegiado na história do cinema. A eternidade.

Miguel Haoni (APJCC - 2011)


Serviço:

Dia 31 de março (quinta)
às 18h30
No Cine-teatro do CCBEU - Tv. Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
Informações: (91) 8356-1799

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