8.3.09

Beau Travail de Claire Denis na quarta e A Doce vida de Fellini na quinta

Cine EGPa apresenta:




A Doce Vida. Federico Fellini. 1960. p/b.





A vida é doce como o melhor vinho, as melhores festas e as mais belas mulheres. Pelo menos para aqueles que sabem saboreá-la. Mas a vida segue e, no dia seguinte, o vazio transforma o prazer em vinagre.


Federico Fellini filma, em 1960, a ressaca da sociedade de consumo através da trajetória do jornalista Marcello (vivido por um econômico e extremamente expressivo Marcello Mastroiani). Através de seus olhos observamos com cumplicidade todas as doenças modernas: o hedonismo furioso do Grand Monde, a velhacaria maquiada de juventude, a espetacularização midiática, a histeria católica, a perda da inocência. Fellini retrata em seu primeiro filme absolutamente pessoal, a sua (e nossa) hipocrisia. Sem constrangimentos.


O diretor utiliza, através de episódios, uma mise-en-scéne inovadora: o desfile bizarro e excessivo de imagens e sons funciona como alegoria para o universo vazio e neurótico do homem. Esta talvez seja a sua grande marca e surge precisamente neste filme inesquecível como um beijo negado.


A Doce Vida é o registro de um mundo encalhado e morto na miserável praia do nosso tempo e nos acompanhará para sempre como o sabor amanhecido da vergonha.



Miguel Haoni

(APJCC-2009)




Serviço:




dia 12 de março (quinta-feira)


Às 18:30 .


No Auditório da Escola de Governo do Pará – EGPA


(Almirante Barroso do lado do Pedroso)


ENTRADA FRANCA


 


 


Cine Aliança Francesa apresenta:


 


Belo trabalho (Beau travail). Claire Denis. 1999. cor.




                Claire Denis. Um nome feminino numa arte dominada por homens. Cinema de autor(a). Cinema físico. Beau Travail (Belo  trabalho, 1999) é, além de uma livre homenagem ao Billy Budd de Herman Melville, uma busca do tempo perdido de um personagem perdido no espaço,  um filme sobre a beleza do corpo masculino.
                 Essencial para a compreensão de um cinema do corpo assaz presente nas reflexões de cineastas contemporâneos do mundo inteiro (de Tsai Ming-Liang em Taiwan e Apichatpong Weerasethakul na Tailândia à Gus Van Sant nos EUA), o filme de Denis, com a incrível sensibilidade fotográfica de Agnès Godard, desafia o espectador; apresenta, rigorosa e belamente, um universo estético a ser descoberto.

Mateus Moura (APJCC - 2009)

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