31.12.08

Lista dos melhores do ano de 2008

Feliz ano novo... adeus ano velho.


 


Pelo número pequeno de integrantes e preferência pela promoção da diferença interna, a APJCC decidiu divulgar listas individuais para os melhores filmes de 2008. Felizmente concluímos que este ano foi de grandes alegrias para os cinéfilos locais. Difícil foi, escolher 10. Logicamente, também, alguns integrantes não tiveram a oportunidade de assistir todos os filmes exibidos em Belém no ano que se encerra. Listas de uns, consequentemente, irão conter filmes que não foram assistidos por outros. O critério foi: produções audio-visuais de ficção e documentário. Enfim, imperfeitas e subjetivas, em ordem alfabética dos nomes integrados, seguem-se as listas:


 


Aerton Martins



1- The Brown Bunny de Vicent Gallo
2- Império dos Sonhos de David Lynch
3- Fim dos Tempos de M.Night Shayamalan
4- O Sonho de Cassandra de Woody Allen
5- Onde os Fracos Não Tem Vez de Joel e Ethan Coen
6- Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto de Sidney Lumet
7- Desejo e Reparação de Joe Wright
8- Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
9- Falsa Loura de Carlos Reichenbach
10-Encarnação do Demônio de José Mojica Marins



Cauby Monteiro



1-Império dos Sonhos de David Lynch
2-Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
3-Brown Bunny de Vicent Gallo
4-Fim dos Tempos de M.Night Shyamalan
5-Medos Privados em Lugares Públicos de Alain Resnais
6-Onde os Fracos Não Tem Vez de Joel e Ethan Coen
7-Falsa Loura de Carlos Reichenbach
8-Encarnação do Demonio de José Mojica Marins
9-O Sonho de Cassandra de Woody Allen
10-Batman, O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan



Fábia Martins



1- Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
2- Fim dos Tempos de M.Night Shayamalan
3- Onde os Fracos Não Tem Vez de Joel e Ethan Coen 
4- Batman: O cavaleiro das trevas de Christopher Nolan 
5- Império dos Sonhos de David Lynch
6- Wall-e de Andrew Stanton 
7- Desejo e Reparação de Joe Wright
8- O Sonho de Cassandra de Woody Allen
9- Falsa Loura de Carlos Reichenbach
10-Encarnação do Demônio de José Mojica Marins


 


Felipe Cruz



1- Não Estou Lá de Todd Haynnes
2 - Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
3 - Império dos Sonhos de David Lynch
4 - Sonho de Cassandra de Woody Allen
5 - Onde os Fracos Não Tem Vez de Joel e Ethan Coen
6 - Wall-e de Andrew Stanton
7 - Vicky Cristina Barcelona de Woody Allen
8 - Desejo e Reparação de Joe Wright 
9 - Sweeney Todd de Tim Burton
10 - Piaf de Olivier Dahan



Mateus Moura



1- Império dos Sonhos de David Lynch
2 - Medos Privados em Lugares Públicos de Alain Resnais
3 - Onde os Fracos Não Têm Vez de Joel e Ethan Coen
4 - Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
5 - Desejo e Reparação de Joe Wright
6 - O Sonho de Cassandra de Woody Allen
7 – Em busca da vida de Jia Zhang-ke
8 - Não estou lá de Todd Haynes
9 – Fim dos tempos de M. Night Shyamallan
10 - Encarnação do Demônio de José Mojica Marins


 


Max Andreone
 


1 - Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
2 - Não Estou Lá de Todd Haynes
3 - Fim dos Tempos de M.Night Shayamalan
4 - Onde os Fracos Não Tem Vez de Joel e Ethan Coen
5 - Desejo e Reparação de Joe Wright
6 - Batman, O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan
7 - O Nevoeiro de Frank Darabont
8 - Império dos Sonhos de David Lynch
9 - Deixe Ela Entrar de Tomas Alfredson
10 - Sparrow de Johnny To


 


Miguel Haoni



1 - Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
2 - Batman: o cavaleiro das trevas de Christopher Nolan
3 - Onde os fracos não tem vez de Joel e Ethan Coen
4 - Jogo de cena de Eduardo Coutinho
5 - Desejo e reparação de Joe Wright
6 - Não estou lá de Todd Haynes
7 - Sparrow de Johnnie To
8 - Sukiyaki Western Django de Takashi Miike
9 - Piaf de Olivier Dahan
10 - Paranoid Park de Gus Van Sant



