Em “A Vingança de Dorothea”, diretor que fez parte do Novo Cinema Alemão realiza provocante obra surrealista.
Um ovo quebrado em primeiro plano. Um homem sedento retira o líquido podre repetidas vezes para saciar sua vontade. A cena seria grotesca se não fosse medida em tom humorístico. A certa altura, um professor explica à sua aluna que a sexualidade costumava ser escancarada sem nenhum temor: “Cleópatra teve 108 amantes”, “a rainha da bizantina adorava ter orgasmos em público”, e complementa, “houve um tempo que a sexualidade não era suja, o homem a sujou...”.
A narrativa, em “A Vingança de Dorothea”, 1974, é modorrenta, arrastada, sacana, abjeta. Carrega, na ‘sujeira’ de sua trama, uma garota e seus amigos realizando filmes educativos sobre a biologia do corpo, aventuras carnais. Genitálias dançando na tela, vovozinhos se entregando em bacanais, cortes bruscos entre as imagens e intertítulos fazem parte da obra do cineasta alemão Peter Fleishchmann, com roteiro do famoso Jean-Claude Carrière, grande parceiro do mestre espanhol Luis Buñuel.
Fleischmann fez parte do Novo Cinema Alemão e foi aclamado por Alejandro Jodorowsky e Fernando Arrabal. Alguns mobilizam a expressão “surreal” para “A Vingança de Dorothea”. Nada mais real do que sentir a estranheza que constrói o ser humano.
Aerton Martins (APJCC- 2013)
Sinopse - Dorothea, uma jovem burguesa de 17 anos, brinca com amigos de ambos os sexos, imitando a produção de filmes adultos. Logo tais brincadeiras parecem insuficientes para saciar a curiosidade da garota quanto ao sexo, o que a leva a fazer uma jornada pelo submundo da dominação, pornografia e prostituição.
Classificação: 18 anos.
Serviço:
Sexta-feira, dia 28 de junho
Às 21h, no Cine Líbero Luxardo
(Centur - Avenida Gentil Bittencourt, 650-Nazaré)
ENTRADA FRANCA
Realização: Cine Líbero Luxardo
Curadoria: Aerton Martins
Apoio: APJCC
Mais informações:
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