Easy Rider. Dennis Hoper. 1969. cor. 95'.
Estereotipado, panfletário, exagerado... É fácil procurar defeitos em "Easy Rider". O difícil pode ser encará-lo como o que realmente é: experimentação, improviso, amor - às Harleys, ao rock, ao espírito livre, à estrada. Easy riders não são apenas Wyatt, Billy, George. Também o são Peter Fonda e Dennis Hopper. A mesma liberdade que os dois motoqueiros a caminho do Mardi Gras, sem saber, procuram é a que Dennis Hopper, de forma quase intuitiva (e talvez, por isso, mais genuína) imprime nos fotogramas do seu primeiro filme e desde já sua obra máxima como diretor. E o registro não é complacente: captura as contradições e intolerâncias do sistema, mas também a falta de rumo e consistência daqueles que propõem ser a alternativa. Estão todos no mesmo barco, afinal, neste fim dos anos 1960: perdidos, sem destino. Easy Rider pode não ser uma obra-prima no sentido de ser irretocável. De fato, nunca almejou a isso. Mais uma vez, aqui não importa muito onde se chega, o interessante é o que a viagem pode proporcionar. Até porque, neste mundo parece que nunca se chega, de fato, a lugar algum. Uma frase na parede de um bordel perturba Wyatt: "a morte apenas encerra a reputação de um homem e determina se ela é boa ou ruim". Mas quem disse que Dennis Hopper está preocupado com reputações?
Juliana Maués (APJCC - 2010)
SERVIÇO:
16 de junho (quarta-feira)
às 19 horas
no Old School Rock Bar
(Participação especial: DJ's Pogobol)
ENTRADA FRANCA
Realização: Cine UEPa
Parceria: Old School Rock Bar
Apoio: APJCC, Coletivo Pogobol de dj's, Cine CCBEU e INOVACINE
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