Rodrigo Rodrigues



1 - Onde os Fracos não tem Vez de Joel e Ethan Coen
2 - Império dos Sonhos de David Lynch
3 - Encarnação do Demônio de José Mojica Marins
4 - Medos Privados em Lugares Públicos de Alain Resnais
5 - O Sonho de Cassandra de Woody Allen
6 - Sangue Negro de Paul Thomas Anderson
7 - O assasssinato de Jasse James pelo Covarde Robert Ford de Andrew Dominik 
8 - Desejo e Reparação de Joe Wright
9 - Falsa Loura de Carlos Reichembach
10- Piaf de Olivier Dahan

12.12.08

1 ano de APJCC - Mostra Melhores do ano





Os cine-clubistas do Cinema em Trashformação, Cine UEPa, e Fellinianos, completam este mês um ano reunidos sob o movimento Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC). E para comemorar a data, a APJCC realiza de 17 a 21 de dezembro no Cine Líbero Luxardo do Centur a mostra “Os melhores do ano”, reapresentando cinco grandes filmes exibidos em 2008 em cada um dos projetos apoiados pela associação.

A seleção dos filmes foi feita pelos próprios membros da associação, que tiveram a difícil missão de escolher as melhores obras exibidas este ano no Cine Uepa, Cine EGPA, Cinema na Casa e Sessão Maldita. “Rastros de Ódio”, de John Ford foi eleito para abrir a mostra, no dia 17, como representante do Cinema na Casa. A seleção ainda inclui “Kill Baby Kill” de Mário Bava no dia 18, “Contos da Lua Vaga” de Kenji Mizoguchi, no dia 20, “Roma” de Frederico Fellini no dia 21 e “Um Dia Qualquer” de Líbero Luxardo no dia 21. Este último foi incluído especialmente na programação em homenagem ao centenário do nascimento de Líbero Luxardo, comemorado no último mês de novembro.

Com a mostra, a APJCC encerra as suas atividades em 2008 com a sensação de missão cumprida. Durante todo o ano, o movimento underground realizou diversas ações para a democratização da sétima arte e formação do público cinéfilo em Belém, como mini-cursos, oficinas, exibições seguidas de debate, além da manutenção de cineclubes de caráter permanente como o Cinema na Casa e o Cine Uepa. Para 2009, a associação já planeja a inauguração de um cine-clube da própria APJCC, que deve funcionar como espaço de encontro e discussão entre seus membros e o público. Já a tradicional “Sessão Maldita” deve continuar atraindo dezenas de cinéfilos ao Líbero Luxardo, só que agora às sextas-feiras, e não mais aos sábados.

Rodrigo Cruz



SERVIÇO
Aniversário de 1 ano da APJCC
Mostra “Melhores do Ano”

De 17 a 21 de dezembro (quarta a domingo)
Sempre às 15:00 h
No Cine Líbero Luxardo (CENTUR)
ENTRADA FRANCA



Realização: APJCC
Apoio: Cine Líbero Luxardo e MIS

10.12.08

Programação

Dia 17/12 - Rastros de Ódio. John Ford.1956.cor.




Toda aventura épica é também uma busca interior. O herói, ao lutar contra as agruras do destino, inevitavelmente enfrenta em seu caminho a mais terrível de todas as batalhas: aquela que empreenderá contra si mesmo. Munido deste princípio, o diretor americano John Ford reconhece, em 1956, a hora de juntar suas armas, montar em seu cavalo e duelar consigo mesmo no deserto chamado cinema. O resultado desta empreeitada é o poético Rastros de Ódio (The Searchers), o mais belo e brutal faroeste já filmado.
Ao narrar a busca desesperada de Ethan Edwards (John Wayne) e Martin Pawley (Jeffrey Hunters) através das deformações rochosas do Monument Valley, Ford emoldura, em enquadramentos perfeitos, dramas cuja humanidade singular revelam o olhar amargurado do diretor sobre as tragédias de seu tempo.
Rastros de Ódio nos mostra também o que é o cinema para John Ford. Um cinema que se perdeu na virada dos tempos e tal qual Ethan Edwards não encontra lugar entre o céu e a terra. Vagará para sempre com os ventos.
Miguel Haoni

Dia 18/12 - Kill Baby Kill. Mario Bava. 1966. cor.




