9.8.12

APJCC e Mongoloid Festival apresentam "A volta da Sessão Maldita"


Não existe pior maldição para um artista do que a invisibilidade de sua obra. Seja um rabiscado em um quadro, uma música barulhenta ou um filme que desafia o mercado - produtos que extrapolam a linha do normal e que peitam o gosto vigente. É esse abandono, aparente descaso, que o Mongoloid Festival, procura combater, trazendo soldados munidos de talento de sobra, mas que, geralmente, não conseguem exibir suas armas, seja por um autoritarismo invisível ou pela costumeira falta de amor, ausência de boa vontade.

Eis que, no meio do fogo cruzado, na artilharia “imunda” e linda que ouvidos sedentos clamam por escutar, ela (res)surge, a Sessão Maldita. O projeto nasceu em meados dos anos 60 no eixo sul-sudeste do Brasil e sempre levou o público a (re)fazer um caminho, a fim de desbravar e tatear novos territórios, com filmes transgressores, invisíveis, independentemente do gênero e da nacionalidade. Levou também inúmeras obras ao público paraense na sala do Cine Líbero Luxardo. Agora, em sessão especial, Dance like trash e APJCC, apresentam, na exibição que abre a programação do Mongoloid Festival, os filmes “Ex-Drummer” e “Psycho Atack Brasil”.

O primeiro narra a aventura de três deficientes - um com o braço paralisado, um guitarrista surdo e um vocalista demente, que bate em mulher e tem a língua presa -, que chamam um escritor famoso da cidade para formarem uma banda. No documentário “Psycho Atack Brasil”, conhecemos a trajetória do Psychobilly brasileiro.
O próprio realizador, Darwin Dias – ex-integrante dos Cervejas, uma das primeiras bandas de Psychobilly de Curitiba -, enfatiza qual seu nervo principal: “Não é um filme profissional, sou amador, é simplesmente um vídeo de quem viveu isso e quis contar uma história”. Além da exibição dos filmes, haverá a presença de uma das grandes atrações da noite de sábado do festival, As Diabatz, para um bate papo com o público.

A lona está armada. Preparem-se. Sendo circo ou vida, repleta de palhaços, pirangueiros, música, figuras robustas de mini-saia, baforadas no cangote, farofa de ovo e o que aparecer. Respirar um pouco de insanidade não deve fazer tão mal aos pulmões. Afinal, viver é uma gostosa imersão na loucura.

Aerton Martins (APJCC- 2012)

Serviço
Dia 09 de agosto, quinta-feira
Às 17h00 na loja Ná Figueiredo(Avenida Gentil Bittencourt, 449)
Entrada Franca

Realização: APJCC e Mongoloid Festival
Apoio: Ná Figueiredo e The Same New

Mais informações:
(91) 8152-2588
(91) 8383-1757

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