28.6.13

Sessão Maldita exibe filme de Peter Fleischmann




Em “A Vingança de Dorothea”, diretor que fez parte do Novo Cinema Alemão realiza provocante obra surrealista.

Um ovo quebrado em primeiro plano. Um homem sedento retira o líquido podre repetidas vezes para saciar sua vontade. A cena seria grotesca se não fosse medida em tom humorístico. A certa altura, um professor explica à sua aluna que a sexualidade costumava ser escancarada sem nenhum temor: “Cleópatra teve 108 amantes”, “a rainha da bizantina adorava ter orgasmos em público”, e complementa, “houve um tempo que a sexualidade não era suja, o homem a sujou...”.
A narrativa, em “A Vingança de Dorothea”, 1974, é modorrenta, arrastada, sacana, abjeta. Carrega, na ‘sujeira’ de sua trama, uma garota e seus amigos realizando filmes educativos sobre a biologia do corpo, aventuras carnais. Genitálias dançando na tela, vovozinhos se entregando em bacanais, cortes bruscos entre as imagens e intertítulos fazem parte da obra do cineasta alemão Peter Fleishchmann, com roteiro do famoso Jean-Claude Carrière, grande parceiro do mestre espanhol Luis Buñuel.
Fleischmann fez parte do Novo Cinema Alemão e foi aclamado por Alejandro Jodorowsky e Fernando Arrabal. Alguns mobilizam a expressão “surreal” para “A Vingança de Dorothea”. Nada mais real do que sentir a estranheza que constrói o ser humano.

Aerton Martins (APJCC- 2013)

Sinopse - Dorothea, uma jovem burguesa de 17 anos, brinca com amigos de ambos os sexos, imitando a produção de filmes adultos. Logo tais brincadeiras parecem insuficientes para saciar a curiosidade da garota quanto ao sexo, o que a leva a fazer uma jornada pelo submundo da dominação, pornografia e prostituição.
Classificação: 18 anos.

Serviço:
Sexta-feira, dia 28 de junho
Às 21h, no Cine Líbero Luxardo
(Centur - Avenida Gentil Bittencourt, 650-Nazaré)
ENTRADA FRANCA

Realização: Cine Líbero Luxardo
Curadoria: Aerton Martins
Apoio: APJCC

Mais informações:
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