Tudo é possível no cinema de Mario Bava. Medo. Delírio. Contemplação. Quando as luzes se apagam, somos magicamente transportados para o seu mundo de fantasia, beleza e claro, horror. Em “Kill Baby Kill”, não poderia ser diferente. Temos aqui todos os elementos característicos de Bava: a figura sinistra que surge de trás da janela, a donzela condenada por uma maldição, o sobrenatural desafiando o conhecimento científico, a fixação por imagens duplas, a mise-en-scéne refinada e a inegável plasticidade das imagens.
Não por acaso, Mario Bava era pintor antes de escolher a sétima arte como projeto de vida. Talvez por isso cada fotograma de seus filmes pareça uma pintura delicada. Pintadas cuidadosamente com muito sangue. E “Kill Baby Kill” é sem dúvida, a mais perturbadora de suas pinturas. Não há build-up, não há pausa, nem fuga. A narrativa é densa. A ação, ininterrupta. São 80 minutos do mais onírico pesadelo, da mais intensa experiência estética, do mais demorado suspiro.
Exibido em Belém pela primeira vez em setembro deste ano na Sessão Maldita, dentro do Ciclo “A História Secreta do Horror Italiano”, em comemoração ao aniversário do Grupo “Fellinianos”, um dos braços da Associação Paraense dos Jovens Críticos de Cinema (APJCC), “Kill Baby Kill” volta às telas de Belém especialmente para a mostra especial de aniversário da Associação. Com ele, a APJCC também reacende o debate sobre a beleza do horror, iniciado com o “Ciclo Mario Bava”, exibido em agosto no projeto “Cinema na Casa”. E contribui para o resgate da obra deste que é um dos maiores estetas que o cinema já conheceu.
Rodrigo Cruz

Dia 19/12 - Contos da Lua Vaga. Kenji Mizoguchi. 1953. p/b.




Em 1953, Kenji Mizoguchi filma um dos mais belos e cruéis contos cinematográficos de todos os tempos. "Contos da lua vaga" se passa historicamente durante uma guerra civil no século XVI. O ser humano (japonês) enfrenta o flagelo que se chama vida.
Obra-prima do cinema mundial. Mizoguchi expõe sua visão. A família, o homem e a mulher. Os contrastes, a diferença entre os sexos. A ambição, a tolice masculina. A calma, a sensatez feminina. Uma estória é contada, um novelo de lã sobre a vida e o que vem depois. O lirismo desse novelo de planos vai se desenrolando entre elipses e enquadramentos perfeitos. Um lago de fantasia inunda um solo fértil de realismo. Os sofisticados movimentos de câmera dão o tom estilístico mizoguchiano; ninguém move a câmera e capta imagens com simplicidade tão bela na história do cinema.
Expoente máximo do cinema japonês ao lado de Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi é a derradeira homenagem da APJCC a um dos cinemas mais ricos e encantadores do mundo.
Mateus Moura

20/12 - Roma de Fellini. Federico Fellini. 1972. cor





"Isso é o que eu gostaria de filmar... um espetáculo de variedades", responde o personagem Fellini a um jovem com princípios marxistas. E assim é Roma, uma cidade-filme multifacetada, "uma loba e uma virgem, uma aristocrata e uma megera, uma cidade sombria e festiva". Abordada em seus aspectos históricos, religiosos, políticos, culturais e sexuais, Roma é tanto um desfile de modas quanto uma crítica mordaz e uma sátira. Com uma espécie de expressionismo enérgico o filme nos inunda de imagens que são paisagens, tipos humanos, estratos culturais e históricos e, acima de tudo, o peculiar e inusitado tato artistico de Federico Fellini.

Murilo Coelho

21/12 - Um Dia Qualquer. Líbero Luxardo. 1965. p/b.





