A Ydade da Terra é um filme gritado. É o milagre da multiplicação. É a luta de classes no mito da escola de samba; o gringo comendo a mulata com areia, refrigerante e cachorro-quente. É a abertura dos conceitos, abertura política, abertura do diafragma. É a luz dos trópicos fritando o filme no Palácio da Alvorada das Desilusões. É Louis Lumiére baixando do trem para se manifestar na causa operária. É o balé da retina no barroco brasileiro.
A Ydade da Terra é Glauber Rocha roído pelo câncer do capital, encarnando as 4 manifestações do Cristo no Terceiro Mundo. É o colar de dentes careados do Cinema Brasileiro. É a poética da fome na guerrilha do sonho. É Pasolini crucificado em Cinemascope.
A Ydade da Terra é a minha idade. A da montagem desconstrutiva, de Indhyra Gandhi e Ava Gardner, do Profeta e Ogum de Lampião. São as fotografias de Leni Riefenstahl na África. É a tentação de Satanás depois de 15 anos de Ditadura. É Julio César no Teatro Nacional de Brasília. É a Marselhesa assoviada na Bahia de Todos os Cristos.
A Ydade da Terra é o Cinema.
Miguel Haoni (APJCC - 2009)
Serviço:
Dia 19/11 (quinta)
às 18:30 h
No Cineteatro do CCBEU (Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA
Realização: CCBEU
Parceria: APJCC
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
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