30.11.08

Jean Gabin em sua Lison - segue ciclo Jean Renoir

Cineclube Aliança Francesa apresenta:



A Besta humana.Jean Renoir.1938.p/b.

A cópia original de “A Grande ilusão”, devido a ocupação nazista em Paris, foi perdida, e acreditou-se durante muito tempo, que seria pra sempre. No Brasil de 2008, não existe uma cópia em dvd do clássico “A besta humana” de 80 anos atrás. Não se sabe quando (ou se) será lançada. O vídeo-cassete, que nasceu a mais ou menos 30 anos, e deu a primeira oportunidade de assistir um filme dentro da própria casa, é que vai dar o prazer aqueles que acima de tudo não podem perder um filme imperdível de Jean Renoir. Essa obra-prima – com uma bela edição em fita, com legendagem melhor do que muitas edições em dvd da obra de Renoir – é baseada num romance (homônimo) e no grande espírito de Émile Zola.
Como todas as adaptações do cineasta francês, não se trata de uma simples publicidade para o livro ou uma “tradução bem feita” para o cinema. Como Jean Renoir já explicou em um artigo, o cineasta, ao adaptar a obra de outro autor não pode ser um simples “telefonista”... acontece que o autor de uma obra quer “dizer algo” (seja esteticamente, tematicamente...) ao mundo; ou seja, entre ele e o público existe o “telefone” (no caso de Renoir: o cinema, de Zola: a literatura)... o autor que pega a obra de outrem e “traduz” de um telefone pra outro é um mero telefonista. Jean Renoir “atende” Zola, e o ama, o idolatra, o respeita; só não sabe – nem lhe interessa - o ofício de telefonista. O cineasta francês fala com outros, assuntos que Zola lhe confiou, do seu jeito, com o seu estilo... “A besta humana” de Jean Renoir é um filme grande, em muitos sentidos: uma homenagem a um grande escritor, ao grande ofício de maquinista, ao grande ofício do ator, do iluminador. O grande drama infausto dos homens trágicos – locomotivas que seguem barulhentas sob os trilhos inexoráveis do destino. As imagens, entre elipses, do filme de Jean Renoir, são barulhentas e iluminadas, entre lapsos de trevas e silêncios desconcertantes.

Mateus Moura

Serviço:
03/12/08 (quarta-feira)
18:30
Armazém Santo Antônio (Tv. Quintino Bocaiúva, 1969, entre Nazaré e Braz de Aguiar)
Entrada franca!

2 comentários:

Amanda disse...

Caros, falo da redação do Diário do Pará Online e gostaria solicitar, se possível, o envio periódico da programação dos cineclubes coordenados pela APJCC.
Pode ser para os emails amandaaguiar3@gmail.com e online@diariodopara.com.br.

Obrigada!

Miguel Haoni disse...

Pode deixar!