O cineasta Líbero Luxardo foi um homem gentil. Deu ao belenense sua vida e seu amor. Nenhum resquício das superproduções da grande Hollywood. E de nada adiantaria proporções gigantescas. Vemos em suas obras uma vitrine cristalina, simples e honesta do cotidiano de uma terra acolhedora. Em 1962, os grandes diretores Federico Fellini, Luchino Visconti, Vittorio De Sica e Mario Monicelli se reuniram para dar ao público “Bocaccio 70”, baseado em quatro contos de Giovanni Boccaccio. No mesmo período o grandioso Howard Hawks finalizava uma de suas mais belas obras, “Hatari”. Na França a “nova onda” já gritava pelas ruas. “Um Dia Qualquer” se insere nesse contexto e incita o cinema de um sonhador. O diretor escalou amadores para dar vida à obra que narra em tempo real a caminhada do personagem Carlos, pelas ruas e costumes de Belém. Foi preciso um paulista pisar em terreno paraense para que pudéssemos sentir nossa imagem impregnada na tela. Em comemoração ao aniversário de um ano da APJCC, algumas obras foram escolhidas e entre elas o primeiro longa de Líbero Luxardo, “Um Dia Qualquer”. Nada mais justo celebrar o aniversário junto com o único desbravador imagético do Pará.

Aerton Martins

Vanishing Point na Maldita

Sessão Maldita apresenta:



SERVIÇO:


Vanishing Point. Richard C. Sarafian.1971. cor. 
13/12 (sábado) às 21:30 - CINE LÍBERO LUXARDO (CENTUR)


ENTRADA FRANCA!

“Kowalski, para quem a liberdade é a velocidade da alma...”  (Super soul)

Essa frase praticamente define um dos mais fortes sentimentos que Kowalski nos passa. Podemos ver além. Algo como a ressaca de Woodstock, o fim de uma época, de um percurso repleto de sonhos perdidos, esse é o trajeto que o Dodge Challenger branco que Kowalski pilota segue.
Vanishing Point é um dos mais reverenciados “road movies”(filmes de estrada) de todos os tempos, com seqüências virtuosas de ação em alta velocidade guiadas por diálogos simples e poéticos. O “road movie” é representado por obras das mais variadas como: Morangos Silvestres(Ingman Bergman), Easy Rider(Dennis Hopper) ou Brown Bunny(Vicent Gallo). Gênero onde a estrutura do argumento remonta tanto a Odisséia de Homero quanto ao “Bildungsroman” de Goethe, que evidencia o amadurecimento físico, moral e psicológico de um personagem, o revelando para si mesmo.
A fuga de Kowalski é um passeio episódico pela vida, ao contrário da viagem triunfante do herói em seu retorno para casa. Surgem distinções que apresentam um novo lugar ou destino, uma viagem ao infinito, o personagem descobre que as experiências o transformaram e o impossibilitaram de voltar a sua origem, só lhe resta escolher entre a morte ou o exílio, uma crise existencial que se estende por planícies mais vastas que a estrada percorrida por ele onde vislumbramos o reflexo da identidade perdida e paradoxal de um país. Kowalski é um herói mítico obstinado e perdido, imerso em sua desilusão árida e vasta como o deserto.

Max Andreone-APJCC

8.12.08

A regra do jogo de Renoir no Armazém Sto Antonio

Cineclube Aliança Francesa apresenta:



A regra do jogo. Jean Renoir. 1939. p/b.


Madames e monsieurs, sejam todos bem-vindos. Pra começar vamos direto às perguntas essenciais: Onde começa a vida? Onde termina o cinema? Não se preocupem, não há resposta. O grande palco de Jean Renoir se perde em profundidade, fantoches sentimentais se escondem, atores reais declamam, a ficção inundada de realismo, o realismo inundado de interpretação. O que se busca quando olho, mente e coração observam, analisam e sentem? A vida para alcançar a arte ou a arte para alcançar a vida? Afinal, qual é o jogo, quem dita as regras? Talvez, o último filme de Jean Renoir antes de partir para Hollywood, seja realmente sua obra máxima. O grande filme que fala da grande ilusão do jogo social, das tolices e delícias do ser humano, do coração dos corações, do espetáculo da vida, e de seus atores.

Mateus Moura.


 


Serviço:


Endereço: Armazém Santo Antônio (Quintino Bocaiuva, entre Nazaré e Braz de Aguiar, 1696)
Hora: 18:30


Entrada franca!